08 abril 2006

Bom dia!!!

Hoje comecei minha manhã pensando em postar frases de FHC. E lá fui eu pesquisar na internet.
Desisti quando me deparei com uma artigo postado em Setembro de 2004. E não resisti!

Ideais com deságio
Renato Janine Ribeiro

Todo governante, .....

No começo do ano, em férias, estive em Porto Alegre. Ouvi Lula no Fórum Social Mundial, em 24 de janeiro. O começo do discurso me soou enfadonho, coisa de político, frases curtas, enormes vazios entre uma e outra. Não sei por que não vão direto ao assunto. Subestimam os ouvintes, que só conseguiriam assimilar uma frase por minuto, uma palavra a cada cinco segundos, idéias nunca.

Mas, vinte minutos passados, ele começou a falar do Fórum Econômico Mundial de Davos. Notei que era o cerne de sua fala: justificar aos companheiros de Porto Alegre por que ia meter-se na cova dos leões. Foi brilhante. É brilhante. Muitos dos presentes não o queriam em Davos. Parte da imprensa jogava lenha na fogueira, forçando uma fratura entre a base política do presidente e sua ação de governo. Mas ele não fugiu do assunto.

E tratou dele contando histórias. Esta é uma forma eficaz de comunicar-se: compartilhar a experiência com os ouvintes, colocar-se como um ser humano narrando episódios a outros, mostrando como aprendeu com a vida. Lembrou quando, numa greve do ABC, o presidente da Fiesp solicitou ao comandante do II Exército que prendesse Lula e os líderes grevistas. Lula respondeu pedindo uma audiência ao general Dilermando, que o recebeu por três horas. E lembrou quando, pensando em criar o PT, amigos lhe diziam para não se meter num jogo viciado, que era o dos partidos e das instituições.

Moral da história: mesmo nós, que jogamos um jogo novo, podemos e devemos usar os tabuleiros existentes. Aplausos. Porto Alegre aceitou, agora, que Lula fosse a Davos. Mas isso não era o principal. O importante era Davos ouvir que Lula não vinha ao Fórum Econômico furtivamente, sem apoio de sua base – enfraquecido, pronto para o abate. Precisava saber que Lula vinha com o endosso dos participantes do Fórum Social. O essencial era Davos perceber que Lula vinha forte, e não fraco. Foi o que levou Le Monde, dois dias depois, a chamá-lo de estadista.

Esse é um contraste com FHC. O ex-Presidente falava em ambientes fechados, com celulares desligados. Lula falou a céu aberto, num ambiente de quermesse. Mas o que conta é isso: para tratar do seu déficit, Lula buscou e conseguiu mobilizar a massa. Falou em Davos com seu aval. Fernando Henrique, em suas negociações, nunca mobilizou o povo atrás de si.
....

Querem conferir o artigo todo, clique aqui.

E concluo aqui, este é o Presidente que quero que governe por mais 4 anos o meu Brasil.

Vera

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