07 novembro 2006

Alerta total na blogosfera democrática: mandaru D. Eliane botá fogo no palheiro. OJO!


“Mancebos! mirai-vos neste espelho!
Não vos metais em frota sem bandeira!
É bom, mas sai muito caro.”[1]



“Frota sem bandeira”, prô Artur Azevedo, em 1887, eram os piratas que, todos, tinham bandeira, é claro (sem ela... de onde viria a grana?!), mas eles escondiam a bandeira, porque pirataria era crime. Hoje, “frota sem bandeira” são os jornalistas da mídia-empresa brasileira, a acreditar-se no que eles escrevem sobre eles mesmos.

Claro que os jornalistas da mídia-empresa brasileira têm bandeira e lado (e todos têm a MESMA bandeira), mas é claro que a escondem. O que, aliás, complica muito o argumento dos jornalistas da mídia-empresa brasileira, pq... ORA BOLAS!

Se não é crime o jornal ou o jornalista ter lado... por que todos os jornais-empresas e todos os jornalistas-empregados escondem que eles têm lado e que todos tem o mesmo lado e que esse lado NÃO É o meu lado?!

Depois... o indigente mental sô eu-euzinho, né?!

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No frigir dos ovos, tô é achano que, afinal, estamos começando a acertar a veia de alguém-lá.

Os caras estão começando a sair da toca! Estão vindo prô nosso boxixo! Viva o Brasil! Lula é muitos!

D. Eliane já começou a confessar-se: “Criei a cizânia. Pronto. Tá criada.”

Hoje, D. Eliane Cantanhede praticamente confessa e assina, na coluna, que “está criada a cizânia”[2]. Rápido, o Nobat repete: ela criô, sim, a cizânia. Tá criada, e ninguém tasca. Por quê?! Tás achano ruim, leitor-eleitor?! Que se lixe o leitor-eleitor! Eu sô Bornhausen-Cruela! Eu prendo-mato-e-arrebento.”

Não há dúvidas de que D. Eliane fez tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo o que pôde pra criar a cizânia. Tem-se de reconhecer que é ‘jornalista’ “bem-mandada”, como se dizia, antigamente, das mucamas: “bem-mandada” era qualidade desejada nas escravas, pelos donos de escravas; e sempre significou “obedece direitinho, sem estrilar”.

Na coluna de hoje, D. Eliane conclui como qualquer um concluiria um relatório de atividades: “Era preu criar cizânia? Ufa! Pronto! Tá criada a cizânia. Se piorar, melhora.” Que jornalismo há nisso?!

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Clóvis Rossi, esse, hoje, mete-se a escrever metáforas de ‘mirem-se no próprio espelho’... E dorme.

Primeiro, eu-euzinho não tenho naaaaaaaaaaaaaaaada a ver com nenhum “patrulhamento petista”: eu mesmo faço o MEU próprio patrulhamento.

Eu sou LULISTA. E eu pratico o MEU PATRULHAMENTO só-meu e democrático, pra defender o MEU voto democrático. Tô no meu direito.

Acho, até, por falar nisso, que os petistas patrulham mal e pouco. Espero que, em breve, a ministra Dilma Roussef comece a patrulhar MUITO mais e melhor todos os jornalões e jornalistas e a Rede Globo todinha.

Segundo, Clóvis Rossi investe (e arrisca) sua credibilidade, em ‘esquentar’ D. Eliane, a que confessa (ver acima). Depois, ele investe (e arrisca) outra vez a sua credibilidade em ‘esquentar’ o Merval. Ora essa! Se o Merval prestasse, como jornalista, ele não precisaria estar sendo ‘esquentado’ por nenhum Clóvis Rossi.

Por outro lado, se o Clóvis Rossi gasta uma coluna INTEIRINHA pra esquentar Mervais... que jornalismo faz o Clóvis Rossi? Problema lógico indecidível. O enigma do DES-jornalismo da Folha de S.Paulo permanece impenetrável.

Depois, Clóvis Rossi começa cô negócio do espelho.

Um dos nossos campanhistas meteu-se na cabeça que, hoje, Clóvis Rossi teria A-R-A-SAAAAAAAAADO com Stendhal inteirinho, porque, como choramingava nosso campanhista desiludido, “Stendhal é o rei dos espelhos... Comé que Clóvis Rossi se atreve a escrever sobre espelho (etc. etc.)?”[3]

Mas outro de nossos campanhistas entendeu que “Nada disso! CR requenta é a metáfora do “Mira-te, tu, no teu próprio espelho”, que é só aristocrática e moralista e metida a besta, pq, afinal, cada um tem o direito de se mirar no espelho que queira, seu ou dos outros.

E, em todos os casos, cada um se mira no espelho em que possa mirar-se – Clóvis Rossi inclusive.

Stendhal perdeu, nessa disputa, pq alguém logo berrou que CR não tem nada a ver com Stendhal & espelho, pq Stendhal falava de ROMANCE, não falava de coluneca de jornaleco tucano-pefelista-uspeano (mesmo que a coluneca do jornaleco nem saiba que é ou pense que não é tucano-pefelista-uspeano).

Deixamos esse papo por aí mesmo e combinamos que anotaríamos as duas possibilidades interpretativas, por via das dúvidas, que Stendhal, aí (e em francês!), quanto mais melhor, contra a tucanaria-pefelista-uspeana.

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Quanto a “indigência mental”... Ora essa! Quem disse que o Sr. Clóvis Rossi precisa perder algum minuto de sono com a MINHA indigência mental real ou pressuposta?!

O Sr. Clóvis Rossi deveria, isso sim, é ocupar muuuuuuuuuuitas horas de vigília pra curar a indigência mental DELE.

A indigência mental do leitor é INDISCUTÍVEL e pressuposta. O leitor nasce analfabeto. Quem já nasce alfabetizado é o JORNAL e o JORNALISTA e, sobretudo, o dono do jornal.

Ora essa... Se eu-leitor continuo perfeita besta depois de 20 anos de, todos os dias, eu-leitor PAGAR PRA LER e ler a coluna do Clóvis... TÁ PROVADO: a indigência mental do Clóvis Rossi é problema MUITO MAIS GRAVE para toda a sociedade do que a minha indigência mental, mesmo que a minha indigência mental seja TOTAL, como provavelmente é.

“Eles receiam que o público, com pateada bravia, desfaça cos pés, um dia, o que eles têm feito coas mãos!”[4]



Preto no branco, o negócio do espelho veio numa metáfora enroladíssima, do Clóvis Rossi, segundo a qual eu-euzinho só teria sabido do mensalão ‘porque’ deu na Folha.

Bom... Se o problema é esse, até eu-euzinho, que sou indigente mental TOTAL, sei MUITO MELHOR do que Clóvis Rossi. Quem manda ele dormir, em vez de estudar jornalismo democrático?! Demonstro.

Se é verdade que eu-euzinho nunca teria sabido do mensalão se não desse na Folha... é MUITO MAIS VERDADE que a Folha NUNCA teria sabido de porcaria nenhuma de mensalão, se o ministro José Dirceu não tivesse mandado parar a maracutaia do ex-Jeff nos Correios, o qual, então, numa emergência TOTAL (lá pro lado dele), procurou a Folha, PAUTOU a Folha, ENTREVISTOU a Folha (na pessoa da Loprete), safou-se de ir prô xilindró naquele preciso dia e hora, como ele precisava fazer... e zurrou que a República estava caindo e o resto é balela, como se viu, porque nenhuma República caiu e, até, foi reeleita.

O ex-Jeff, esse sim, é que merecia ganhar o Prêmio Imprensa de 2006.

Ganhô? Não. Taí: o prêmio imprensa tava dormindo (de raiva da MINHA indigência mental), igualzinho à indigência mental do Clóvis Rossi-que-dorme.

Com o quê, afinal, damos por demonstrado que o Sr. Clóvis Rossi, a D. Eliane Cantanhede e o Noblat e o Merval (e, pelo visto, tooooooooooooooooooooodos os jornalistas-colunistas de jornalão no Brasil) andam dormindo mais do que o recomendado para a prática do bom jornalismo, porque, afinal, tá totalmente na cara que nem a República caiu, nem eu-euzinho e o meu voto democrático caímos no conto-do-vigário-do-jornalismo-sem-lado, aí, desse pessoal todo.

No geral, atenção, atenção, toda a blogosfera democrática: D. Eliane Cantanhede tá decidida a pôr fogo no palheiro. Ojo!

NOTAS

[1] Arthur Azevedo, “O Homem”, Revista fluminense de 1887, em prosa e verso, em três atos e dez quadros. Na internet aqui.

[2] ELIANE CANTANHEDE, 5/11/2006, “Dois pra lá dois pra cá”, na Folha de S.Paulo, na edição impressa, p. 2, na Internet, aqui e, requentada, no mesmo dia, no Blog do Noblat, às 13h20).

[3] Em “O Vermelho e o Negro”, Stendhal escreveu que o ROMANCE é um espelho que o autor carrega e, quem não gostar do que lê, sobre a lama do caminho, não xchingue nem o autor nem o espelho, que a culpa não é deles, pq a culpa é da “estrada ou da lama, ou do funcionário público que não conserta as estradas, ou da chuva que faz lama” ou coisa parecida. O que está lá é: “Eh, monsieur, un roman est un miroir qui se promène sur une grande route. Tantôt il reflète à vos yeux l'azur des cieux, tantôt la fange des bourbiers de la route. Et l'homme qui porte le miroir dans sa hotte sera par vous accusé d'être immoral! Son miroir montre la fange, et vous accusez le miroir! Accusez bien plutôt le grand chemin où est le bourbier, et plus encore l'inspecteur des routes qui laisse l'eau croupir et le bourbier se former.” (Stendhal, Le rouge et le noir (1830), CHAPITRE XIX. “L'opéra bouffe”, na íntegra aqui).

[4] Arthur Azevedo, cit.

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