24 novembro 2006

A grande mídia em xeque


Concluída as eleições e confirmado a reeleição do presidente Lula, a grande mídia está decididamente em xeque.

Ela jogou e perdeu, se tivesse conseguido emplacar os seus candidatos, estaria tudo perfeito. Sua isenção possivelmente mesmo que questionada seria relevada, sua manipulação estaria justificada e a vida seguiria como ela esperava, senhora do poder.

Os colunistas da Folha e do Estadão teriam garantido seus salários no trabalho de des-democratização, jornalistas da Veja seriam recompensados por suas mentiras investigativas, os Biais, Bonners e Ali refariam a pintura da Vênus platinada, nem a falta do Bussunda seria sentida na queda da qualidade do humor do “Casseta e planeta”, nem a perda da audiência do Jô com suas "meninas" seria notada.

Uma última jogada foi tentada às vésperas do primeiro turno e aparentemente deu certo, a mídia se sentiu fortalecida e acreditou em seu poder.

Jogaram todas as suas fichas no segundo turno, bateram pesado e deslealmente, mas o eleitor não se deixou enganar e disse não e reelegeu o presidente Lula.

Como não poderia deixar de ser, a verdade começa a vir à tona.

As matérias forjadas da Veja estão sendo desmascaradas bem como seus colunistas malucos e irresponsáveis, a Folha e o Estadão se vêem diante de um dilema, como manter esse falso jornalismo diante das verdades que cada vez mais se tornam públicas, a Rede Globo tenta um “mea culpa” diante de um fato incontestável de manipulação contra o governo paranaense, querendo aparentar justiça, enquanto o Jornal O Globo investe irresponsavelmente contra a Petrobrás (leia-se PT).

A impressão que passam é que no momento a grande mídia representada por quatro famílias (Frias, Marinho, Mesquita e Civita) está sem rumo, atirando para qualquer lado esperando uma sinalização que sirva como uma tábua de salvação.

A possibilidade de uma quebra desse monopólio está levando-os ao desespero, eles sabem que a perda das verbas fáceis de publicidade pública alinhadas à incompetência gerencial pode significar o seu fim.

O grau de descrédito que a “grande mídia” brasileira atingiu não tem comparação na história do país, credite-se isso a uma maior conscientização do leitor/telespectador, que eles não detectaram e continuaram a agir irresponsavelmente como a décadas passadas quando tinham o poder da força do seu lado com a qual colaboravam.

Não me recordo quem falou, mas o fez com muita propriedade ao afirmar que esta eleição significou realmente o fim da ditadura, e um bom, forte e claro sinal pode ser a democratização da mídia.



Paulo Nolasco de Andrade

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