28 maio 2008

Agência de classificação de risco canadense concede grau de investimento ao Brasil


A agência canadense de classificação de risco DBRS, anunciou nesta quarta-feira que concedeu ao Brasil o título de grau de investimento, passando o país para a nota de crédito (rating) de BB+ para BBB-,além de mudar a perspectiva para a economia brasileira de estável para positiva.

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Com esta nova nota, o país entra no grupo de nações consideradas de pouca possibilidade de inadimplência. Isso significa que o Brasil passa a ser visto como de baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros.

No mês passado, a agência Standard & Poor´s já havia elevado a nota de crédito do Brasil para grau de investimento. Na época, a analista da S&P, Lisa Schineller, disse que o prêmio refletia o amadurecimento das instituições brasileiras e da estrutura política, evidenciado pelo alívio da carga da dívida fiscal externa.

Segundo a canadense DBRS, uma série de fatores a levou a modificar a nota do país, entre eles, a maior previsibilidade das políticas macroeconômicas, política monetária e cambial bem conduzidas, administração pública fortalecida, maior disponibilidade de crédito bancário, melhoria da dimensão e estrutura da dívida pública, aumento da liquidez e recentes descobertas de campos de petróleo pela Petrobras.

"Nossa expectativa é que o governo continuará mantendo uma política macroeconômica prudente", diz a agência.

A DBRS afirma, também, que com a economia brasileira mais estável, sobem as chances de melhoria no perfil da dívida do país e as previsões de queda na taxa de juros básica são mais fortes.

Um ponto avaliado na concessão do grau de investimento, segundo a agência, é que o governo brasileiro tem se empenhado em atingir as metas de superávit primário, respeitando a função do Banco Central em produzir o aperto monetário para cumprir também seus compromissos.

As políticas sociais também foram reiteradas pela agência.

"O efeito cumulativo dos anos com o aumento dos salários reais e a transferência de renda a partir do programa Bolsa Família têm melhorado o bem-estar social e sido parcialmente responsáveis pelo crescimento das receitas fiscais", diz.

Por outro lado, a DBRS reforçou alguns problemas no país que ainda necessitam de maior atenção, como a elevada taxa de imposto, o sistema fiscal burocrático e a necessidade de maiores investimentos em infra-estrutura.

A agência enfatizou que embora decrescente, a dívida pública ainda é elevada, sendo que um quarto dos compromissos federais vencem em um ano, o que deve deixar o governo mais exposto a riscos.

Apesar da nota positiva, a agência deixou claro que o país precisa manter seus objetivos fortalecidos de manter a economia estabilizada, para não perder a nota de crédito obtida.

"A DBRS espera que este governo e o próximo preservem uma boa estrutura política, entretanto, um abandono na agenda de reformas pode descarrilar a tendência de melhoria no crédito", disse.

Fonte: UOL


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