20 novembro 2008

Quando aparecerá, nas manchetes, a expressão "economias submergentes"? Afinal, é disso que se trata, né-não?!

Quando aparecerá, nas manchetes, a expressão "economias submergentes"? Afinal, é disso que se trata, né-não?!


Tudo vai ficando cada dia mais sem sentido, nesse conversê dito 'econômico', dos DES-jornalões brasileiros.

Por exemplo: o que significaria a expressão " países emergentes que se colocam"?! É pensar e ver: significa nada, zero.
Pra que "se coloquem", as coisas já tem de ter emergido completamente.

Então, para que algo ou alguém seja dito "emergente", só se estiver emergindo. Logo, se está emergindo, ainda não está "colocado" porra-nenhuma. Tampouco se pode dizer que seriam "emergentes", países, pessoas, bichos ou coisas que "entram no centro" [de seja o que for].

Outra coisa: chamar de "princípios prudenciais para a regulação do sistema financeiro" a coisa de que o mundo carece, também é erro. Pior: é golpe. É tão golpe quanto seria golpe declarar que bandidos torturadores degolam gente ou bandidos do tráfico queimam pessoas vivas... por falta de "princípios prudenciais". "Princípios prudenciais" sempre houve. Faltou sempre, mesmo, a prudência, ora essa!

Pelo mesmo raciocínio, também seria golpe declarar que seria preciso escrever "princípios prudenciais" para impedir que D. Danuza escreva asneiras, que D. Eliane escreva jornalismo paroquial, que William Waack pratique DES-jornalismo de fascistizar os telespectadores. Evidentemente o mundo não carece de "princípios prudenciais" para impedir essas práticas, todas fascinorosas, cada um de um tipo. Em todos esses casos só faltou, mesmo, a prudência democrática e de democratização.

Se se diz que se carece de "princípios prudenciais para regular o mercado financeiro", diz-se, de fato, que o que houve antes foi gestão imprudente, nos bancos que quebraram (nesses, com certeza; em outros, só esperando, pra ver).

Ora bolas! "Gestão temerária" é exatamente a mesma coisa que "gestão imprudente". E "gestão imprudente" é crime -- previsto no artigo 4º da Lei n 7.492/86 (popularmente conhecida como "Lei do Colarinho Branco") que dispõe sobre os crimes contra o sistema financeiro nacional, com pena de reclusão de 02 (dois) a 08 (oito) anos, e multa". Então, as tais 'instituições' que tenham de ser salvas, hoje, estão tendo de ser salvas, mesmo, é de serem condenadas (a multas) com condenação também dos gestores 'temerários', que praticam atos que são ditos "imprudentes", sem prudência. Isso, no Brasil -- onde nenhum banco quebrou. Mas isso, também, nos EUA e em todo o mundo, onde todo mundo tá quebrando, inclusive a GM.

Sendo as coisas como são, melhor fariam os 'analistas' econômicos, se começassem a descrever o mundo por categorias mais objetivamente significantes: temos hoje um mundo que vai bem, versus um mundo TOTALMENTE SUBMERGENTE.

Quem queira 'analisar' o mundo, hoje, terá de inventar para si (1) um modo novo de descrever-se para os novos tempos e (2) um modo novo de descrever o mundo velho.

Ontem, no programa do David Lettermann, o entrevistado foi Ted Turner, que é meio doido, mas é engraçado. Como é milionário engraçado e dono de rede de televisão, o cara pode dizer, na televisão, o que lhe venha à telha, sem risco.

E ele disse ontem, com todas as letras: "O mundo acabô. Tudo bem. Teremos de viver sem comprar, teremos de plantar pra comer (o que a América já fez, por exemplo, durante a II Guerra Mundial, e comemos e não morremos), teremos de costurar nossas roupas, teremos de tirar os filhos de escolas pelas quais não podemos pagar, muitos casais terão de voltar a morar em casa dos pais. Sobreviverão os pobres, os aposentados e os funcionários públicos, porque a economia será reduzida ao mínimo, mas não parará. E pobres, aposentados e funcionários públicos já aprenderam a viver com pouco e sem consumir.

Por mim, podemos meter na cadeia e jogar a chave no lixo tooooooooooooooooooodo o pessoal de Wall Street. Espero que sejam reduzidos à mendicância e passem a depender da saúde e da escola pública, mas concedo que isso não acontecerá. É pena, mas não acontecerá. Em compensação, elegemos Barack Obama, o qual só se salvará se tiver alguma idéia de gênio. E a guerra do Iraque e a guerra do Afeganistão terão de ser suspensas por falta de meios para mandar comida aos soldados. O mundo como o conhecemos, acabô. De fato, começou a acabar no 11/9. Quem viu, viu. Quem não viu, visse."

David Letterman -- que é inteligente e engraçado, tudo o que o Jô Soares (que copia o programa do David Letterman e, na cópia, mostra tooooooooooooooooooooooooooooooooooooooda a abissal diferença que o separa do original copiado) gostaria de ser, mas não é -- não riu. Ninguém riu, aliás. Só o Ted Turner que, esse, sim, riu. E eu, na minha poltrona de ler, também ri. Eu não ria há semanas. Ontem, ri. E assim vamos indo. LULA É MUITOS!

Por Caia Fittipaldi, comentando a matéria do Blog do Luis Nassif do dia 18/11/2008 - Os Emergentes se colocam

Nenhum comentário: