08 novembro 2006

A verdade grita


por Eduardo Guimarães

Acho que o correto a ser feito é continuarmos "prestigiando" todos os veículos da grande mídia que pudermos. Esses veículos têm alcance, e pararmos de contradizê-los só irá deixá-los livres para dizerem o que quiserem. A tática deles é nos ignorar, a nossa - que os fatos mostram ser mais eficaz -, é desmontar-lhes os discursos através da internet. Eles têm mais alcance com seus jornalões, suas TVs, rádios e links nas primeiras páginas de sites famosos como o UOL, Globo.com etc. É muita coisa. Absolutamente desigual. Mas onde tiver uma Lan House, onde tiver um jovem, uma dona de casa, um motorista de táxi, um pedreiro, um advogado, um comerciante ou qualquer outro cidadão, de todas as classes, de todas as etnias, em qualquer lugar do Brasil, enfim, onde tiver quem se interesse pelo que acontece em seu país, estará alguém que leu um de nossos e-mails, um de nossos blogs e que enviará o que leu a outros tantos, e esses, todos juntos, formarão uma corrente que irá passando as opiniões proscritas para frente, num efeito multiplicador irrefreável, contínuo e que, ao lembrar às pessoas que só se vê um tipo de opinião na mídia, fará todos pensarem. Por isso, coragem, meus amigos. Eu sei que é difícil, é humilhante, é revoltante, causa asco, uma sensação de impotência cruel, mas temos que agüentar e continuar lutando. Ano passado, nesta época, a direita dizia que se livraria de quem pensa diferente dela por 30 anos; hoje, o autor dessa frase e seu partido caminham em marcha-batida para o ostracismo, para o lugar pequeno e escuro que a história lhes reservará. A nós, democratas corajosos, sobretudo os cidadãos que gastam seu tempo aqui sem terem qualquer vinculação político-partidária, qualquer interesse que não o bem do pais, está reservado um lugar honroso na história que os que realmente pensam escreverão. Termino por aqui, porque me emocionei com meu grito de indignação. Vou à cozinha, tomarei um copo d'água, respirarei fundo, olharei para o rosto de minha mulher, de meu filho, de minha filha pequena, pensarei em minhas filhas que no momento não estão aqui e, sobretudo, em minha neta, e depois irei até o espelho e direi a mim mesmo que estou fazendo o que me é humanamente possível para defender um país mais justo, em que todos tenham voz, ainda mais se for para defender distribuição de renda e de oportunidades. Que Deus os abençoe, meus irmãos e irmãs, que com suas palavras honestas, serenas e precisas como um bisturi se levantam contra o discurso do ódio e da arrogância com que certos "jornalistas" tentam afogar os críticos de sua corporação.

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