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Subject: [Enxame_nomade] Fw: Rodada de Doha: manipulações da mídia, mentiras e videoteipe
Enviado por Caia Fittipaldi
Destaco, do Blog do Bertolino (em http://osvaldo-bertolino.zip.net/index.html), pq achei claro e útil:
Rodada de Doha: manipulações, mentiras e videoteipe
A mídia latino-americana está apresentando supostas discordâncias entre os países “em desenvolvimento” como ameaça às negociações realizadas na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, sobre a conclusão da chamada Rodada Doha.
É a mesma história de mentiras e manipulações de negociações passadas.
Não vi como a mídia dos Estados Unidos e da Europa está tratado o assunto, mas deve ser no mesmo diapasão.
O noticiário desta segunda-feira abusou da retórica para retratar uma suposta divergência entre Brasil e Índia, Brasil e Argentina.
O motivo seria um documento de três páginas assinado por cerca de 80 dos 153 membros da OMC, a maioria deles países africanos, que critica a “flexibilidade” que permitiria aos países “em desenvolvimento” subir as tarifas aduaneiras para se proteger.
Segundo o texto atual, quando a média de suas importações de alimentos aumentarem 40% o país poderia subir as tarifas de importação em até 15%.
A Índia e os demais países que endossam o documento afirmam que a cifra é muito elevada e exigem que esse mecanismo possa ser acionado quando as importações subirem 10%.
Eles afirmam que a entrada massiva de alimentos importados desestimula a produção doméstica e torna estes países completamente dependentes da oferta estrangeira.
No caso da Índia, está em jogo a subsistência de 670 milhões de pequenos agricultores e o ministro do Comércio indiano, Kamal Nath, afirmou que não negociaria com a fome e a pobreza dessas pessoas.
Ainda não está claro o motivo da “divergência” do Brasil com o documento, mas certamente não é como o caso está sendo apresentado pela mídia.
"Confesso que não vi o texto apresentado pela Índia", afirmou o chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Sobre divergências com a Argentina, Amorim disse que em alguma coisa é possível pontos de vista diferentes.
O jornal La Nación , da Argentina, chegou a falar em traição brasileira ao Mercosul.
A Argentina questiona o capítulo agrícola (redução de subsídios internos e de tarifas) e o industrial (tarifas) do pacote apresentado pelo presidente da OMC, Pascoal Lamy, assim como o equilíbrio que resulta de ambos.
O chefe da delegação argentina na OMC, Alfredo Chiaradia, declarou que a decisão brasileira de aceitar o projeto de acordo gerou tensão no Mercosul.
"Embora sejamos sócios, irmãos, amigos, aliados, cada um tem sua cabeça, cada um joga com sua cabeça", disse Amorim.
"O Brasil não quebrou qualquer solidaridade. Participamos do G-20 e queremos que o acordo seja do interesse do G-20, mas temos que admitir que, dentro do grupo, temos assimetrias, temos disparidades", afirmou.
Para o presidente Lula, as divergências são normais porque envolvem muitos interesses.
"São muitos países, milhares de empresários e, por isso, tem que haver divergências. O importante é a decisão política de fazer o acordo porque isso será bom para todos nós", disse.
O Brasil domina como poucos os ritos e os procedimentos da OMC.
O país demonstra saber tirar vantagens das suas regras e tornou o órgão sua “máquina de guerra".
O Brasil é o país "em desenvolvimento" que apresentou a maior quantidade de queixas até hoje — um total de 22, superando a Índia (16) e a Tailândia (11).
As recentes vitórias contra os norte-americanos, no caso do litígio em torno do algodão, e contra os europeus em torno do açúcar, contribuíram para aumentar ainda mais o seu respeito.
Os verdadeiros impasses nas negociações se devem ao bloqueio promovido principalmente pelos Estados Unidos.
O problema é que a OMC — ao contrário do FMI e do Banco Mundial — não tem poder decisório.
E aí os impasses se instalam.
Eles vêm de quando surgiu a idéia de um mecanismo de diretrizes para o comércio exterior.
Desde a Conferência de Bretton Woods, realizada em 1944, os Estados Unidos têm a rédea da economia do chamado "mundo ocidental" e seus agregados.
O FMI e o Banco Mundial, instituições surgidas em Bretton Woods , sempre foram guiadas por regras que privilegiam os interesses norte-americanos.
Em 1948, os países signatários da Conferência de Bretton Woods firmaram o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt).
O Gatt tratava apenas de bens industriais, e suas primeiras rodadas de negociação abordavam basicamente a redução de tarifas de importação.
Com o tempo, as discussões englobaram também políticas antidumping e barreiras não-tarifárias, e confluíram para a criação da OMC.
O último capítulo do Gatt foi escrito na Rodada do Uruguai, entre 1986 e 1994, que, entre outras coisas, definiu a criação da OMC.
A OMC é, portanto, uma irmã tardia do FMI e do Banco Mundial.
Em 1944, os Estados Unidos vetaram a criação de uma instituição com suas características e em seu lugar foi criado, quatro anos depois, o Gatt — que estabeleceu parâmetros mínimos para as transações comerciais.
O triunfo da idéia da OMC quase 50 anos depois de ter sido aventada pela primeira vez, no entanto, não mudou a forma de pensar dos Estados Unidos.
Subject: [Enxame_nomade] Fw: Rodada de Doha: manipulações da mídia, mentiras e videoteipe
Repassando... muito importante o conhecimento dado pelo Arnaldo. Aí vai. Cari.
Desde que os EUA, inopinadamente, não se apresentaram na Conferência de Comércio, tida em Londres há 76 anos, quando a Grã-Bretanha ainda brilhava nos horizontes do planeta de sol-a-sol, o tema-subsídios agrícolas tem sempre martelado as diplomacias comerciais. Naqueles idos, a Hiperpotência de hoje nem era ainda a Superpotência de 1945 (Hiróxima e Nagasáqui), mas já inaugurara a condição de grande credora do mundo, em decorrência da catástrofe européia de 1914-18, apesar do crash-crack de 1929.
Na Conferência da Havana (1947), foi acordada a criação do GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas), que desaguou nos longos anos da Rodada Uruguai, concluída em Marráqueche (1994). O Ministro Celso Amorim (Governo Itamar) chefiou nossa delegação ao encontro em que se decidiu criar a OMC. Segundo o patriarca cingapuriano Li Kuan Iu (ou Lee Kwan Yew, em grafia prosódica inglesa), o consenso logrado na cidade-oásis que pôs fim às intermináveis discussões da Rodada afastara as nações de "verdadeira guerra" mundial.
Mas não se pôs fim à prática dos subsídios agro-pecuários, os EUA-Canadá e europeus à frente. OMC foi inaugurada em meio a esse impasse, mas o choque das Torres Gêmeas permitiu "saídas" em Doha. A partir das resoluções adotadas na Capital cataria, o mesmo Celso Amorim, primeiro como Embaixador em Genebra, depois em Londres e, desde 2003, como Chanceler do Presidente Lula, não deixou a cair a peteca. Por mais que a China e a Índia, potências emergentes de grande peso na economia internacional, e algumas nações sul-americanas (Argentina, Paraguai e Uruguai) se tenham distanciado, nas últimas 72 horas, da posição brasileira, há que se levar em conta que Celso Amorim foi pragmático.
Primeiro, limpou a mesa de um acúmulo de mentiras, forjadas e reiteradas pelas economias centrais, pondo em cheque a Schwab e o Mandelstan. Segundo, obteve o compromisso de uma rebaixa dos subsídios agrícolas. Como nosso Chanceler deixou bem claro à beira do Leman, "acordo não é dogma; é fruto de negociações", com isso significando que nada encerra, num ato consensual, a defesa de nossos interesses, agora, a médio-prazo e no futuro. Celso entende do riscado como poucos e destaca-se entre os melhores negociadores comerciais na cena internacional. Quando lembrou Goebbels, a propósito da mentira-verdade, vê-se que ele foi profundamente filosófico, a recordar conceitos de Orson Welles, em seu notável F for Fake.
Aproveitei o ensejo para enviar-lhe mensagem, com citação de Winston Churchill, mestre do sarcasmo: "A verdade é um bem tão precioso, que temos de resguardá-la com uma armadura de mentiras". É assim que pensam os "civilizados"... Num País como o nosso, em que a "sociologia" de varejo emprega ridiculamente letras para indigitar classes sociais (A, B, C. D e E), assim evitando os pontos nos is da linguagem direta (opulentos, ricos, remediados, proletários e subproletários), nada fácil tem sido a tarefa do Chanceler. Nadamos em assimetrias, em nosso próprio Subcontinente e, em comparação, nos países pobres e mais-pobres. O Brasil do Presidente Lula, conquanto se ressinta dos desdéns do Ocidente norte-americano e europeu, onde a social-democracia desapareceu e a direita neo-fascista tomou o pulso, é protagonista na batalha contra as injustiças sócio-econômicas.
Celso Amorim, em que pese às besteiras de uma Myrian Leitão veiculadas na reacionária TV Globo, é homem possuído por espírito de missão e se inclui no rol daqueles raríssimos, nestes tempos, que "fazem História". Possuidor de raro talento negociatório, usa dialeticamente suas faculdades diplomáticas com desassombro, afirmando-se como líder do mundo injustiçado. Sabe conceder, porém não cede quanto à preservação dos espaços que nos compete alcançar. É de esperar-se que politólogos de mérito, desligados de vetores de força discricionários, analisem cuidadosamente seu trabalho e se derramem em ensaios e palestras seminais. Os jovens de seu País precisam avaliar suas qualidades, num momento singular de nossa vida como nação engajada.
Com meu bom-dia a todos, lá vão os abraços do
Arnaldo
Subject: Re: [Enxame_nomade] Fw: Rodada de Doha: manipulações da mídia, mentiras e videoteipe
MMMuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom, Arnaldo! Muito bom, mesmo! Maravilha puuuuuuuuura! Ótimo.
Eu já escrevi há dias que NÓS FICAMOS DEVENDO ao Chanceler Celso Amorim o IMPORTANTÍSSIMO SERVIÇO que ele prestou a toooooooooooooooooooooooooodos os países pobres, quando ele expôs, à lua do dia, pro mundo inteiro, o movimento de PROPAGANDA DE DES-DEMOCRATIZAÇÃO do mundo que os EUA comandam sempre, regidos como sempre pela grana dos judeus pró-Israel.
Não fosse tudo pura propaganda, a Schwab teria ficado quietinha e não se teria exposto, ali, como 'vítima'. Sempre chega a hora em que a propaganda de DES-democratização sobe à cabeça dos propagandistas... e eles se entregam. É quando o espetáculo se expõe como puuuuuuuuuuuuuuuuro espetáculo, ou como disse Debord, como "ideologia objetivada".
O resto, lá, é negociação comercial, que sempre é muito dura e exige pragmatismo consistente.
Nada seria sinal mais claro de que o Chanceler Celso Amorim trabalha consistentemente, do que vermos, como se viu domingo, que mirian leitão (a mínúscula) converteu-se em apaixonada nacionalista [risos, risos]. Novidade, né-não? [risos, risos]. É novidade, sim. Tanto quanto é total falta de assunto.
Mas, sem melhor jornalismo e entregues à DES-universidade da tucanaria uspeana... como os brasileiros podemos saber de tudo isto que Arnaldo explica aí?
TODOS os DES-jornalões brasileiros noticiaram mais o xchilique da Schwab do que o IMPRESSIONANTE acerto da frase do Chanceler Celso Amorim. E zilhões de sociólogos petistas chamaram a fala do chanceler Celso Amorim de "deslize"... reproduzindo TOTALMENTE a DES-leitura dos jornalões paulistas. Bom... AQUI, pelo menos, temos informação de melhor qualidade.
Caia Fittipaldi
MMMuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom, Arnaldo! Muito bom, mesmo! Maravilha puuuuuuuuura! Ótimo.
Eu já escrevi há dias que NÓS FICAMOS DEVENDO ao Chanceler Celso Amorim o IMPORTANTÍSSIMO SERVIÇO que ele prestou a toooooooooooooooooooooooooodos os países pobres, quando ele expôs, à lua do dia, pro mundo inteiro, o movimento de PROPAGANDA DE DES-DEMOCRATIZAÇÃO do mundo que os EUA comandam sempre, regidos como sempre pela grana dos judeus pró-Israel.
Não fosse tudo pura propaganda, a Schwab teria ficado quietinha e não se teria exposto, ali, como 'vítima'. Sempre chega a hora em que a propaganda de DES-democratização sobe à cabeça dos propagandistas... e eles se entregam. É quando o espetáculo se expõe como puuuuuuuuuuuuuuuuro espetáculo, ou como disse Debord, como "ideologia objetivada".
O resto, lá, é negociação comercial, que sempre é muito dura e exige pragmatismo consistente.
Nada seria sinal mais claro de que o Chanceler Celso Amorim trabalha consistentemente, do que vermos, como se viu domingo, que mirian leitão (a mínúscula) converteu-se em apaixonada nacionalista [risos, risos]. Novidade, né-não? [risos, risos]. É novidade, sim. Tanto quanto é total falta de assunto.
Mas, sem melhor jornalismo e entregues à DES-universidade da tucanaria uspeana... como os brasileiros podemos saber de tudo isto que Arnaldo explica aí?
TODOS os DES-jornalões brasileiros noticiaram mais o xchilique da Schwab do que o IMPRESSIONANTE acerto da frase do Chanceler Celso Amorim. E zilhões de sociólogos petistas chamaram a fala do chanceler Celso Amorim de "deslize"... reproduzindo TOTALMENTE a DES-leitura dos jornalões paulistas. Bom... AQUI, pelo menos, temos informação de melhor qualidade.
Caia Fittipaldi
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