04 abril 2006

Perícias e imperícias na CPI dos Correios

A Lista de Furnas constituiu-se no pior erro do relator Osmar Serraglio, da CPI dos Correios. Há contradições vitais entre o que diz o relatório dele e o que relata a perícia oficial do Instituto Nacional de Criminalística. De início, a perícia oficial ressalta os limites do exame da cópia xerox. Diz que o resultado pode ser conclusivo sobre a falsidade e nunca poderá dar certeza sobre a veracidade da Lista de Furnas, por se tratar de cópia xerográfica. Entretanto, o relatório da perícia oficial não avaliza a falsidade da Lista de Furnas e diz que para declarar a veracidade ou falsidade necessita do documento original. Contradiz e se opõe a certeza da falsidade da Lista de Furnas, apregoada pelas perícias apresentadas pela oposição PSDB/PFL. O relator declarou como falsa a Lista de Furnas, com base somente nas perícias da oposição. Entretanto, a pior falha das duas perícias contratadas e respeitadas "in totum", pelo relator, reside nas cópias do documento examinado. Quem forneceu as cópias periciadas pelos peritos contratados pela oposição? vazou da PF ou foram fornecidas oficialmente pelo órgão? Estas perícias podem ter sido realizadas sobre cópias adulteradas fornecidas, deliberadamente, aos peritos particulares contratados? Foram achadas na lata de lixo ou junto daquela outra que incluia o Tio Patinhas? Por que mereceram mais crédito do relator do que a perícia oficial. Este é o eixo do debate, podendo desmoralizar o relatório final da CPI e seu relator. Só há uma certeza agora. A polícia Federal precisa investigar a origem e a lisura destas perícias apresentadas pela oposição. Parece que a Polícia Federal terá que periciar as peripécias da oposição.

Luiz Fernando Carceroni

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