05 novembro 2008

Lula é Shakespeare (mas... cadê os comunistas e os petistas?! Cadê nossas Pórcias?!)

Lula é Shakespeare
(mas... cadê os comunistas e os petistas?! Cadê nossas Pórcias?!)


"Se fundamente me cortar o banco-agiota, no mesmo instante de coração liquidarei meu débito."
(Antônio, avalista de Bassânio devedor inadimplente, ante o agiota-banqueiro-carrasco,
em "O Mercador de Veneza", Shakespeare, Cena 4)


Destaco, sobretudo, (da entrevista com Antonio Negri e, aliás, sensacional, diferente de tuuuuuuuuuuuuuuudo o que se leu nos DES-jornalões brasileiros), a evidência de que a crise começou, mesmo, quando muitos devedores de hipotecas não puderam pagar as hipotecas.

Tivesse todo mundo continuado a pagar as hipotecas das próprias casas, não haveria 'crise' e o que JÁ ESTAVA e JÁ ERA vicioso no sistema continuaria vicioso, viciando tudo, contribuindo para construir mais castelos no ar (quer dizer, contribuindo para gerar mais juros, mais juros, mais juros e mais derivativos, além de mais "eixos do mal" e mais guerra do Iraque).

Porque muitos devedores de hipotecas não puderam pagar as hipotecas, os bancos pararam de receber dinheiro+juros, de volta, e pararm de poder emprestar dinheiro para que gerasse mais juros, mais juros, mais juros, quer dizer: os bancos deixaram de conseguir ser bancos.

Hoje, quando os bancos começam a ganhar condições de poder ser fingir que são bancos por mais algum tempo -- pq estão sendo recapitalizados pelos Tesouros nacionais --, os bancos não querem emprestar dinheiro... de medo de que os devedores, outra vez, não consigam, amanhã ou depois, pagar os neo-empréstimos com mais juros, mais juros, mais juros.

Claramente, os bancos não estão conseguindo ser bancos... para poder continuar a ser bancos.
Os bancos desmancharam-se no ar!

Estamos claramente, outra vez, na cena de "O Mercador de Veneza" em que o banqueiro-agiota Shylok está com a faca na mão, pronto para arrancar uma libra de carne do lombo do devedor-empreendedor-veneziano, autorizado a tanto pela lei do comércio veneziano (que também está em cena, regendo a execução, manifesta na figura do dodge).

O dilema é claro: se o dodge de Veneza, movido por interesses 'humanitários', suspender o esquartejamento do devedor-empreendedor pelo agiota-banco-credor (aliás, também judeu, em Shakespeare), ele desmonta o sistema comercial de Veneza; e acaba-se o mundo comercial de Veneza, que depende, para existir, de que todos temam a lei e de que o Estado faça cumprir a lei e de que tooooooooooooooooooooooooooooooooooooodos PAGUEM o que devam.

Se, por outro lado, o dodge de Veneza autoriza a execução do devedor pelo credor-banqueiro-agiota, ele expõe, em praça pública, à vista de todos, o hard-core de tooooooooooooodo o sistema legal de Veneza -- que é assassino e mata e esfola devedores inadimplentes, porque (por mais que isso tenha de ser escondido), tooooooooooooooooooooooooooooooodos os que tomem empréstimos em bancos SEMPRE oferecem, como garantia do empréstimo, a própria vida.

Em Shakespeare, a coisa é resolvida a favor da vida, porque Porcia (fantasiada de advogado), usa de sua astúcia apaixonada e lembra a todos que o contrato garante que o agiota recolha e receba uma libra de carne humana devedora, OK. Mas o agiota não tem direito a nem uma gota de sangue.

Então, se o agiota insistir em arrancar uma libra de carne humana devedora, do lombo do devedor inadimplente, ok, ele que arranque a tal libra de carne do lombo do devedor... mas se, na operação, pingar uma única gota de sangue... então, nesse caso, e GARANTIDA SOBRETUDO A LEI COMERCIAL VENEZIANA... o credor perderá tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo o que tem, todos os seus bens, que serão entregues ao devedor inadimplente... para compensá-lo pelo sofrimento que lhe causou o caso todo. O agiota-banqueiro-credor, assim, desiste de cobrar a hipoteca devida.

É assim que, então, a astúcia de Porcia INVENTA o caminho pelo qual se salva Veneza, a lei Veneziana, o comércio veneziano e, de quebra, salva-se o empreendedor amigo do homem que ela, Pórcia, ama. E salvam-se também, é claro, os bancos. Os qauis bancos, é claro, só sobreviverão se se modificarem.

Ontem, o presidente Lula disse: "Chegou a hora de os políticos entrarem em ação para defender que o sistema financeiro ganhe dinheiro aplicando em coisas que gerem riquezas, produtos e empregos".

Pode-se dizer que Lula está tentando a "via Pórcia" de salvar tudo, até os bancos.

Resta saber se ainda há petistas e comunistas que leiam Shakespeare (ou Marx, ou Negri!), mais do que SÓ LEIAM os DES-colunistas de DES-economia dos DES-jornalões brasileiros, que sempre falam, só, pelos bancos e JAMAIS, até hoje, falaram pelos que devem hipotecas a bancos-agiotas-carrascos.

Resta saber também, é claro, se os bancos ainda são capazes de salvar-se, eles mesmos, do apocalipse que eles mesmos inventaram.

Taí-1! Por que a Febraban não contrata a assessoria de Daniel Dantas, especialista INCOSTESTÁVEL (e, com certeza, ainda incontestado, até hoje) em arrancar nacos de carne do lombo... dos bancos... e escapar da cadeia?!

A cobra-banco-agiota mordeu seu próprio rabo-banco-agiota. Eis a chamada 'crise'.
Taí-2! Se eu tivesse hipotecas a pagar a bancos-agiotas e estivesse pagando religiosamente... eu PARARIA de pagar, hoje mesmo.

Por Caia Fittipaldi


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