06 setembro 2006

No Observatório da Imprensa, sobre a LAVADA que a blogosfera está dando nos jornalões. MUITO BOM!


Espero que, aos poucos, todo mundo comece a prestar atenção à nossa blogosfera (inclusive, por exemplo, e pra começar, os NOSSOS PARTIDOS!).

Eu já disse muitas vezes que eu NÃO TENHO NENHUMA DÚVIDA de que, sim, nós -- a multidão, na blogosfera lulista -- estamos fazendo uma BAITA diferença, pela primeira vez na história do Brasil, nas eleições de 2006.

Não sei que diferença é essa que estamos fazendo (nem me interessa saber, por hora). Agora se trata, sim, é de reeleger o presidente Lula, Mercadante em S.Paulo e maiorias legislativas no Brasil inteiro -- e todo mundo, portanto, tem de continuar a fazer o que já está fazendo, exatamente como cada um esteja fazendo, que está tudo dando certo.

No geral, só as campanhas que estejam entregues a jornalistas e 'assessorias de imprensa' treinadas para jornalão é que estão dando côs burros n'água: onde a blogosfera está trabalhando (e os marketeiros de campanha não estão atrapalhando) a coisa está andando IMPRESSIONANTEMENTE bem.

Depois de reelegermos o presidente Lula, aí, sim, chegará a hora de a blogosfera enfrentar, deliberadamente, mesmo, os jornalões brasileiros. ESSA SERÁ UMA DISCUSSÃO POLÍTICA. Não será discussão 'de marketing' nem, muito menos, 'de jornalismo'.

Por hora, vale a pena ler o quanto -- e como! -- a blogosfera (gente que a gente nem conhece!) já está sabendo construir respostas-na-ponta da língua, na lata, enviadas diretamente prôs jornalões (embora, por enquanto, só o Observatório publique essas respostas-na-ponta-da-língua).

Só faltou dizer, naquela conversa fiadíssima do Observatório -- que repetiu a conversa fiadíssima dos jornalões-empresas, portais empresas e coisa-e-tal --, que os jornalões brasileiros estariam 'acordando' para a realidade da blogosfera, 'porque"... tornaram-se incopiáveis, como O Globo, ou 'impermeáveis', verdadeiramente blindados contra leitores internautas não-assinantes... como TODOS os jornalões brasileiros.

Em todos os casos, evidentemente, NUNCA bastará os jornalões meterem os seus MESMOS JORNALISTAS EMPREGADOS, totalmente desdemocratizados, autistas, tolos, viciados em falar sozinhos, sem contestação e sem contraditório democrático, como se fossem pai&mãe da verdade informacional... 'só que' escrevendo em blogs que continuam a ser TOTALMENTE desdemocratizados, autistas, tolos, viciados em falar sozinhos, sem contestação e sem contraditório democrático. Assim, os jornalões se afundarão, ainda mais rapidamente, TAMBÉM na blogosfera, com os blogueiros-jornalistas e tudo.

Aqui mesmo, semana passada, discutimos EXATAMENTE o que o Observatório só está vendo hoje (e The Economist, sobre esse assunto, está na Internet há mais de uma semana). Mas a blogosfera sabe mais, de blogosfera, de internet e de MULTIDÃO, do que TODOS OS JORNALÕES, somados (imaginem, então, se não os derrotaremos, nós juntos, na multidão, e eles competindo entre si, um grupo contra o outro [risos muitos, muitos, muitos]).

Totalmente ótimo, por exemplo, o comentário postado no Observatório da Imprensa, que estou recebendo agora mesmo (aqui), aposto a uma longa conversa fiadíssima, na qual alguém tenta argumentar que os jornalões estariam recuperando o tempo perdido, apenas porque agora, afinal, estariam acordando para a realidade da blogosfera.

Hoje, diz um leitor comentarista do Observatório e já, ele mesmo, ZILHÕES de vezes mais antenado, até, do que o Observatório:

Fabio de Oliveira Ribeiro, advogado (Osasco/SP)
Enviado em 1/9/2006 às 9:00:27 AM


A descoberta pelos jornalões de que estão fadados à extinção não os colocará novamente na dianteira da corrida pelos lucros. Ao contrário, somente lhes dará o golpe de misericórdia. Durante um século os jornalões estiveram na vanguarda do processo político, fomentando o debate e colhendo os frutos de seus relacionamentos privilegiados com o poder (como disse um barão da mídia americana "Dêem-me as fotos e lhes dou uma guerra", referindo-se a Guerra Hispano-Americana).

Como agora os jornalões são irrelevantes e tardiamente descobriram sua irrelevância, segue-se que não estão mais habilitados a monopolizar o debate político ou a extrair dividendos de seus relacionamentos públicos.

Esta eleição será um laboratório impar para averiguar-se o declínio do poder eleitoral dos jornalões e o crescimento da influência e poder político das redes descentralizadas informais que povoam o ciberespaço.

Mas não creio que os cientistas políticos estejam habilitados para reconhecer ou estudar o fenômeno. Eles também se tornaram em certa medida irrelevantes (FHC, com certeza, por exemplo, já é totalmente irrelevante).

Caia Fittipaldi

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