Segunda-feira, 12 de Novembro de 2007
Paulo Henrique Amorim a "Camaleoa da Glória"
Paulo Henrique Amorim, cada vez mais notório não exatamente por causa do jornalismo, por ser um dos maiores demagogos do brazil. Na juventude, tinha o apelido de "Camaleoa da Glória" ,pra quem não sabe, Glória é um bairro do Rio de Janeiro,naquele tempo Paulo Henrique tirava onda do radical de esquerda.Depois virou um "Yuppie" e assumiu, nos anos 80, aquele ar de carregador de pasta de banqueiro.Sobre ele e os banqueiros, Paulo Francis dizia outra coisa, que não posso reproduzir aqui. Hoje, tornou-se um suposto bolivariano e adversário do que chama "mídia golpista". Quem lê agora o seu devotado amor ao presidente Lula não ligaria a obra à pessoa.Explico-me citando trecho de uma coluna de Monica Bérgamo, na Folha, em 2002. Leiam :
A presença de Lula, do PT, no debate da TV Bandeirantes foi antecedida por uma tensa negociação. Desde 98, Lula processa a emissora por reportagens sobre a compra de seu apartamento em São Bernardo.Ao receber convite para o debate, Lula exigiu: só pisaria na emissora se houvesse retratação. (...) E, numa carta pessoal a Lula, Johnny Saad, presidente da TV, fez elogios ao "maior líder de oposição da história de nosso país", garantindo que, em matérias de um dos programas da emissora, o público notaria "o respeito e o carinho" que a Band tem pelo petista.(sic)
De quem era a reportagem que acusava Lula?De Paulo Henrique Amorim, que estava na Band em 1998 — em 2002, já havia sido demitido.
Como se vê,Paulo Henrique Amorim antes metia o pau no Lula,hoje finge que é seu aliado,com intuito de conseguir uma "boquinha" em Brasília,dizem que ele está de olho no cargo de Franklin Martins.
Fonte:
My Et GreenComo a matéria da Folha é apenas para assinante, colo aqui abaixo.
São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998Candidato petista diz que processará emissora de TV que fez reportagem sobre a compra de seu apartamentoDenúncia contra Lula paralisa campanhada Reportagem LocalAs acusações de irregularidades em operação envolvendo a compra do apartamento do candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva paralisaram a campanha do petista ontem.
Lula passou o dia tentando se explicar, mas se recusou a entrar em detalhes sobre a aquisição da cobertura em São Bernardo para a qual está em mudança.
Reportagem exibida anteontem pelo "Jornal da Band", da Rede Bandeirantes, mostrou cheque depositado pelo advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, na conta do petista no valor de R$ 10 mil. Segundo a emissora, o cheque seria "resultado de uma transação suspeita que envolve Teixeira, empresários e o então prefeito petista de São Bernardo".
O cheque poderia "estar na origem do apartamento que o candidato petista comprou e para onde se muda daqui a alguns dias", conforme a Bandeirantes. Foi depositado em julho de 95, no mesmo período em que Lula comprou seu apartamento.
Custo
A reportagem da Bandeirantes afirma que "Lula pagou pouco pelo imóvel porque ele foi construído por uma construtora que tem relações íntimas com Roberto Teixeira".
A construtora Dalmiro Lorenzoni teria se beneficiado pela suspensão de processo de desapropriação de um terreno pela Prefeitura de São Bernardo, então administrada pelo PT (veja quadro nesta página).
Lula acusou a Rede Bandeirantes de estar a "serviço de outra candidatura". "A matéria da Bandeirantes é o samba do crioulo doido. Onde querem chegar? Querem a vinculação de um cheque depositado na minha conta quando todo mundo sabe que vendi um carro Omega em quatro parcelas de R$ 10 mil", disse Lula.
O candidato petista à Presidência da República não foi claro em suas explicações. Primeiro afirmou desconhecer se o pagamento do carro havia sido feito em cheque.
"Nunca me preocupei se o cara ia pagar com cheque ou não. Ele tinha de depositar na minha conta a prestação equivalente ao valor do carro e não quero saber de quem era o cheque", disse.
Depois, Lula afirmou que não havia surpresa alguma com o aparecimento do cheque. "Foi um só? Tem quatro cheques de R$ 10 mil", declarou.
Omega
De acordo com o candidato, o dinheiro resultante da venda do Omega serviu para dar a entrada no pagamento do apartamento. "Fazer ilações a partir daí é imprensa marrom, que está a serviço do adversário", afirmou Lula.
Em nota divulgada no começo da noite, assinada por José Dirceu, presidente do PT, e Tarso Genro, coordenador jurídico da campanha petista, o partido anunciou que pedirá direito de resposta à Rede Bandeirantes, primeiro diretamente e, depois, se necessário, entrará com ação na Justiça.
Os petistas informam que Lula autorizou os advogados João Roberto Egydio Piza Fontes e Márcio Thomaz Bastos a "tomarem medidas judiciais de natureza penal e também a solicitarem o ressarcimento por danos morais".
A nota afirma que, em 1995, Lula vendeu um automóvel da marca Omega para Roberto Teixeira, que o pagou em quatro parcelas. "Uma delas foi paga pelo advogado com cheque de terceiro, depositado na conta de Lula por meio de endosso", diz a nota.
Na entrevista coletiva, Lula se referiu à pessoa que comprou o Omega como "o cara". Não disse que era Roberto Teixeira, o que só foi divulgado à noite na nota do PT.
Irmãos
O cheque de R$ 10 mil que apareceu na conta de Lula é de Sérgio Lorenzoni, irmão de Dalmiro Lorenzoni, proprietário da empreiteira supostamente beneficiada na paralisação do processo de desapropriação pela então prefeitura petista de São Bernardo. Lula afirmou ser amigo de Dalmiro.
Na entrevista, ao perceber a participação de um repórter da Rede Bandeirantes, Lula interrompeu sua fala e, num gesto brusco, pegou o microfone do repórter, abaixou-o e afirmou que não daria declarações à emissora.
"Com a Bandeirantes a conversa vai ser na Justiça", disse.
Mesmo com os repórteres argumentando que uma simples explicação sobre a maneira utilizada para comprar o apartamento poderia esclarecer o assunto, Lula não quis detalhar sua participação no caso.
"Minha vida está declarada no Imposto de Renda", afirmou. "O que não é possível é esquentar uma marmita como a Bandeirantes fez. Isso tudo já foi publicado pelo "Jornal da Tarde', em julho do ano passado", acrescentou.
Lula insistiu em que não acredita em prejuízo eleitoral gerado pelo caso. Em todas as frases, deixou transparecer que encara o episódio como uma questão pessoal entre ele e a emissora.
Lula conversou com os jornalistas brasileiros depois de uma entrevista coletiva concedida a correspondentes de veículos de comunicação estrangeiros. Nenhum dos correspondentes fez perguntas sobre a reportagem da Rede Bandeirantes.
Teixeira
Ademar Gianini, advogado de Roberto Teixeira, afirmou ontem que seu cliente não tinha informações privilegiadas sobre o possível cancelamento da desapropriação.
"Como poderia haver informação privilegiada, se a prefeitura iria desapropriar 40 áreas? Informação privilegiada para 40 proprietários? Isso é ridículo. Desde que esses terrenos foram declarados de utilidade pública, em 1975, as prefeituras nunca pagaram, então as pessoas lutavam para ter o dinheiro ou reverter a desapropriação", disse Gianini.
Ele informou ainda que o cheque de R$ 10 mil, depositado na conta de Lula e assinado por Sérgio Lorenzoni, foi uma das quatro parcelas do pagamento do Omega que o petista vendeu para o compadre.
"Ter encontrado esse cheque na conta do Lula é prova de boa-fé", disse. Ele afirmou que os R$ 10 mil foram pagos por Dalmiro a Teixeira porque o empresário estava devendo honorários a seu advogado.
A Construtora Dalmiro começou a erguer os prédios no terreno em São Bernardo, mas entrou em falência e, com a ajuda de Teixeira, passou a obra para outra empresa que assumiu os débitos: a Perfil, também cliente do compadre de Lula.
Gianini diz que não vê nada demais nessa triangulação. "Se você tem um cliente que está numa situação ruim e outro que está bem, você faz essa conciliação."
Bandeirantes
O diretor-geral de jornalismo da Rede Bandeirantes, José Antônio Severo, 55, negou que a emissora esteja "a serviço de outra candidatura" -como afirmou Lula.
"Não tenho nada contra o Lula. A Bandeirantes não favorece a candidatura de Fernando Henrique Cardoso ou de qualquer outro", disse Severo.
Segundo ele, um exemplo de isenção da rede é uma entrevista que Lula deu ao programa "Fogo Cruzado", de Paulo Henrique Amorim, no início de maio.
"A entrevista teve grande repercussão e o pessoal da campanha do Lula nos disse que foi a melhor oportunidade que Lula teve para
expor suas idéias."
"Se o Lula tiver algo a dizer sobre o caso, é só ele vir aqui que a gente bota ele no ar. Ele pode falar o tempo que necessitar para explicar o caso", disse Severo.