Relembrando o governo FHC - 2
Caixa 2
Na época, o acusador foi ACM ( então ex-senador )
‘‘Caixa 2 foi ordem de FHC’’
07 de junho de 2001
De acordo com ex-senador (ACM) , Eduardo Jorge recolheu na campanha contribuições extra-oficiais a mando de Fernando Henrique. Ele garante ter provas do que diz.
Da Redação - Com Agência Folha
Antonio Carlos Magalhães voltou ao ataque. Resolveu mexer em um dos tendões de Aquiles do governo. Em Salvador, o ex-senador disse ter provas de que foi o próprio Fernando Henrique quem ordenou que o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas fizesse um caixa-dois de contribuições de campanhas para a eleição de 1998. ‘‘Ele deu ordens para Eduardo Jorge Caldas pedir dinheiro ‘extra-oficialmente’ para empresários em seu nome durante a campanha de 1998’’, afirmou ACM. ‘‘Se ele disser que é mentira, vou apontar todas as pessoas que deram dinheiro para o Eduardo Jorge por ordem dele’’, ameaçou o ex-senador. ‘‘Quanto a mim, não tenho ninguém que receba por mim extra-oficialmente, como ele no caso do Eduardo Jorge’’.
Procurado pelo Correio Braziliense, Eduardo Jorge foi lacônico e agressivo: ‘‘Eu não falo com o Correio’’, respondeu. Fernando Henrique também não respondeu às acusações. O porta-voz da Presidência, Georges Lamaziére, informou que o presidente não tinha comentários a fazer.
No ano passado, procuradores da República em Brasília iniciaram uma investigação para apurar os recursos destinados à campanha do presidente Fernando Henrique. Descobriu-se uma lista com nomes de empresas e pessoas que não contribuíram oficialmente para a campanha. Na época, em depoimento ao Senado Federal, o ex-secretário também negou a existência de qualquer caixa dois na campanha.
Irônico, ACM disse que adoraria ser atacado mais vezes por Fernando Henrique. ‘‘Acho que ele poderia me atacar agora, pois preciso subir no conceito da opinião pública. Hoje, quem é atacado pelo presidente cresce na opinião pública, já que ele está na lona’’, disse.
ACM concluiu dizendo que poderá vir a divulgar as respostas dadas por Fernando Henrique às suas cartas que denunciavam corrupção no governo, dando a entender que as respostas demonstrarão que o presidente não se interessava em apurar as denúncias.
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Sexta-feira, 8 de Junho de 2001
ACM endurece o tom dos ataques e reafirma que presidente é leniente com corrupção no governo
O presidente Fernando Henrique Cardoso evitou ontem, mais uma vez, dar uma resposta política a ataques do senador cassado Antônio Carlos Magalhães - que o acusou de ter comandado, na campanha presidencial de 1998, um esquema de caixa-dois por intermédio do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira -, mas determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) que proponha hoje um processo na Justiça contra o ex-parlamentar.
Segundo informou o porta-voz da Presidência da República, ministro Georges Lamazire, "o presidente determinou à AGU ingressar em juízo para responsabilizá-lo por suas infundadas declarações veiculadas hoje (ontem) pela imprensa'. No noticiário de ontem, Magalhães afirma que Fernando Henrique não trabalha e despacha com os ministros quando quer.
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ACM disse também, numa outra declaração amplamente reproduzida, que FHC ordenou a Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência e coordenador das suas campanhas eleitorais, uma coleta financeira "extra-oficial" (caixa 2) junto a empresários durante a campanha de 1998, usando seu nome. "Se ele (FHC) disser que é mentira, vou apontar todas as pessoas que deram dinheiro para o Eduardo Jorge por ordem dele". Na rádio Subaé, de Feira de Santana/BA, ACM afirmou que vai "percorrer todo o Brasil para não deixar o Fernando Henrique roubar em paz".
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O coordenador financeiro da campanha de reeleição do presidente Fernando Henrique, o ex-ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, negou ontem a existência de sobra de campanha não declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com reportagem divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo", um suposto caixa 2 de R$ 10,1 milhões teria sido revelado por planilhas eletrônicas supostamente elaboradas no comitê eleitoral do candidato.
"Não existiu sobra de campanha e nem despesas não contabilizadas, tudo foi declarado ao TSE", afirmou Bresser Pereira. Ele admitiu ter feito uma planilha listando nomes e doações respectivas à campanha de reeleição, mas garantiu que ela não tem nada a ver com a apresentada na denúncia. "Fiz uma planilha de controle e alguém pode ter usado os meus dados para fazer um segunda planilha", disse o ex-ministro, acrescentando não ter a "menor idéia" de quem poderia ser a autoria das modificações e do motivo.
Para Bresser Pereira, "uma planilha não prova nada". Ele argumentou que o gasto total da campanha de reeleição foi de R$ 43 milhões, muito abaixo do limite de R$ 72 milhões permitido pela legislação eleitoral. "Por isso, não faria nenhum sentido deixar de declarar despesas ao TSE", enfatizou o coordenador financeiro. Ele explicou que houve um déficit de R$ 2 milhões entre as despesas e as doações. Esse saldo negativo foi contabilizado como dívida do PSDB.
O procurador do Ministério Público Federal, Luiz Francisco de Souza, disse que não será necessária a abertura de um novo processo de investigação sobre a denúncia de um suposto "caixa 2" da campanha de reeleição de FHC. Ele afirmou que esse caso está sendo investigado em conjunto com o processo envolvendo suposto tráfico de influência do ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira.
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PSDB evita comentar ataques de ACM
Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso e os líderes tucanos no Congresso evitaram nesta quarta-feira comentar os ataques do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), de que o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira comandava o esquema de captação de recursos para a campanha eleitoral.
Foi o presidente nacional do PMDB, senador Maguito Vilela (GO) - que apesar de se portar como um opositor do Planalto em algumas questões -, quem saiu em defesa de Fernando Henrique.
"Se ele (ACM) tem nomes de pessoas que deram dinheiro para a campanha, por intermédio de Eduardo Jorge, não deveria só ameaçar, mas os denunciar para que as suas acusações sejam consistentes. Caso contrário, essas acusações são ineficazes", disse Vilela, depois de alegar que todo ataque, para ter veracidade, tem de vir acompanhado de provas.
O bancada pefelista baiana no Senado, ligada ao senador Antônio Carlos Júnior (PFL-BA), filho de ACM, também evitou fazer qualquer comentário.
"Não falo sobre isso", resumiu o senador Paulo Souto (PFL-BA). "Não vou comentar", encerrou Júnior.
O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), preferiu usar a tática do bateu-levou, para responder ao ex-senador. "Disso (fundo de campanha), ele entende muito melhor do que o presidente Fernando Henrique", declarou Aníbal.
O adversário político de ACM, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), líder do partido na Câmara, menosprezou as declarações, alegando que só comentava "coisas sérias".
A oposição, no entanto, criticou o ex-presidente do Senado. "Se ele acredita tanto nisso, era só mandar os três baianos assinarem a CPI (comissão parlamentar de inquérito) da corrupção porque, nela, está incluída a investigação sobre a atuação de Eduardo Jorge", afirmou o líder do Bloco Oposição, senador José Eduardo Dutra (SE).
"Fazer discurso e não agir é muito fácil. Ele deveria fazer o discurso e viabilizar a CPI", acrescentou Dutra.
O vice-líder do PFL na Câmara, Pauderney Avelino (AM), mostrou-se "espantado" com as declarações de ACM. "Antonio Carlos resolveu fazer uma linha agora de independência do partido e escolheu, justamente, o presidente Fernando Henrique como Cristo."
Ele acrescentou: "Eu não seria leviano de afirmar isso sem ter provas e, se ele afirmou, é porque ele (ACM) deve ter provas."
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), desconversou, ressaltando que o momento é de discutir assuntos importantes para o futuro do País, como encontrar soluções para a questão da energia e da seca.
Já o porta-voz do Planalto, Georges Lamazire, limitou-se a dizer que "o presidente não vai comentar as declarações".
O senador Geraldo Althoff (PFL-SC), ligado ao senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), presidente nacional da legenda, também evitou maiores comentários. "Eles, que são brancos, que se entendam", brincou, depois de reconhecer que eles ficarão trocando farpas ainda por um bom tempo.
Vera
Da Redação - Com Agência Folha
Antonio Carlos Magalhães voltou ao ataque. Resolveu mexer em um dos tendões de Aquiles do governo. Em Salvador, o ex-senador disse ter provas de que foi o próprio Fernando Henrique quem ordenou que o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas fizesse um caixa-dois de contribuições de campanhas para a eleição de 1998. ‘‘Ele deu ordens para Eduardo Jorge Caldas pedir dinheiro ‘extra-oficialmente’ para empresários em seu nome durante a campanha de 1998’’, afirmou ACM. ‘‘Se ele disser que é mentira, vou apontar todas as pessoas que deram dinheiro para o Eduardo Jorge por ordem dele’’, ameaçou o ex-senador. ‘‘Quanto a mim, não tenho ninguém que receba por mim extra-oficialmente, como ele no caso do Eduardo Jorge’’.
Procurado pelo Correio Braziliense, Eduardo Jorge foi lacônico e agressivo: ‘‘Eu não falo com o Correio’’, respondeu. Fernando Henrique também não respondeu às acusações. O porta-voz da Presidência, Georges Lamaziére, informou que o presidente não tinha comentários a fazer.
No ano passado, procuradores da República em Brasília iniciaram uma investigação para apurar os recursos destinados à campanha do presidente Fernando Henrique. Descobriu-se uma lista com nomes de empresas e pessoas que não contribuíram oficialmente para a campanha. Na época, em depoimento ao Senado Federal, o ex-secretário também negou a existência de qualquer caixa dois na campanha.
Irônico, ACM disse que adoraria ser atacado mais vezes por Fernando Henrique. ‘‘Acho que ele poderia me atacar agora, pois preciso subir no conceito da opinião pública. Hoje, quem é atacado pelo presidente cresce na opinião pública, já que ele está na lona’’, disse.
ACM concluiu dizendo que poderá vir a divulgar as respostas dadas por Fernando Henrique às suas cartas que denunciavam corrupção no governo, dando a entender que as respostas demonstrarão que o presidente não se interessava em apurar as denúncias.
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Sexta-feira, 8 de Junho de 2001
ACM endurece o tom dos ataques e reafirma que presidente é leniente com corrupção no governo
O presidente Fernando Henrique Cardoso evitou ontem, mais uma vez, dar uma resposta política a ataques do senador cassado Antônio Carlos Magalhães - que o acusou de ter comandado, na campanha presidencial de 1998, um esquema de caixa-dois por intermédio do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira -, mas determinou à Advocacia-Geral da União (AGU) que proponha hoje um processo na Justiça contra o ex-parlamentar.
Segundo informou o porta-voz da Presidência da República, ministro Georges Lamazire, "o presidente determinou à AGU ingressar em juízo para responsabilizá-lo por suas infundadas declarações veiculadas hoje (ontem) pela imprensa'. No noticiário de ontem, Magalhães afirma que Fernando Henrique não trabalha e despacha com os ministros quando quer.
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ACM disse também, numa outra declaração amplamente reproduzida, que FHC ordenou a Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência e coordenador das suas campanhas eleitorais, uma coleta financeira "extra-oficial" (caixa 2) junto a empresários durante a campanha de 1998, usando seu nome. "Se ele (FHC) disser que é mentira, vou apontar todas as pessoas que deram dinheiro para o Eduardo Jorge por ordem dele". Na rádio Subaé, de Feira de Santana/BA, ACM afirmou que vai "percorrer todo o Brasil para não deixar o Fernando Henrique roubar em paz".
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O coordenador financeiro da campanha de reeleição do presidente Fernando Henrique, o ex-ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, negou ontem a existência de sobra de campanha não declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com reportagem divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo", um suposto caixa 2 de R$ 10,1 milhões teria sido revelado por planilhas eletrônicas supostamente elaboradas no comitê eleitoral do candidato.
"Não existiu sobra de campanha e nem despesas não contabilizadas, tudo foi declarado ao TSE", afirmou Bresser Pereira. Ele admitiu ter feito uma planilha listando nomes e doações respectivas à campanha de reeleição, mas garantiu que ela não tem nada a ver com a apresentada na denúncia. "Fiz uma planilha de controle e alguém pode ter usado os meus dados para fazer um segunda planilha", disse o ex-ministro, acrescentando não ter a "menor idéia" de quem poderia ser a autoria das modificações e do motivo.
Para Bresser Pereira, "uma planilha não prova nada". Ele argumentou que o gasto total da campanha de reeleição foi de R$ 43 milhões, muito abaixo do limite de R$ 72 milhões permitido pela legislação eleitoral. "Por isso, não faria nenhum sentido deixar de declarar despesas ao TSE", enfatizou o coordenador financeiro. Ele explicou que houve um déficit de R$ 2 milhões entre as despesas e as doações. Esse saldo negativo foi contabilizado como dívida do PSDB.
O procurador do Ministério Público Federal, Luiz Francisco de Souza, disse que não será necessária a abertura de um novo processo de investigação sobre a denúncia de um suposto "caixa 2" da campanha de reeleição de FHC. Ele afirmou que esse caso está sendo investigado em conjunto com o processo envolvendo suposto tráfico de influência do ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira.
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PSDB evita comentar ataques de ACM
Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso e os líderes tucanos no Congresso evitaram nesta quarta-feira comentar os ataques do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), de que o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira comandava o esquema de captação de recursos para a campanha eleitoral.
Foi o presidente nacional do PMDB, senador Maguito Vilela (GO) - que apesar de se portar como um opositor do Planalto em algumas questões -, quem saiu em defesa de Fernando Henrique.
"Se ele (ACM) tem nomes de pessoas que deram dinheiro para a campanha, por intermédio de Eduardo Jorge, não deveria só ameaçar, mas os denunciar para que as suas acusações sejam consistentes. Caso contrário, essas acusações são ineficazes", disse Vilela, depois de alegar que todo ataque, para ter veracidade, tem de vir acompanhado de provas.
O bancada pefelista baiana no Senado, ligada ao senador Antônio Carlos Júnior (PFL-BA), filho de ACM, também evitou fazer qualquer comentário.
"Não falo sobre isso", resumiu o senador Paulo Souto (PFL-BA). "Não vou comentar", encerrou Júnior.
O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), preferiu usar a tática do bateu-levou, para responder ao ex-senador. "Disso (fundo de campanha), ele entende muito melhor do que o presidente Fernando Henrique", declarou Aníbal.
O adversário político de ACM, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), líder do partido na Câmara, menosprezou as declarações, alegando que só comentava "coisas sérias".
A oposição, no entanto, criticou o ex-presidente do Senado. "Se ele acredita tanto nisso, era só mandar os três baianos assinarem a CPI (comissão parlamentar de inquérito) da corrupção porque, nela, está incluída a investigação sobre a atuação de Eduardo Jorge", afirmou o líder do Bloco Oposição, senador José Eduardo Dutra (SE).
"Fazer discurso e não agir é muito fácil. Ele deveria fazer o discurso e viabilizar a CPI", acrescentou Dutra.
O vice-líder do PFL na Câmara, Pauderney Avelino (AM), mostrou-se "espantado" com as declarações de ACM. "Antonio Carlos resolveu fazer uma linha agora de independência do partido e escolheu, justamente, o presidente Fernando Henrique como Cristo."
Ele acrescentou: "Eu não seria leviano de afirmar isso sem ter provas e, se ele afirmou, é porque ele (ACM) deve ter provas."
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), desconversou, ressaltando que o momento é de discutir assuntos importantes para o futuro do País, como encontrar soluções para a questão da energia e da seca.
Já o porta-voz do Planalto, Georges Lamazire, limitou-se a dizer que "o presidente não vai comentar as declarações".
O senador Geraldo Althoff (PFL-SC), ligado ao senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), presidente nacional da legenda, também evitou maiores comentários. "Eles, que são brancos, que se entendam", brincou, depois de reconhecer que eles ficarão trocando farpas ainda por um bom tempo.
Vera
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