O Imperador e o funcionário público
A Folha entrevistou o presidente do STF Gilmar Mendes. Como contraponto, entrevistou o diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa. Clique aqui para ler ambas as entrevistas. Clique aqui.
Algumas observações:
1. Quanto à Folha, continua endossando totalmente a tese de que existiu o grampo contra Gilmar e foi feito por forças do Estado. Provavelmente é uma tese que nenhum jornalista sério do próprio jornal acredita mais.
2. O jornal não deu uma linha sequer sobre a denúncia do juiz De Sanctis, de que foi pressionado por Gilmar Mendes para não autorizar o segundo pedido de prisão de Daniel Dantas. Falta de interesse jornalístico? É óbvio que não. Ontem, no site da Época, a entrevista do juiz era a mais comentada e 99% dos comentários eram de apoio ao juiz e de indignação com o comportamento da mídia.
Em relação às duas entrevistas é chocante a diferença de peso entre ambas. Pela responsabilidade com o cargo, com sua instituição, pelo nível das declarações, pelos cuidados, parece que Luiz Fernando é o Ministro e Gilmar Mendes o policial.
Um mede as palavras, defende a instituição, não comete impropriedades. O outro continua subordinado a um ego gigantesco e a bater no mesmo bordão de sempre, aliás o mesmo argumento do editorial da Folha de sexta: graças ao “grampo” da Veja, revelou-se uma situação absurda.
Ou seja, uma suposta luta pelos direitos individuais (dos acusados pela operação Satiagraha) que tem como pilar uma possível falsificação: o tal grampo, do qual nunca apareceu o áudio nem sequer as transcrições ou outros documentos que comprovassem a autoria.
Por: Luis Nassif
Fonte: Projetobr
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