08 novembro 2006

Dossiê: piloto investigado voava para presidente do PSDB


O piloto Tito Lívio Ferreira Lima, que será ouvido amanhã por policiais federais que investigam o escândalo do dossiê contra tucanos de SP, fez vôos para políticos do PSDB durante a campanha eleitoral em Mato Grosso do Sul.

O dono da empresa MS Táxi Aéreo, Arlindo Barbosa, também será ouvido sobre a suposta contratação do avião pelos acusados de tentar comprar o dossiê produzido pela família Vedoin, dona da Planam e cabeça da máfia das ambulâncias.

Tito Lívio seria responsável por supostamente pilotar o avião da MS Táxi Aéreo para transportar de São Paulo a Cuiabá parte do dinheiro que seria usado na compra de um dossiê por petistas ligados à campanha de Aluízio Mercadante (PT/SP) contra o candidato tucano ao governo José Serra, que venceu a eleição. A PF quer descobrir quem contatou Lima para fazer o transporte.

O piloto voou algumas vezes para levar o presidente do PSDB estadual, o deputado federal eleito Waldir Neves, a compromissos de sua agenda eleitoral no interior. No dia 24 de agosto, Tito Lívio, Neves e Reinaldo Azambuja (eleito deputado estadual) estavam num monomotor que se envolveu em um acidente ao tentar levantar vôo de uma pista em Aral Moreira, a 368 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai. Uma pane paralisou o motor no momento da decolagem e a aeronove acabou colidindo contra uma caminhonete que estava estacionada na cabeceira da pista. Ninguém ficou ferido.

A MS Táxi Aéreo é uma das empresas que aparecem na prestação de contas de campanha do presidente do PSDB. De acordo com os dados de sua declaração, Neves pagou R$ 4.230 pelo serviço de táxi aéreo. O pagamento foi feito no dia 23 de outubro. Procurado em seu gabinete, a informação é que Waldir Neves está em Brasília nesta terça-feira. Um assessor informou que o deputado contratou a MS Táxi Aéreo durante a campanha e que ele teria ficado “surpreso” ao saber da suposta ligação da empresa com o escândalo do dossiê.

As ligações entre o dinheiro do dossiê e a MS Táxi Aéreo surgiram em setembro, quando houve a quebra de sigilo telefônico de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, os dois presos com R$ 1,7 milhão na suíte do hotel Íbis, em São Paulo. A polícia detectou telefonemas de Valdebran a um celular corporativo pertencente à empresa.

Fonte: Campo Grande News

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