22 julho 2006

Quem são os mentirosos?


Anda circulando pela internet um email com um arquivo com uma mensagem em ppt que mostra fotos de um suposto avião presidencial brasileiro.

Aqui vai a primeira foto interna do avião:


A falsa sala, provavelmente de algum avião da Arábia Saudita, pelo estilo de decoração.



A verdadeira sala, decoração mais ao nosso estilo.


Outra foto do lado de fora:


O falso avião, com estas listas embaixo.... alguma coisa esta errada.


O verdadeiro avião.

E aqui segue um relato do José Sarney que viajou, junto com outros ex-presidentes:

José Sarney Viajei no Aerolula - 15-04-2005

Viajei no Aerolula
O avião presidencial é um sonho de consumo que passou a integrar a imaginação dos brasileiros. Construíram tantas fantasias que as pessoas passaram a pensar que ele não era avião, mas um palácio voador, cheio de encantos e surpresas, coisa das mil e uma noites.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa iniciativa temerária e idealista, resolveu ir a Roma para os funerais de João Paulo 2º acompanhado de uma comitiva eclética-ecumênica com os ex-presidentes, diga-se o próprio que estas escreve, Fernando Henrique e Itamar Franco, mais pesos-pesados, como Severino Cavalcanti, o novo e consagrado "pop star", reforçando a representação com Renan Calheiros e impondo a todos a guarda da Constituição com a presença do nosso nunca demais respeitado ministro Nelson Jobim, presidente do STF, e, como escrivão da armada, o senador Mercadante, líder do governo.
Era o Brasil, na expressão dos seus símbolos e poderes, demonstrando o respeito e o pesar pela morte de quem foi grande na vida e maior será na eternidade, o papa Karol Wojtyla.
Para mostrar a nossa unidade, deu-nos a alegria da presença do rabino Henry Sobel, do xeique Armando Hussein Salek, do pastor luterano Rolf Shunemann e, atento aos orixás, convidou a mãe-de-santo Nitinha, que perdeu o avião e o encanto das nuvens cruzadas pelo Aerolula. Dom Scherer, secretário-geral da CNBB, e dom João Aviz, arcebispo de Brasília, com aquele seu jeito de João 23, eram os nossos párocos.
Dois caças Mirage escoltavam o avião, numa proximidade tão perigosa que pedi ao presidente Lula: "Diga-lhes muito obrigado e peça para se afastaram, podem bater".
Quando entrei no avião, com a imaginação do PSDB na cabeça sobre os luxos do avião, sofri uma imensa decepção. Foi tão grande que me perturbou a viagem. O tal avião nababesco era igual ao Airbus A-319 da TAM em que sempre viajamos para São Luís. Apertado, de uma configuração franciscana, e o quarto do presidente mais acanhado do que cozinha de quitinete. Dão saudades os espaços largos do "Sucatão". Disseram-me que o que faltava em cima estava em baixo: era querosene, para dar mais autonomia de vôo. Pensávamos voar num Aerolula e voávamos espoliados pelo querosene, que ocupou nosso conforto.
O mais simpático da viagem foi a comovente simplicidade de dona Marisa, comemorando seu aniversário sob as preces ecumênicas recitadas em hebraico, em árabe e em latim.
Depois, veio o almoço. O rapaz de bordo anuncia o cardápio: "Fritada de Lula". Fernando Henrique pediu logo: "Este é meu". Já Lula respondeu: "Quero tucano ao molho pardo". "Não tem". "Então traz a galinha de cabidela". Eu, diante dessa subintenção de pratos, disse logo: "Não quero almoçar".
Minha mulher, quando cheguei, foi logo indagando: "E a conversa no avião?". "Não teve". "Como? Com tanta gente inteligente!". "Justamente por isso. Todos jogaram na retranca."

Vera



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