A falta de caráter e escrúpulos dos políticos do PSDB e do PFL atingiu proporções tão grandes que está causando revolta até mesmo entre aqueles que os têm apoiado sem restrições na imprensa, obrigando-os a atuarem como jornalistas de verdade.
Confiram abaixo o que escreveu o anti-PT de carteirinha André Petry, na famigerada revista VEJA - que pode ser acusada de tudo, MENOS de ser petista:
Confiram abaixo o que escreveu o anti-PT de carteirinha André Petry, na famigerada revista VEJA - que pode ser acusada de tudo, MENOS de ser petista:
ANDRÉ PETRY
Trololó tucano
O episódio (dos ataques do PCC) é uma demonstração constrangedora do esforço dos tucanos para se eximirem de responsabilidade numa crise em que estão cobertos de responsabilidade. O tucano José Serra, virtualmente eleito para o governo paulista, passou a semana dizendo que Lula era o responsável pela crise em São Paulo e que, em vez de tomar as providências necessárias, optou por fazer "demagogia e trololó".
Reprodiuzido da revista Veja
Dá gosto ver como os tucanos reagem quando a vaca vai para o brejo. São Paulo virou show da bandidagem, e Geraldo Alckmin, governador do estado até quatro meses atrás, percorreu um calvário de explicações: começou a semana falando em "números europeus" e encerrou insinuando que o PT pode estar por trás das ações criminosas do PCC. Vale a pena acompanhar a evolução:
Domingo, dia 9. Ao embarcar para a Europa, Alckmin não enxerga crise alguma, diz que os presídios paulistas estão sob controle e que o índice de fugas das penitenciárias do estado é de apenas 0,13%, "um número europeu".
Segunda, dia 10. Já na Europa, Alckmin descobre a América, vislumbra um pedacinho de crise e faz um diagnóstico ululante: "Nosso problema são os presos, temos 140.000 pessoas em presídios, inclusive líderes de facções criminosas".
Quarta-feira, dia 12. De volta a São Paulo, Alckmin vai mais longe e explica que a nova onda de atentados do PCC decorre de um acerto do governo paulista. "É reação a uma ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado." (Referia-se ao bandido Emivaldo Silva Santos, de 30 anos, preso no dia anterior.) No mesmo dia, o senador Jorge Bornhausen, a Bia Falcão da política nacional, diz suspeitar que o PT está por trás das ações do PCC. Por quê? Porque as ações criminosas recrudesceram no dia em que uma pesquisa eleitoral apontava crescimento de Alckmin...
Quinta-feira, dia 13. Alckmin finalmente enxerga uma crise importante, mas agora acha que Bornhausen pode ter razão e tudo muda: "Estranhas a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como os atos são desencadeados".
Como assim? A coisa não ocorre porque "nosso problema são os 140.000 presos, inclusive líderes de facções criminosas"? A época em que a coisa ocorre não é por causa da "ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado"?
O episódio é uma demonstração constrangedora do esforço dos tucanos para se eximirem de responsabilidade numa crise em que estão cobertos de responsabilidade. O tucano José Serra, virtualmente eleito para o governo paulista, passou a semana dizendo que Lula era o responsável pela crise em São Paulo e que, em vez de tomar as providências necessárias, optou por fazer "demagogia e trololó". Serra até encampou, com mais ênfase que Alckmin, a tese de que o PT anda dando a linha para o PCC...
Lula não fez nada na área da segurança pública. Na campanha de 2002, disse que seria sua prioridade, apresentou um programa bonitão e, depois de eleito, engavetou todas as letras. Prometeu que faria cinco presídios federais de segurança máxima. Se conseguir um milagre, encerra o mandato com dois. Mas, cá para nós: os tucanos governam São Paulo há doze anos, governaram o Brasil por oito anos e Lula, há quatro no poder, é o único culpado pelo caos?
Ora, senhores: dizer isso é combinar demagogia com trololó.
Reprodiuzido da revista Veja
Dá gosto ver como os tucanos reagem quando a vaca vai para o brejo. São Paulo virou show da bandidagem, e Geraldo Alckmin, governador do estado até quatro meses atrás, percorreu um calvário de explicações: começou a semana falando em "números europeus" e encerrou insinuando que o PT pode estar por trás das ações criminosas do PCC. Vale a pena acompanhar a evolução:
Domingo, dia 9. Ao embarcar para a Europa, Alckmin não enxerga crise alguma, diz que os presídios paulistas estão sob controle e que o índice de fugas das penitenciárias do estado é de apenas 0,13%, "um número europeu".
Segunda, dia 10. Já na Europa, Alckmin descobre a América, vislumbra um pedacinho de crise e faz um diagnóstico ululante: "Nosso problema são os presos, temos 140.000 pessoas em presídios, inclusive líderes de facções criminosas".
Quarta-feira, dia 12. De volta a São Paulo, Alckmin vai mais longe e explica que a nova onda de atentados do PCC decorre de um acerto do governo paulista. "É reação a uma ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado." (Referia-se ao bandido Emivaldo Silva Santos, de 30 anos, preso no dia anterior.) No mesmo dia, o senador Jorge Bornhausen, a Bia Falcão da política nacional, diz suspeitar que o PT está por trás das ações do PCC. Por quê? Porque as ações criminosas recrudesceram no dia em que uma pesquisa eleitoral apontava crescimento de Alckmin...
Quinta-feira, dia 13. Alckmin finalmente enxerga uma crise importante, mas agora acha que Bornhausen pode ter razão e tudo muda: "Estranhas a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como os atos são desencadeados".
Como assim? A coisa não ocorre porque "nosso problema são os 140.000 presos, inclusive líderes de facções criminosas"? A época em que a coisa ocorre não é por causa da "ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado"?
O episódio é uma demonstração constrangedora do esforço dos tucanos para se eximirem de responsabilidade numa crise em que estão cobertos de responsabilidade. O tucano José Serra, virtualmente eleito para o governo paulista, passou a semana dizendo que Lula era o responsável pela crise em São Paulo e que, em vez de tomar as providências necessárias, optou por fazer "demagogia e trololó". Serra até encampou, com mais ênfase que Alckmin, a tese de que o PT anda dando a linha para o PCC...
Lula não fez nada na área da segurança pública. Na campanha de 2002, disse que seria sua prioridade, apresentou um programa bonitão e, depois de eleito, engavetou todas as letras. Prometeu que faria cinco presídios federais de segurança máxima. Se conseguir um milagre, encerra o mandato com dois. Mas, cá para nós: os tucanos governam São Paulo há doze anos, governaram o Brasil por oito anos e Lula, há quatro no poder, é o único culpado pelo caos?
Ora, senhores: dizer isso é combinar demagogia com trololó.
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