12 dezembro 2008

Os três patetas atacam novamente

Os três patetas atacam novamente


A nossa oposição principal - representada pelo PSDB, Democratas e PPS - foi muito ruim para o país quando o governou. Adotou-se na época a política do "Pintinho seguindo pato" e quase afogaram o país, adotando o neoliberalismo de Margaret Thatcher e Ronald Reagan.

Não se esqueça: No governo FHC privatizaram as grandes empresas estatais, como a Vale, a preço de banana e apregoando que:

1 - o mercado resolve espontaneamente os problemas econômicos e sendo assim o governo deve e pode ser muito menor e mais fraco. Hoje vemos no que deu. O mercado financeiro afundou. Assim, todos os governos tiveram, agora que intervir fortemente no mercado com recursos públicos, chegando a nacionalizar empresas e bancos como ocorreu nos States Ásia e Europa;

2 - os recursos apurados nos leilões de privatização seriam destinados ao pagamento da dívida externa. Ao contrário, vimos que no período FHC, a dívida externa explodiu para mais de 200 bilhões de dólares - uma lambança que fragilizou ao limite o Brasil. Por isto as crises financeiras em outros países nos punham de joelhos. Resfriados financeiros na Rússia, Turquia e tigres asiáticos chegaram aqui a grave pneumonia. Falimos três vezes e fomos socorridos pelo FMI e submetidos às suas exigências e receituários econômicos que travaram o nosso crescimento econômico e provocaram forte desemprego.

3 - com parte dos recursos da privatização fariam investimentos sociais relevantes. Porém, ao contrário, vimos as políticas sociais do governo FHC em frangalhos, com a redução e enfraquecimento do governo. Todos os indicadores sociais permaneciam insatisfatórios ao final do governo FHC, com a distribuição de renda perversa que impedia a ampliação do mercado interno - a viga mestre da economia de muitos países, como ocorre hoje no Brasil. Quem nos protege dos piores efeitos da crise mundial é o nosso mercado interno fortalecido, que cresceu com o aumento da renda dos miseráveis, pobres e classe média, através das políticas adotadas pelo atual governo.

E por fim e pior, as privatizações foram uma farsa. Você "venderia" seu carro e casa fiados em 30 anos com juros de 6% ao ano? Pois o governo FHC o fez nas suas "privatizações. O financiamento dos recursos aplicados pelos compradores nos leilões foi feito com dinheiro público do BNDES e dos fundos de pensões das estatais. Ou seja, o governo vendeu o que tinha e os compradores receberam dinheiro do próprio governo para pagar a compra a prazo de égua e com juros subsidiados. Sem esquecer: com muita, muita, muita propina rolando.

Sem desconhecer que a crise financeira internacional está afetando a todos os países e em muitos deles provocando depressão econômica, falências de grandes empresas e forte desemprego, aqui no Brasil o governo adotou as medidas necessárias para conter este mal, na sua forma mais branda e com sucesso até agora.

A oposição torce e se contorce para que o Brasil dê errado e entre em parafuso. Ao contrário do que pensa a oposição, a maioria do povo brasileiro reconhece o esforço e acerto do governo Lula em conter a crise aqui. Por isto, 70% da população classificou este governo de ótimo ou bom e apenas 7% avaliam que ele é ruim ou péssimo, como fala a oposição (leia abaixo).

Por Carceroni

NOTA À IMPRENSA (da oposição)

O PT esgotou seu prazo de carência para atribuir ao passado a culpa pelos efeitos da crise econômica. Depois de seis anos do Governo Lula, a legenda do oficialismo surpreende o País com uma dupla incongruência: se o Presidente oficializou a versão, evidentemente falsa, de que o Brasil não sofre os efeitos da crise econômica, como atribuir a onda de desemprego e de forte recesso das atividades produtivas ao "governo anterior"?

Como governistas no poder podem culpar o "passado" por uma "realidade" que o seu Presidente nega peremptoriamente?

As manifestações petistas refletem o pânico que vivem em função das reações da população, por eles mesmos expostas detalhadamente na reunião de São Roque (SP). Reconhecem a crescente incapacidade do Governo para enfrentar a crise e indicam que escolheram um perigoso e débil álibi: queixam-se de um passado remoto - o qual denominam "governo anterior" - a que já tiveram tempo suficiente não apenas para superar, mas para revogar e denunciar seus atos, o que jamais fizeram.

Após seis anos de juros altos, de populismo cambial, de permissividade nos gastos públicos, de escândalos financeiros e corrupção disseminada e acobertada, o PT e o Governo Lula não apenas têm todas as culpas como, além de procurar bodes expiratórios remotos, mostram-se incapazes de apresentar à Nação um programa efetivo e transparente de ações do Estado brasileiro para enfrentar os reflexos do quadro de evidente calamidade para o qual caminha a economia mundial e que se agrava a cada dia.

Em vez de convocar as forças vivas da Nação, independentemente e acima das divisões partidárias, para a indispensável mobilização da sociedade, os petistas partem para provocações mesquinhas e facilmente desmoralizadas.

O Governo Lula já representa o próprio passado de que reclamam os petistas, que, portanto, atingem a si mesmos."

Roberto Freire
Presidente Nacional do PPS

Rodrigo Maia
Presidente Nacional do DEM

Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB

O fim da estória*

Duas pequenas declarações de nossa autoria, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo na edição de segunda-feira (8), provocaram surpreendente reação dos partidos oposicionistas e de seus porta-vozes na grande imprensa. Nossas frases, juntas, mal somavam cinco linhas. Para respondê-las, o Estado Maior da direita brasileira produziu um editorial com 727 palavras, um artigo com outras 823 e uma nota conjunta (assinada pelos presidentes do PSDB, do DEM e do PPS) com mais 284.

O que dissemos para causar tamanha incontinência verbal? Dissemos que o mundo vive uma crise do modelo neoliberal, do qual PSDB e o DEM foram os grandes patrocinadores no Brasil. Óbvio do óbvio. Até as paredes sabem o que desgoverno FHC fez na década passada e o quanto seus sagrados mandamentos (Estado mínimo, privatizações, corte de gastos e choque de gestão, entre outros) estão umbilicalmente ligados à bíblia do neoliberalismo. Os principais gestores daquele desgoverno fizeram a apologia do “fim da história”, como se o capitalismo neoliberal pudesse representar a solução para todos os conflitos sociais, regionais e setoriais. Hoje, estamos assistindo ao “fim da estória”, aquela estória que nos contaram os “neobobos” que privatizaram o Brasil.

Não há qualquer novidade nesse diagnóstico. Expressá-lo é um direito. Repeti-lo, um dever de todos os cidadãos que não querem a volta do modelo responsável por quebrar o Brasil três vezes e que, hoje, ameaça jogar o mundo inteiro na mais profunda recessão desde 1929.

Nos países centrais do capitalismo, importantes gurus do neoliberalismo já vieram a público reconhecer seus erros. No Brasil, ao contrário, os que passaram a vida papagaiando estes mesmos gurus agora correm para trás da moita e se escondem ali, rezando para que esqueçamos tudo o que escreveram, disseram e praticaram até ontem. Compreensível que reajam de maneira histriônica quando alguém traz à tona a memória de um passado tão incômodo.

Digna de nota, nesse caso, é a comovente solidariedade entre os parceiros do projeto fracassado. PSDB, DEM, PPS e mídia – aqui muito bem representada pelo tradicionalíssimo Estadão – uniram-se no ataque às nossas observações, embora com discursos diferentes.

Enquanto os partidos dizem que não podem ser responsabilizados pela crise, o Estadão repete, em editorial e na coluna de Dora Kramer, a tese cômica de que o presidente Lula deve sua alta popularidade ao fato de supostamente ter mantido os “fundamentos” da era FHC. No espaço diário que mantém no jornal, a colunista parece tão convencida de seu raciocínio que chega a nos dar uma chance de reparação: “Pode ter havido um mal entendido”, diz ela. “Se houve, cabe ao PT esclarecer as coisas o quanto antes”.

Então vamos aos esclarecimentos. Em primeiro lugar, não houve mal entendido. Dissemos e reafirmamos: o projeto de país inaugurado pelo PT e pelo governo Lula é diametralmente oposto daquele que foi sepultado quando FHC, o PSDB e o DEM deixaram o Palácio do Planalto, por soberana vontade popular.

O governo Lula promoveu um inédito crescimento com distribuição de renda, realizando o maior processo de inclusão sócio-econômica de que se tem notícia na história do país. Para chegar a esse resultado foram fundamentais a reorganização do Estado – destruído e dilapidado na gestão anterior –, a recuperação dos bancos públicos, o compromisso com os mais pobres, o combate incessante às desigualdades sociais e regionais, a democratização do crédito e dezenas de outras políticas públicas que levaram ao surgimento de um vigoroso mercado interno de consumo e que em nada se assemelham à pregação neoliberal.

Com Lula, o Brasil também abandonou a habitual submissão aos interesses norte-americanos, diversificou suas exportações, privilegiou a integração regional, articulou-se com demais nações emergentes e passou a atuar como protagonista em todos os fóruns internacionais – sempre, diga-se, contra a vontade da oposição e da mídia em geral. Por eles, teríamos avalizado a ALCA (Área de Livre-Comércio das Américas), que sacramentava o Brasil como quintal dos EUA e cujo acordo FHC deixou pronto para ser assinado em 2005. Com a economia norte-americana em frangalhos, não é difícil imaginar o seria do país hoje se o governo Lula não tivesse brecado toda a operação.

Esses são os motivos pelos quais o Brasil é considerado, pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país mais bem preparado para o enfrentamento da crise internacional. E esses são os motivos da alta popularidade do presidente Lula.

Os que se envergonham do que fizeram não se iludam. Nós, do PT, fazemos questão de promover esse debate. E não para “patrocinar uma volta às origens”. As mudanças que promovemos no Brasil em apenas seis anos são a maior prova de nunca nos afastamos de nossas origens e de nossos compromissos.

*Ricardo Berzoini é presidente nacional do PT
*Paulo Ferreira é secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT

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