26 julho 2006

Para não esquecer o que foi PSDB/PFL no governo


Hoje começo a postar notícias passadas em relação as falcatruas encobertas pelo PSDB e esquecidas pela nossa mídia oficial (do PSDB/PFL).
Todas as mensagens foram recebidas pela internet através da Bloguesfera Lulista.
Comentários em vermelho são meus.
As matérias são longas, mas vale a pena ler.


Relembrando o governo de FHC - 1



CRONOLOGIA DA CRISE
Agência Estado

Março/2000 - O então líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho, cobrou da tribuna coerência do presidente da Casa, Antônio Carlos Magalhães, que defendia um salário mínimo de R$ 177,00, enquanto o ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, apadrinhado político de ACM, dizia que esse valor quebraria o caixa do ministério. Jader já era candidato à presidência do Senado contra a vontade de ACM. (Não vamos esquecer que esse mesmo Senador ACM queria aprovar um salário mínimo de R$ 300,00, e o nosso governo teve que vetar. Naquela época ia quebrar o caixa, mas neste governo não, então tá né).

Abril/2000 - ACM diz que Jader "não sabe o que é trabalhar para ganhar dinheiro". Irritado, o líder do PMDB divulga uma nota agressiva, chamando ACM de "desequilibrado, demagogo e mentiroso" e lembrando algumas acusações feitas pela ex-primeira-dama de São Paulo, Nicéia Pitta. "Sempre trabalhei, só não fui corretor da OAS nem sócio do Gilberto Miranda", respondeu Jader. ACM rebateu, propondo que ambos quebrassem seus sigilos fiscal e bancário. "Jader não tem currículo, tem folha corrida", disse ACM. O confronto atinge o ponto mais alto com um bate-boca em plenário. ACM chama Jader de "corrupto, ladrão, bajulador, truculento, mentiroso e indigno". O líder do PMDB revidou, qualificando o presidente do Senado como "corrupto, ladrão, truculento, farsante e mentiroso". Após a discussão, o Conselho de Ética do Senado aprova pela primeira vez um pedido de censua contra os dois senadores por quebra de decoro parlamentar.

Maio/2000 - ACM envia carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso sobre denúncias de corrupção na Sudam, envolvendo Jader Barbalho.(A mesma tática usada pelo Roberto Jefferson; não tenho o que quero...denuncio.... usando os Ases do jogo na hora conveniente, ou seja quando aperta o calo)

Junho/2000 - Por 52 votos contra 18 e 10 abstenções, o empresário Luiz Estevão (PMDB-DF) torna-se o primeiro senador cassado da história do País. A votação é secreta, mas nos dias seguintes surgem rumores sobre o voto de alguns senadores.

Agosto/2000 - ACM volta a desafiar Jader e abrir seu sigilo bancário. "Jader prometeu e até agora nada", lembrou ACM. "É um doido e não tenho vocação para grade de hospício", responeu Jader.

Setembro/2000 - ACM lança o senador José Sarney (PMDB-AP) para Presidência do Senado, mas Sarney prefere não entrar em disputa.

Outubro/2000 - Jader volta a atacar ACM e reafirma sua candidatura. Também se materializa a candidatura do deputado Aécio Neves (PSDB) à presidência da Câmara. Um acordo entre os tucanos e o PMDB fortalece a dobradinha Aécio-Jader, deixando pela primeira vez o PFL de fora da sucessão do Congresso.

Dezembro/2000 - ACM e Jader voltam a se enfrentar em plenário. "Ladroagem é com o Jader. Ele é uma mancha", dispara ACM. "Ele é que tem um imenso laranjal. Repilo e devolvo todas as acusações", retruca Jader. A nova refrega faz os senadores defenderem a suspensão dos dois. Irritado com a falta de resposta do governo às suas denúncias contra Jader, ACM diz que "Fernando Henrique é tolerante com a corrupção". (Como é repetitivo o ACM)

Janeiro/2001 - O PSDB formaliza o apoio a Jader e a dobradinha com Aécio ganha mais força. ACM lança um livro "Jader Barbalho, o Brasil não merece". O líder do PMDB reage com ironia: "Eu merecia um biógrafo melhor." Em mais um golpe contra ACM e o PFL, a bancada do PMDB no Senado fecha com Jader e confirma de vez sua candidatura.

Fevereiro/2001 - Jader e Aécio são eleitos, transformando ACM em um franco-atirador. Nas semanas seguintes à eleição, o senador baiano provoca um terremoto em Brasília: Diz que FHC acoberta a corrupção, o que provoca o rompimento definitivo com o governo e a demissão dos dois ministros de sua confiança: Rodolpho Tourinho (Energia) e Waldéck Ornellas (Previdência) Vai ao Ministério Público e ressuscita o caso "Eduardo Jorge" (ex-secretário da Presidência), sugerindo que os procuradores Luiz Francisco de Souza, Eliane Torelly e Guilherme Schelb quebrem o sigilo bancário de Jorge entre 1994 e 1998. No mesmo encontro, ACM confessa que, na cassação de Estevão, o sigilo havia sido quebrado e diz que a senadora Heloísa Helena (PT-AL) teria votado a favor do senador cassado. Alguns senadores já pedem a cassação de ACM. (Eduardo Jorge sendo citado?? E so ler o dossie sobre ele que saberemos porque)

Março/2001 - Depois do impacto inicial, ACM desmente a violação do painel e a oposição tenta poupar o senador baiano para garantir a CPI da Corrupção. Entretanto, estudos técnicos da Unicamp comprovam que o painel do Senado é vulnerável. Aumentam as denúncias contra Jader e o presidente Fernando Henrique exonera dois diretores do DNER (área de influência do PMDB), mas também demite o presidente da Eletrobrás, Rodolpho Tourinho, apadrinhado de ACM.(Voces assistiram a alguma oitiva da CPI da Corrupção? Eu sinceramente não me lembro de ter visto nadinha de nada)

Abril/2001 - Lançado livro contra ACM, mas a revelação de que a mulher de Jader era sócia do fraudador da Sudam, José Osmar Borges, complica situação do peemedebista. Jader se defende na tribuna, mas é salvo no dia seguinte pelo estouro do escândalo do painel. Em depoimento à comissão de inquérito no Senado, a ex-diretor do Prodasen, Regina Borges, confirma que o painel foi violado a pedido de ACM e do líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF). Arruda e ACM desmentem num primeiro momento, mas o depoimento de Regina na Comissão de Ética, transmitido para todo o País pela TV, compromete de vez os dois senadores. Arruda e ACM acabam admitindo que viram a lista, mas negam qualquer responsabilidade na violação do painel.

Maio/2001 - No dia 23 de maio, o Conselho de Ética rejeita os destaques apresentados pelo PFL e aprova por 13 votos a 2 o relatório do senador Saturnino Braga recomendando abertura de processo de cassação. No dia seguinte, Arruda renuncia ao mandato. O gesto de Arruda seria seguido por ACM, que apresenta o pedido de renúncia em discurso de uma hora e cinco minutos, no dia 30.

ACM segue na berlinda
O senador do PFL corre o risco de ter seu mandato cassado
Isabela Abdala

A trajetória ladeira abaixo do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) parece não ter fim. Depois de amargar a maior derrota de sua vida na eleição do Senado, levar o PFL à bancarrota e perder dois ministérios no governo (Previdência e Minas e Energia), o senador não está livre de ser cassado por quebra de decoro parlamentar. Seu alívio com o recuo dos partidos de oposição no pedido de cassação do seu mandato, na manhã de quarta-feira 28, durou até a visita de técnicos da Universidade de Campinas (Unicamp) ao Senado. Isso porque eles constataram que o painel eletrônico de votações pode ter sido violado. Conforme publicou ISTOÉ na última edição, ACM confessou aos procuradores da República Luiz Francisco de Souza, Guilherme Schelb e Eliana Torelly que guarda uma lista com o voto secreto dos senadores na sessão que cassou o mandato do senador Luiz Estevão, o que significaria que houve violação no programa-mãe do painel. Representantes de todos os partidos vão acompanhar a investigação dos peritos. “Quero evitar que se diga que houve qualquer postura tendenciosa na apuração”, explicou o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Outras evidências aumentam as suspeitas em torno do crime. Um mês antes da votação secreta que cassou Luiz Estevão, em junho de 2000, o Senado rompeu o contrato com a empresa Kopp Companhia Ltda., responsável pela implantação e manutenção do sistema eletrônico. Funcionários do Senado contam que a empresa foi comunicada, sem explicações, de que, a partir de 15 de maio, não prestaria mais serviços à instituição. Em caráter de urgência e sem licitação, foi contratada a Panavídeo Tecnologia Eletrônica. Acusada por ACM de ter votado a favor de Luiz Estevão, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) não descarta a hipótese de que seu voto possa ter sido alterado. “Tenho recebido informações de especialistas em informática que dizem que isso é possível”, disse a senadora, garantindo que votou contra Luiz Estevão. (Pois é, quem te viu, quem te vê, né Heloisa Helena?)

Na próxima terça-feira 6, ela vai exigir explicações de ACM no plenário, além de pedir uma acareação do senador com o procurador Luiz Francisco. “Entre a palavra desse pusilânime e a do procurador, eu fico com a do procurador. Mas tenho certeza de que na hora certa os restos mortais dessas fitas vão aparecer e vamos ter a prova de que precisamos para pedir sua cassação”, afirmou a senadora. Apesar de sua fúria, o PT decidiu concentrar esforços na instalação de uma CPI para apurar denúncias de corrupção no governo FHC, desistindo de tentar cassar o mandato de ACM. De Miami (EUA), onde passou o Carnaval, ACM tentou acertar o acordo com o PT, anunciando que vai assinar o pedido de CPI, cujo principal alvo é o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas. Aos procuradores, ACM disse que impediu as apurações sobre Eduardo Jorge no Senado, a serviço do governo. (Eduardo Jorge aquele da Campanha do Alckmin.... lembraram?)


RISE DO PAINEL
Teodomiro Braga



"O despertar de uma Nação", Jornal do Brasil, 7/05/01



"O velho leão lambeu as feridas, esqueceu o orgulho e a prepotência e mandou às favas as propostas mirabolantes para vencer a grande batalha que trava no Congresso. Em meio ao massacre que vem sofrendo, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) reviu nos últimos dias a estratégia de sua luta pela sobrevivência política, optando pelo método tradicional de fazer política para tentar impedir a derrota que a cada dia parece mais provável.

Um interlocutor a quem ACM pediu ajuda descreveu a fala do senador como ‘decididamente sedutora’. ‘Era o Toninho Ternura’, resumiu. A partir desta semana, o senador pretende disparar telefonemas emotivos a jornalistas, autoridades e parlamentares, buscando apoio à tese de que não cometeu um delito tão grave e que a cassação é um exagero para quem tem uma vasta folha de serviços prestados ao país.

ACM rejeitou propostas para recorrer à novas armas, como a contratação de estruturas publicitárias e de consultores políticos. Ele retomou as relações com o jornalista Fernando César Mesquita, seu antigo assessor. Os comerciais de televisão em sua defesa, programados para esta semana, fazem parte da ofensiva preparada por velhos aliados, incluindo o publicitário baiano Fernando Barros.

O senador quer convencer a opinião pública nacional de que é diferente do senador ex-tucano José Roberto Arruda, de que não está envolvido em corrupção e que por isso merece tratamento menos duro. ACM sabe que está diante da pior das muitas batalhas que já enfrentou nas últimas décadas, principalmente porque não dispõe dos importantes apoios com que contava nos meios de comunicação.

Foi sintomática a declaração do jornalista Ruy Mesquita, um dos donos do jornal O Estado de São Paulo, revelando a cruel avaliação de Fernando Henrique de que que só Regina Borges não mentiu na acareação de sexta-feira. Defensor ardoroso de ACM, no passado, o Estadão vem manifestando, nos seus influentes editoriais, a posição de que ACM e Arruda são mentirosos confessos, transgrediram o decoro parlamentar ‘no mais alto grau’ e devem perder os mandados ‘que deixaram de honrar’.

Também chama a atenção a impiedosa cobertura jornalística que vem sendo dado ao caso pelas empresas do grupo Globo, nas quais ACM, durante anos, era tratado com uma deferência que fazia jus à sua profunda amizade com o patriarca do conglomerado, Roberto Marinho. No Palácio do Planalto, chegou a informação de que ACM telefonou, no início da semana passada, a dois dos irmãos Marinho para reclamar da cobertura da TV Globo.

A queixa não surtiu o menor efeito, como constatou o próprio ACM nos dias seguintes. Ele continuou sendo ridicularizado nas charges do principal jornal do grupo e provocou gargalhadas de milhões de brasileiros na pele de Antônio Carlos Fraudalhões, um político chegado às fraudes, personagem do programa de humor Casseta & Planeta.

Na novela das oito da Globo, ganhou destaque o papel de um senador baiano que encarna um político do mal, aquele que a população quer ver longe do Congresso. Na CBN, ACM e Arruda são vilões na devastadora cobertura feita pela rádio de notícias, também do grupo Globo, sobre o escândalo da violação do painel do Senado. A emissora criou até uma musiquinha para chamar a atenção para o escândalo.

Na verdade, não tem nada de excepcional ou fora do padrão a forma com que o Estadão e o grupo Globo vêm tratando a crise provocada pela violação do painel do Senado. Suas coberturas sobre o caso estão em sintonia com a indignação da opinião pública com o crime cometido a mando dos ilustres senadores. Não há como minimizar: foi um crime de estupro, cometido contra o que há de mais sagrado num parlamento, que é o voto. Para crimes hediondos, não há complacência: pena máxima.

Faz parte da nova estratégia de ACM para reverter esse quadro amplamente desfavorável recorrer a artifícios que permitam arrastar por semanas, talvez meses, o processo aberto pela Comissão de Ética do Senado. Imagina que o tempo possa favorecer os réus, de forma que o caso venha a ser julgado quando tiver passado esse grande clamor da população por punição exemplar aos culpados.

O envolvimento de um tubarão da política, o emocionante depoimento da ex-diretora do Prodasen, Regina Célia Peres Borges, e os incríveis juramentos falsos de um ex-líder do governo: esses foram alguns dos ingredientes que contribuíram para tornar popular um caso que por si só já representava um escândalo sem precedentes na política brasileira e talvez mundial. Não há notícia de coisa igual nem no Peru de Fujimori, onde ocorreram esculhambações de quase toda natureza.

A desilusão de grande parte da população com a situação atual e o avanço da oposição no Congresso, aproveitando a desarticulação da aliança governista, são componentes fundamentais do cenário em que o escândalo do Senado encontrou campo fértil para prosperar e ganhar a dimensão atual de assunto número um do país.

A monumental trapalhada de ACM & Arruda criou um desses momentos mágicos, que acontecem vez por outra: despertou a Nação, revigorou a vontade da população de participar. Fenômenos como este não se barram com mudança de estratégia ou comerciais de televisão. Estas ondas de civilismo, como se viu nas campanhas pelas Diretas e pela derrubada de Collor, costumam durar longo tempo.

É aí que mora o perigo para o Palácio do Planalto. Num ambiente deste, de comoção nacional, a criação da CPI da Corrupção, pretendida pela oposição, pode ser politicamente ruinosa para os atuais donos do poder. Instalada agora, a CPI certamente contribuirá para que esta onda de indignação popular se prolongue e vá bem longe - até 2002, o ano das eleições presidenciais."


Duas perguntas: Alguém se lembra o que aconteceu com a CPI da Corrupção?
O caso Sudam?

Vera

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