03 setembro 2006

Artigo-resposta de Aldir Blanc a ACM

Entalado na garganta com o adjetivo de canalha vindo de ACM, Aldir fez questão de enviar por correio eletrônico o artigo não-publicado para a apreciação de alguns amigos: "Quero que ele seja lido pelo maior número possível de pessoas que gostam de mim", disse. Como são incontáveis os fãs que gostam muito do autor de O Bêbado e a Equilibrista e Mestre-Sala dos Mares, entre tantas outras, a Carta Maior decidiu reproduzir na íntegra o artigo-resposta de Aldir Blanc a Antônio Carlos Magalhães que não saiu no JB:


“Bolô-fedex

Leva, meu samba, meu mensageiro, esse recado...

O Sena-Sênior ACM, vulgo Malvadeza, me acusou de ser "um elemento lulista infiltrado" no JB. E concluiu seu arrazoado (?) me chamando de canalha.
Senadô-Skindô, por mais que eu viva nenhum elogio me trará orgulho maior do que ser chamado de canalha por V. Excrescência. Quem lê minha coluna sabe que o pau canta à direita, à esquerda e, claro, no centro, com igual prodigalidade. Espero que a grande famiglia pefelista já tenha providenciado junta médica competente para lubrificar os parafusos do Cacicão. A julgar pelas suas mais recentes declarações, as encrencagens, desculpem, engrenagens, estão precisando de uma lubrificada urgente: ginkgo biloba, piracetan, talvez um viagrinha... O senador, craque em prestidigitação, mais uma vez misturou as bolas: combatividade é muito diferente de baba paranóica escorrendo gravata parlamentável abaixo.
A ojeriza é mútua. Estou farto de maquiavelhos de fraldão deitando regras. Toda essa mixórdia envolvendo valeriodutos, mensaleiros, sanguessugas e saúvas, começa com políticos da sua estirpe. O mecanismo é manjado. Se as denúncias favorecerem meu partido, palmas, vamos apurar. Agora, se a canoa virar, o denunciante passa a bandido e fim de papo, vai ser preciso buscar a propina em outro guichê. A máscara-de-pau que descrevo acima é suprapartidária. Os que não a exibem são as exceções que confirmam as regras vigentes. Quando as regras rompem os diques e escorrem periferia abaixo, não há Lembo Pétala-Macia que evite derramamento de sangue - na maioria dos casos, inocente. Mas o meu negócio não é discurso, é galhofa. Já que falei em bolas misturadas... Dizem que um velho político pefelista, preocupado com as más performances nos palanques, procurou um médico, antigo cupincha de castelo e carteado.
- Tô com um problema, num sabe? Bem na... plataforma de lançamento.
- Hein?
- Pois é. Gases. Uma coisa impressionante. Além das explosões e dos odores, tem hora que chego a levitar. Uma assessora já foi arremessada contra meu contador de caixa 2. Estão hospitalizados. Isso não pode continuar.
O amigo explicou que aquela não era a especialidade dele, mas que pensaria no assunto, conversaria com colegas renomados, faria até pesquisa na internet.
No comício seguinte, o esculápio apareceu com um vidro misterioso, sem rótulo, e entregou ao político:
- É pra...
Mas o tumulto, o puxa-saquismo, os vivas, a euforia bem remunerada impediram a necessária e urgente troca de informações. Cerca de meia hora depois, o SSJE (Secretário para Superfaturamento Junto a Empreiteiras) agarrou o ilustre médico pelo paletó.
- Corre que o Chefe tá pegando fogo nas... nas partes baixas.
- O quê?!?
O socorrista encontrou o parlamentável feito um bebê, sem calças, com uma brutal reação alérgica na proa da região pélvica.
- Mas... Eu mandei você beber a poção e você esfregou nos...
- No calor da luta política, eu confundi peido público com pêlo púbico.

Aldir Blanc”

Fonte: Carta Maior

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