Moreno entrega ministro Nelson Jobim
O jornalista Jorge Bastos Moreno entrega: "Nelson Jobim foi uma das minhas melhores fontes"
Viceja neste final de semana um movimento de jornalistas que já tiveram como fonte o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ensaiam produzir um memorial que conteria tudo que já receberam da fonte Jobim. Nessas conversas, há quem se recorde, inclusive, da terceira fornada dos grampos do BNDES. Sem esquecer os bastidores da Constituinte de 1988, essa mesma que ele reescreveu ao final, secretamente, ao seu bel-prazer.
Ainda sem realizar uma reunião para definir as suas diretrizes, o movimento já conta com a liderança do jornalista Jorge Bastos Moreno - o graaaaaaaaaaaaaaaaande Moreno, craque da crônica política.
Em sua coluna no jornal O Globo, Moreno revelou desapontamento com as declarações de Jobim em recente aparição no Congresso.
Em depoimento à CPI dos Grampos, Jobim defendeu mudanças na legislação para punir vazadores de grampos telefônicos e jornalistas que os publiquem. Na doutrinação jurídica aos congressistas, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) defendeu ainda que, em alguns casos, os repórteres devem revelar suas fontes.
- Os senhores terão que prestar atenção não só no interceptador ilícito, mas também no vazador de informações. Se os senhores não fecharem as duas pontas, vai continuar a acontecer o que está acontecendo - vaticinou o ministro.
Diante de profunda análise do nosso ordenamento jurídico, Moreno teve que entregar Jobim: este foi uma das suas melhores fontes em Brasília. Preocupado com a estabilidade da República, o jornalista pede uma trégua:
- ...Ministro, é bom parar por aí! Se a lei me obrigar a revelar, retroativamente, minhas fontes, nós dois cairemos.
Terra Magazine sente-se no dever de publicar a íntegra da nota de Jorge Bastos Moreno, na coluna "Nhenhenhém", no jornal O Globo deste 20 de setembro.
Caro Jobim, foi bom para você também?'
"Desde o tempo dos seus banhos noturnos no Xingu que o Jobim das Selvas vem matando a cobra. Agora virou a própria cobra e passou a dar paulada na mídia.
Na semana passada, Jobim faltou ao trabalho por causa de uma alergia provocada por uma indisposição gástrica.
Agora, descobre-se que o ministro está com alergia à democracia. Sua proposta de obrigar o repórter a revelar a fonte só pode ser fruto de uma idiossincrasia, e, como tal, requer um tratamento extremo: uma traqueostomia, para que ele volte a respirar os ares do seu belo passado constitucionalista.
Jobim quer medir a mídia com a sua própria régua: guardou durante anos, como fonte de si mesmo, os segredos de ter adulterado votações da Constituinte e, recentemente, traído pela vaidade, acabou entregando a própria fonte, só pelo prazer de exibir os poderes que tinha na época.
Conheço profissionalmente Jobim há mais de 20 anos, antes mesmo de a Adrianne começar a mandar nele, e sou testemunha da sua retidão. Ele foi uma das minhas melhores fontes.
Portanto, ministro, é bom parar por aí! Se a lei me obrigar a revelar, retroativamente, minhas fontes, nós dois cairemos.
O senhor, por tudo o que já me disse. E eu, por ter publicado no jornal. O pacto sempre foi bom para nós dois."
Fonte: Terra Magazine
Comentário meu:
Pois que caia Jobim, pois que caia Moreno....
Eu quero ler informação com nome e sobrenome.
Eu quero saber quem disse o que e para quem.
Amigos desculpem, mas hoje acordei revoltada com a nossa mídia.
As inversões das informações, passaram acima de qualquer razão.
Hoje discutimos ABIN, grampos, Policia Federal e outras coisas mais.
Mas o real motivo de tudo isso, passa longe do que realmente nos brasileiros queremos.Queremos o Brasil passado a limpo na Corrupção dos Daniels Dantas da vida.
Queremos não ter que ouvir que membros do PCC, foram colocados soltos pelas ruas do nosso Brasil.
Queremos saber a podridão por trás do STF.
Eu insisto o momento de reivindicarmos algo para termos uma mídia decente é agora.
E aqueles que se acham acima de nos leitores, como todo bom jornalista se acha, lembrem-se, nos fazemos com que vocês existam, não ao contrário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário