03 setembro 2008

DOPS não escapará do juiz espanhol Garzón

DOPS não escapará do juiz espanhol Garzón



No Correio do Brasil de ontem, Rui Martins informa que o senador Romeu Tuma, do DEMO, está encrencado com o juiz espanhol Baltasar Garzón. O juiz é o intrépido caçador de crimes de lesa-humanidade que acabou com a velhice tranqüila do general Augusto Pinochet.

Segundo Martins, Garzón substitui as almas dos mortos, assassinados depois de torturados, a fazer assombração junto aos que vivem tranqüilos na hipocrisia de bons pais e avós de famílias. Mesmo com tantos crimes nas costas, nem todos os assassinos terminam atrás das grades. Já velhos ou doentes podem mesmo se beneficiar de uma tolerância que suas vítimas não tiveram.

Ele lembra o caso de Filinto Müller, chefe de polícia da ditadura Vargas e autor da entrega de Olga Benário aos carrascos de Hitler. Müller escapou de qualquer castigo humano e acabou líder de sustentação política, no Senado, de outra ditadura, a de 64. Morreu carbonizado em acidente da Varig, em Paris. Um “inferno ardente” é onde Garzón costuma jogar seus condenados.

Agora, a Espanha está no encalço do gentil senador Romeu Tuma. O motivo? O ressurgimento, 35 anos depois, dos ossos e do fantasma de uma das tantas vítimas da repressão brasileira, o espanhol Miguel Sabat Nuet, assassinado no DOPS, em outubro de 1973. Naquela época, o então delegado Tuma dava formato “legal” às ações policiais que torturavam e “suicidavam” presos políticos.

Matéria da Folha de S Paulo, de outubro de 2000, revelou que o corpo do espanhol foi mais um de tantos indigentes e vítimas da ditadura lançados em vala no cemitério de Perus. Para Rui Martins, Garzón não deixará o fato ficar mais tempo encoberto e, mais ou menos dias, tudo virá a público.

Fonte: HSLiberal


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