14 agosto 2007

Sanguessugas: mídia protege ex-Ministro da Saúde José Serra



A prisão do ex-deputado Lino Rossi ( ex-PSDB e atual PP-MT ) ontem pela Polícia Federal ao embarcar num avião da TAM em Brasília, colocou a mídia em situação incômoda. Há um ano atrás Serra disse que documentos publicados pelo Correio Brasiliense, mostrando que o ministro tucano tinha conhecimento da ação da máfia dos sanguessugas quando era ministro da Saúde, “não tinham nada de mais” e não comprovavam envolvimento dele com a quadrilha que superfaturava a compra de ambulâncias enviadas a prefeituras de todo o país. “É uma questão burocrática, puramente burocrática. Não tem nada de mais”, declarou Serra. O tucano preferiu politizar o assunto e atribuiu a denúncia a um “kit baixaria” do PT. Na época, os Grupos Globo, Folha, Abril e Estadão aumentaram a censura sobre seus jornalistas, ameaçando de despedir aqueles que produzissem matérias sobre esse assunto.

O Correio Braziliense publicou no dia 14 de setembro de 2006 uma reportagem com dois documentos que indicam que Serra tinha conhecimento dos fatos. No dia 13 de dezembro de 2001, o então secretário-executivo do ministério, Barjas Negri — que depois viria a substituir Serra quando o tucano deixou o cargo para disputar a Presidência —, pediu ao Fundo Nacional de Saúde “empenho e a elaboração do convênio”, para destinação de uma ambulância ao município de Nossa Senhora do Livramento, no Mato Grosso.

Emenda
Negri ressaltava, no ofício, que tratava-se de uma “determinação do senhor ministro José Serra”. A emenda tinha o valor de R$ 88 mil e a Prefeitura de Nossa Senhora do Livramento integrava uma lista de cidades a serem beneficiadas feita pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Antero foi acusado de envolvimento no esquema dos sanguessugas pelo empresário Luiz Antônio Vedoin.
Já no dia 9 de março de 2001, o senador tucano e outros parlamentares do Mato Grosso informaram, em ofício, ao então ministro José Serra, que o deputado Lino Rossi (ex-PSDB e hoje no PP) seria o responsável pela indicação de municípios beneficiados com os recursos de uma emenda conjunta de toda a bancada. Assinavam essa carta, além de Antero e Lino Rossi, outros cinco deputados do Mato Grosso envolvidos no esquema dos sanguessugas: Pedro Henry (PP), Celcita Pinheiro (PFL), Ricarte Freitas (PTB), Wellington Fagundes (PL) e Teté Bezerra (PMDB).

Videos no Youtube comprometem Serra
Na época do auge do escândalo dos sanguessugas, a cobertura da mídia ao assunto cessou, de repente, quando uma série de vídeos mostrando o ex-ministro José Serra entregando as ambulâncias fraudadas pela quadrilha do empresário Darci Vedoin começou a circular pela internet e quando em depoimentona PF o mesmo denunciou a participação de altas figuras do ministério como Barjas Negri e o próprio Serra.A crise dos "aloprados" na qual assessores do Senador Mercadante teriam tentado comprar um dossiê sobre o caso do próprio Vedoin, foi na ocasião usada como escudo protetor de Serra e da adminitração do PSDB, passando ocupar as manchetes.Agora com a prisão de Lino Rossi, foragido há mais de um mês,coloca a mídia na berlinda pois será preciso muita imaginação para encontrar nova "peneira na frente do sol" e deixar de dar cobertura aos resultados das investigações.

Agencia EFF
Fernando Carvalho, EFF Madri

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