09 novembro 2006

Uma aposta na curta memória do eleitor


Fala-se agora na formação de um novo partido.

Que leitura poderíamos fazer de tal fato?

Se verificarmos os fundadores poderemos tirar algumas conclusões.

Em sua maioria são oriundos do PSDB, que se transformou no Partido Sem Destino no Brasil. Seu representante máximo o ex-ex-presidente FHC terminou essa eleição com a moral mais baixa do que estava, seus caciques foram derrotados pelo voto. Os sobreviventes procuram uma tábua de salvação, e esta apareceu na formação de um novo partido.

Com o descrédito da sigla PSDB na maior parte do Brasil, não resta outra saída senão um novo partido.

O possível novo partido já nasce com a linha de centro-esquerda, mas esta não era a linha do PSDB? Por que lembrar?

Como sempre acontece na nossa política, as consultas começam pelos chefes que poderiam aderir, as bases ficam para depois, dá-se um jeito.

Juntando-se o poder de A em uma região mais de B em outra, mais de C em outra, formarão a base, mesmo que seja apenas de interesseiros como os fundadores.

A leitura principal que faço deste fato é a aposta na curta memória do eleitor.

Cria-se uma sigla bem chamativa e com atrativos populares, junte-se a isso a adesão de líderes regionais, sempre teremos alguém esperando uma boquinha melhor que a que tem e promessas não faltarão.

Prepara-se uma grande festa para apresentação do partido para demonstração de força, esta poderá também ser em uma cerimônia mesmo grandiosa, mas simples para dar o sentido de humildade e aproximação com o povo.

Sendo um partido recém fundado, não terá rabo preso logo poderá ser uma oposição “honesta”, até quando sds.

Agora vem o ponto crucial, a desvinculação dos nomes com o passado. Aí não arrisco solução.

Como desvincular Roberto Freire do ex-comunista que trabalhou em postos do INCRA durante a ditadura, tornou-se comunista de novo e finalmente se rendeu ao entreguismo do PSDB/PFL?

Como desvincular Serra de FHC o maior vendilhão a preço de bananas do patrimônio público de quem foi ministro e apadrinhado. Como esquecer do seu envolvimento nos escândalos que estão sendo apurados?

Como fazer esquecer a participação de Azeredo no tucanoduto, ainda em investigação?

Acho não ser necessário falar de Virgílio, Alckmim, Jereissati, os Dias e cia.

A única solução que posso vislumbrar, seria a formação de uma nova geração de político, mas que comprovadamente não tenham convivido com essa turma e tenham sofrido suas influências maléficas.

Podem até apostar na memória curta dos eleitores e nas manipulações da mídia, mas não esqueçam das memórias dos nossos PCs que poderão expor a qualquer hora seus passados, mesmo com a tentativa do Azeredo de controlar a internet. Para defender nossos direitos, sempre daremos um jeito.



Paulo Nolasco de Andrade

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