13 dezembro 2006

No Blog do Mino Carta


Esse postado, do Blog do Mino Carta, é perfeito retrato do quadro no qual se inscreve, hoje, a 'coluna' da D. Eliane Cantanhede (a dos "Ih!" e "Ufa!" do comandante da Marinha, hoje). Eu só o li hoje. Se já apareceu por aqui, desculpem o repeteco. Aí vai, caso não tenham visto, pq é muito claro:

07/12/2006 17:26

Um civil na Defesa

Segundo os jornalões, Waldir Pires no ministério da Defesa tem os dias contados. Vai espatifar-se no chão duro da política, conforme a previsão de uma charge de Chico Caruso publicada em O Globo ontem, dia 6. Confesso que a charge não faz bem ao meu espírito, mas isso é o de menos. Conta mais outra questão, crucial, se me permitem.

Ou seja, em meio à tempestade provocada pelo caos nos aeroportos, vem à tona, com prepotência, a insatisfação militar pela presença de um civil no ministério da Defesa. Quer dizer, o quartel de Abrantes continua o mesmo. Civil na Defesa é absolutamente normal em democracias mais ou menos autênticas. Temos aí a enésima prova de que o Brasil está longe disso, haja vista o comportamento dos jornalões, todos empenhados em acompanhar sofregamente o rumo do furacão, na linha de Tasso Jereissati e ACM, que uivam da tribuna. É, sempre e sempre, o golpismo à espreita.
enviada por mino


Cresça e apareça, D. Eliane (Sobre EC, FSP, 12/11/2006)


Sobre: ELIANE CANTANHÊDE, “Nervos à flor da pele”, Folha de S.Paulo, 12/11/2006, na edição impressa e aqui



"Cultura é equilíbrio intelectual, reflexão crítica, senso de discernimento, aborrecimento frente a qualquer simplificação, a qualquer maniqueísmo, a qualquer parcialidade".

Norberto Bobbio, em carta a G.Einaudi, julho de 1968[1]

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D. Eliane,

vamos logo ao ponto, em jogo rápido: alguma coisa vai muito mal, com certeza, quando aparece ‘noticiado’ em jornal que eu pago pra ler (pior: quando aparece ‘colunado’ em pág. 2, em coluna assinada!), que algum comandante da Marinha declarou à imprensa que primeiro “Ih!”, depois “Ufa!”.

Mais um pouco, e aí estará a senhora, tentando fazer-se de jornalista, a zurrar que um general-brucutu qualquer desses, de pijama, é liiiiiiiiiiiiiiiiindo, feito qualquer D.Hebe; ou provando o que todo mundo já sacô: que o jornalismo brasileiro já está reduzido, mesmo, a alguma espécie de profissão reservada a senhoras de Santana já suuuuuuuuuuuuuuuuuper fanadas, cujas opiniões-palpitaria são perfeitamente alugáveis, feito qualquer D. Danuza; ou a subjornalistas de qquer sexo, alugados e pagos (baratinho) para implantar a DES-opinião, sempre DES-democratizada, na cabeça dos mais tolos que ainda leiam a Folha de S.Paulo.

O ridículo dessas nossas elites de cabeça (golpista) fanada sempre aparece: é só dar-lhes corda (ou coluna de jornal, ou cátedra tucano-pefelista-uspeana).

Hoje, aí está a senhora, inventando “Ih!” e “Ufa!” em lábios de comandante da Marinha, em pleno século 21, no espaço mais nobre de qquer jornal respeitável do planeta e que, na Folha de S.Paulo, é espaço já completamente degradado.

A universidade paulista piorou muito, sabe-se, no período em que os FHCs, Faustos, Gianottis et caterva passaram, de alunos, a professores e presidentes da República & respectiva gang, primeiro eleitos, depois varridos da vida política brasileira e, então, reentronados como ‘sumidades’, só nos jornalões paulistas.

É bem possível, portanto, que também algum comandante da Marinha tenha piorado e, hoje, viva de 'declarar' “Ih!” e “Ufa!” a jornalistas ridículos; não sei avaliar e, sim, é claro que é possível, também, que o comandante da Marinha tenha melhorado e, nesse caso, só nos falta, mesmo, é jornalismo que o mostre. Só o tempo dirá.

Mas é garantido, garantidíssimo, que o que mais piorou no Brasil, nas últimas décadas, foi, mesmo, o jornalismo, os jornalistas, os jornais e, sobretudo, a Folha de S.Paulo.

Não estou dizendo que o comandante da Marinha não diga “Ih!” e “Ufa!”, vez ou outra. Ele deve dizer, é claro. O que estou dizendo é que a senhora deve ter perdido TOTALMENTE qualquer noção do que seja coluna jornalística e jornalismo decentes, jornalísticos, democráticos ou, pelo menos, menos ridículos do que TOTALMENTE ridículos.

Se lhe restasse ainda alguma idéia do que seja (ou deva ser) o jornalismo, um (uma) jornalista e um jornal no mínimo decentes, a senhora não escreveria “Ih!” e “Ufa!”... como se fossem declarações do comandante da Marinha do Brasil (essa, hoje, me desculpe, só rindo!).

Desnecessário dizer que o Brasil está calmíssimo, trabalhando normalmente.

Desnecessário dizer que o presidente Lula está também TOTALMENTE calmíssimo e no comando.

Desnecessário dizer que os problemas dos aeroportos estão sendo tratados pelo que eles SÃO (saiba a senhora disso, ou não, é claro).

Desnecessário dizer que o problema dos aeroportos não serão, de modo algum, tratados e/ou encaminhados pelo que a senhora deseja fazer-crer que eles sejam. Os jornalões paulistas já não enganam o Brasil. Esse tempo acabô. Viva o Brasil! Lula é muitos!

O presidente Lula sempre sabe o que diz. Se, ontem, ele achou adequado mandar um recado que esvaziasse os chiliques golpistas mais estridentes (tipo “Ih!” e “Ufa!” de comandante da Marinha, inventados e divulgados em coluna de jornalismo golpista, assinada por jornalista golpista, em jornal golpista)... Bom, D. Eliane, acorde.

Para bom entendedor, pingo é letra. Todo o Brasil viu, no programa Roda Viva, o quanto a senhora esfalfou-se, aliada àquele jornalista doido norte-americano, que falava como perfeito Unabomber, para derrubar o ministro Waldir Pires. O ministro Waldir Pires tirô de letra o doido, tirô de letra a senhora e tirô de letra o resto.

NUNCA subestime as competências democráticas de um democrata sobrevivente, em democracia sobreviente e esperta, sob presidente democrata sobrevivente e espertíssimo. Cresça e apareça, D. Eliane.

Viva o Brasil! Lula é muitos!

NOTA

[1] http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2004/01/14/001.htm

Caia Fittipaldi

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