16 julho 2008

Para Reflexão

Para Reflexão


Já há algum tempo venho acompanhado vários debates nos grupos que participo.

Sempre que vejo opiniões divergentes me ponho a pensar o que leva pessoas que têm objetivos comuns a navegarem por mares tão distintos. O que leva alguns de nós sermos solidários com o GM e outros pedirem a cabeça dele? O que leva alguns a uma dura crítica às posturas recentes do ZD e a outros serem mais amenos e até coniventes? Afinal não temos objetivos comuns? Pensamentos semelhantes?

Temos objetivos comuns mas somos também pessoas com profissão, RG, família, moradia, crenças, etc.

O grande embate nestas questões se faz dentro de nós mesmos. Quando o advogado, o empresário, o professor, o médico, o administrador, etc, se sobrepõe ao revolucionário que pretendemos ser?

Entendo que o advogado que somos pode legitimar os dois HC do gm a favor do Dantas. Entendo como normal que o empresários seja contra todos os impostos vigentes e vindouros. Entendo todas estas opiniões individuais. Mas se somos revolucionários devemos somente olhar o mundo com a visão do revolucionário. O revolucionário precisa ser a voz da multidão, precisa ser o braço da multidão, precisa ser, em muitas ocasiões, a cabeça da multidão. Neste aspecto, a única legalidade que o revolucionário precisa requisitar é a legalidade da igualdade , liberdade e fraternidade.

Neste caso do Daniel Dantas o que interessa à multidão?
Questionarmos o uso de algema? A multidão conhece algema desde criancinha, quando vê seus parentes, amigos, vizinhos serem abordados nas vilas e algemados, independente de se ter um processo de ou não. A multidão já viu algemas demais para se chocar com uma algema nos braços do DD.

Questionarmos o fato da polícia ter feito a prisão do Pitta de manhã, ao raiar do dia?
A multidão já está cansada de perder noites de sono porque a polícia age à noite, de madrugada, prendendo seus filhos, netos, etc.

Questionarmos o fato da rede globo ter filmado a operação?
A multidão já viu o rosto de filhos inúmeras vezes nas páginas policiais.

Questionarmos o fato do GM ter libertado, intempestivamente, o DD, com dois HC, atropelando outras decisões judiciais?
Sim! A prisão do DD e sua soltura tem um significado político muito maior que estamos dando conta de enxergar. Manter o DD preso até que se esgotassem os prazos legais, não criar esta celeuma toda é o que a multidão esperava do STF. Porque aí sim a multidão saberia que é possível ter esperança. Aí sim a multidão saberia que é possível esperar por igualdade.

Nós, revolucionários, precisamos aprender a fazer a revolução. A revolução só será possível quando aprendermos a deixar o revolucionário que existe em nós falar mais alto do que nosso lado advogado, nosso lado empresário, nosso lado professor, etc.

Revolução é guerra. Na guerra se luta com as armas possíveis.

Por: Hilda Lima

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