22 agosto 2006

Para movimentos, prisão de Jaime é provocação e perseguição


Um dia após o covarde assassinato de duas lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Coordenador Nacional do MST, Jaime Amorim foi preso pela Polícia Civil quando voltava do velório de uma das vítimas no município de Itaquitinga, a 82 quilômetros do Recife.

O motivo da prisão teria sido um processo movido pelo Ministério Público Estadual contra Jaime Amorim pelo seu suposto mau comportamento em um ato na frente do Consulado dos Estados Unidos em novembro de 2005, no Recife. O mandado de prisão foi expedido pelo Juiz Joaquim Pereira Lafayette Neto, da 5º Vara Criminal da Capital, no último dia 04 de julho. O magistrado alegou que Jaime Amorim não tinha residência fixa e que tinha antecedentes criminais.

A prisão de Jaime Amorim está sendo considerada descabida por advogados que acompanham o caso. “A prisão não tem fundamento, a base da prisão é Jaime não ter endereço fixo, o que não é verdade”, explica Fernando Prioste, advogado da Terra de Direitos que acompanha o caso.

De acordo com o Coordenador Estadual do MST, Alexandre Conceição, “O Movimento está achando ridículo o mandado de prisão de Jaime Amorim em um momento como esse. Esta é uma prisão política e representa uma represália contra o MST. Os advogados estão tomando as providências e vamos entrar com um habeas corpus ainda hoje”.

Para Marcelo Santa Cruz, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, a prisão no dia de hoje é uma provocação. “Não se justifica essa prisão hoje, dia em que dois sem-terra estão sendo sepultados. O mandado está na rua desde o dia 04 de julho, isso foi uma provocação. É muito estranho também o processo ter corrido à revelia do réu. Jaime é uma pessoa pública, não precisava ser citada por edital. Ele tem sim endereço fixo e a sede do MST também. Assim como conseguiram localizá-lo para prender o localizariam para citar, se fosse de interesse”, considera Marcelo santa Cruz.

Assim que foi detido, Jaime foi levado para o Instituto Médico Legal, onde fez o exame de corpo e de delito e, em seguida, foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

Uma reunião entre o Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Fausto Freitas e uma comitiva formada por representantes do MST, do Incra parlamentares, advogados e entidades de direitos humanos será feita nas próximas horas na sedo do TJPE.

Fonte Terra de Direitos

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