16 agosto 2008

Resgatando o Novojornal - 2


Resgatando o Novojornal - 2

29/05/2008

Cemig fornece energia para Globo e Abril

Cemig financia imprensa nacional, viabilizando projeto político tucano em todo país. Quem paga é o consumidor mineiro

Inacreditável o quanto uma empresa pública tem sido utilizada para financiar projetos políticos pessoais de governantes mineiros.

Após comprar a Light S.A. e outras concessionárias de energia espalhadas pelo país, privatizando suas atividades sem qualquer respeito a normas legais, a estatal mineira inicia uma prática, no mínimo imoral, de fornecer aos veículos de comunicação, de todo o país, energia em troca de publicidade.

Importante frisar que, principalmente no setor de rádio, TV e jornal, o gasto com energia significa aproximadamente 60% dos gastos operacionais. Evidentemente que este “privilégio” tem um preço a ser pago pelos veículos de comunicação.

Comprovadamente, na compra da Light, a Cemig, através da RME/LIDIL, pagou as dívidas da Rede Globo em Nova York, assumindo a gestão da empresa o ex-diretor geral da emissora. Na Editora Abril é desnecessário afirmar que a totalidade dos executivos da empresa tem como origem o ninho tucano.

Embora Minas Gerais tenha se transformado, nos últimos anos, no reduto da corrupção nacional, nenhum órgão de imprensa divulga qualquer fato. Minas é um território livre para práticas ilícitas, que vão da corrupção política ao tráfico de drogas.

Ocorre em Minas, o que acontecia no Velho Oeste americano, os assaltantes e bandidos cometiam o crime nos Estados Unidos e corriam para atravessar a fronteira com o México.

E a cumplicidade e tolerância com o crime não está apenas no Executivo, está também no Legislativo e Judiciário.

Quanto ao Ministério Público Estadual, com raríssimas e honrosas exceções, transformou-se em legitimador da corrupção, através dos famosos “Termos de Ajustamento de Conduta”.

Chegamos ao ponto da imprensa servir ao governo mineiro como “serviço de informação”. O proprietário ou responsável pela parte jornalística do veículo de comunicação, de forma dissimulada, determina aos repórteres que os oposicionistas do Governo sejam entrevistados para saber o que pensam. Depois de feito o vídeo, gravação ou matéria jornalística é demonstrada no Palácio da Liberdade.

A pauta do noticiário dos principais jornais televisivos não é feita se não antes aprovada pelo governo estadual. Os grandes anunciantes são pressionados a anunciar apenas nos veículos aprovados pelo Palácio.

Há poucos dias, o Novojornal perdeu um de seus anunciantes do setor automobilístico devido a esta prática. Dias depois, uma concessionária, pertencente a um deputado estadual, ganharia uma concorrência para fornecimento de duas centenas de veículos para o governo mineiro da marca do ex-anunciante.

Até quando esta prática vai permanecer? Ninguém pode prever. O que se pode saber é que a exemplo de uma represa, quando ela estoura, perde-se o controle.

A imprensa nacional precisa estar atenta para o fato de que hoje, isto acontece em Minas, amanhã poderá ser em todo país.

Deputados estaduais e federais, promotores, procuradores, juízes e desembargadores, consultados pela reportagem, respeitosamente pediram desculpas e nada quiseram falar a respeito.

As assessorias da Rede Globo e Editora Abril não quiseram comentar o fato. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) julga-se incompetente para “entrar neste assunto”. Bem, a Cemig nada disse, porém, fontes da empresa, informam que após a consulta do Novojornal, “morreram de rir”.

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