29 agosto 2008

Folha Online antecipa vitória em licitação de obra do metrô de São Paulo

Folha Online antecipa vitória em licitação de obra do metrô de São Paulo


O resultado da licitação para a construção da via permanente 2-Verde do Metrô, obra de mais de R$ 200 milhões, foi antecipado pela Folha Online oito horas antes da abertura dos envelopes, ontem, em São Paulo. O nome da vencedora e detalhes do processo foram ocultados em texto sobre a ópera "Salomé", que entrou em cartaz ontem na Sala São Paulo.

A antecipação mostra que a concorrência pode ter sido direcionada, de forma a dar vitória ao consórcio liderado pela Camargo Corrêa. Procurada, a empresa se recusou a falar sobre o assunto.


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A obra em questão trata da ampliação da linha 2-Verde no trecho de Alto do Ipiranga até Vila Prudente. Hoje essa linha vai da Vila Madalena até o Alto do Ipiranga. Essa expansão é uma das bandeiras políticas da gestão José Serra (PSDB).

As empresas excluídas da licitação irão à Justiça contestar o resultado. Pelo conteúdo dos envelopes abertos ontem, por volta das 9h, o consórcio Camargo Corrêa/Queiroz Galvão apresentou a "melhor" proposta. O consórcio pediu R$ 219,7 milhões para executar a obra --12% acima dos R$ 196 milhões previstos pelo Metrô. A segunda colocada foi a Andrade Gutierrez, que pediu R$ 222,1 milhões. A terceira colocada foi a OAS (R$ 226 milhões).

Para excluir quatro das oito empresas que disputavam a licitação, o Metrô usou um parecer técnico da Ieme Brasil, empresa contratada como projetista da 2-Verde. Ela prestou serviço à Camargo Corrêa. O procedimento é contestado administrativa e judicialmente pelas perdedoras (Galvão/Engevix; Iesa Consbem/Serveng; Carioca/Convap/Sultepa; Tejofran/Somafel).

Pela Lei das Licitações (nº 8.666), a Ieme não poderia participar nem "direta" nem "indiretamente" do processo.

O Metrô informou a exclusão das quatro empresas no "Diário Oficial" do Estado da última terça. Para fundamentar essa decisão, em vez de produzir um parecer próprio, a direção do Metrô usou o que a Ieme fez para a Camargo Corrêa. Ou seja, o Metrô usou o argumento de uma das concorrentes para desclassificar as demais. Para especialistas, o processo foi "contaminado".

Cratera

No último dia 13, a Folha Online antecipou que as construtoras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS foram consideradas pelo Metrô as únicas aptas a participar da licitação, das que apresentaram proposta.

As demais foram desconsideradas por não cumprir critérios jurídicos ou técnicos.

A escolha dessas construtoras ocorreu em meio à polêmica: elas integram, ao lado da Odebrecht, o consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4-Amarela. Em janeiro de 2007, um dos canteiros de obra da linha ruiu, matando sete pessoas.

As obras para a expansão da linha 2-Verde até a Vila Prudente já começaram.

Fonte: Folha Online

Comentário: A única coisa que não entendi, a Folha descendo a lenha no PSDB? Os amigos do Serra não vão se manifestar? Algo está errado neste contexto. Mas não me perguntem o que, pois ainda não sei responder.

Vera


Preliminares reveladoras

Preliminares reveladoras


Por Paulo Metri


A Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br) divulgou a seguinte notícia:

“A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal realizará, em setembro, uma Audiência Pública para discutir as novas tecnologias de prospecção de petróleo nas camadas de pré-sal. (...) A convocação da Audiência atende ao requerimento dos senadores Gim Argello (PTB/DF), Wellington Salgado (PMDB/MG), Antônio Carlos Júnior (DEM/BA) e Flexa Ribeiro (PSDB/PA). (...) Os convidados para participar da Audiência da CFT são: Edison Lobão, ministro de Minas e Energia (MME); Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás; Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP; Jean Paul Prates, secretário de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte; Luis Carlos Costa Milan, presidente da BG – Bristol (empresa parceira da Petrobrás); Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Eike Batista, presidente do Grupo EBX e da MMX; German Efromovich, empresário; Eloy Fernandes, presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo; e João Carlos França de Lucca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).”


Nesta audiência pública, apesar de ter sido declarado que irão ser discutidas “as novas tecnologias de prospecção de petróleo nas camadas de pré-sal”, na verdade, serão discutidos temas diversos com relação ao pré-sal, pelo simples fato que a lista dos convocados não contém um único especialista em tecnologias relativas ao pré-sal. Mas, este fato é até louvável, pois o pré-sal é extremamente importante para nossa sociedade e o fato de existirem senadores preocupados com o tema é meritório.


O que é triste é a composição da lista de convocados. Ela é reveladora, pois os senhores senadores já mostraram como pretendem se posicionar com relação ao pré-sal. Na lista, existem quatro representantes do governo federal que não poderiam deixar de ser convocados, pelo cargo que ocupam, mesmo que algum seja dispensável por sua figura simplória. A única sugestão que faço com relação a esta parte da lista é que o presidente do BNDES deveria ser convocado, também, por razões óbvias.

A seguir vemos quatro representantes da classe empresarial, dois dos quais são representantes de empresas estrangeiras (o senhor De Lucca é presidente da Repsol, alem do IBP). Dentro dos princípios de uma convocação idelogicamente ampla, eles merecem estar presentes, também. Os senhores David Zylberstajn e Elói Fernandes são ex-diretores da ANP, reconhecidos pela visão neoliberal, incluindo a defesa da imutabilidade do modelo existente, que foi por eles implantado. O senhor Jean Paul Prates, antes de ser secretário de um governo estadual, era bastante conhecido como consultor de visão liberal, muito atuante na fase de implantação do modelo vigente. Se retirarmos da análise os representantes do governo federal e a menos dos dois empresários nacionais, cujas posições desconheço, todos os demais convocados se posicionam a favor da não mudança do marco regulatório e não têm posições nacionalistas.


É com estes nomes que os senhores senadores querem obter informações para se posicionarem? E os representantes dos sindicatos (CUT, CONLUTAS, Sindipetros, FUP, FNP, FISENGE, FNE e outras entidades)? E os representantes das associações de classe (Ordem dos Advogados do Brasil, Clube de Engenharia, Federação Brasileira de Associações de Engenheiros, Associação Brasileira de Geólogos e muitas outras)? E os de outras entidades da sociedade civil (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Clube Militar, Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra e tantas outras), pois o pré-sal é de interesse de toda a sociedade brasileira? Por que os senhores senadores não consideram a opinião desta parcela majoritária do povo? Será que é porque estas entidades excluídas não contribuem financeiramente nas suas campanhas? Certamente, os senhores acham que estas entidades não têm capacidade de mobilização da sociedade, uma vez que políticos não rasgam votos.


Resta aos trabalhadores, aos brasileiros dignos não importando suas tendências políticas, aos verdadeiros democratas e à sociedade, como um todo, repudiar a ação destes que não têm intenções benéficas em relação a esta sociedade, pelo menos, na questão do pré-sal.

28 agosto 2008

Putin diz que EUA podem ter provocado conflito na Geórgia

Putin diz que EUA podem ter provocado conflito na Geórgia




O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira que suspeita que, por motivos políticos domésticos, os Estados Unidos tenham provocado o conflito na Geórgia.
O premiê afirmou que ouviu de seus oficiais de defesa que o objetivo da ação americana era beneficiar um dos candidatos à Casa Branca.

"A suspeita é de que alguém nos Estados Unidos criou esse conflito especialmente com o propósito de tornar a situação mais tensa e criar uma vantagem competitiva para um dos candidatos brigando pelo posto de presidente dos Estados Unidos", disse Putin, em entrevista à rede de TV americana CNN

(Assista aqui) e (Leia aqui)

"Deve-se admitir que eles (os americanos) fariam isso somente se estivessem seguindo ordens diretas de seus líderes"
"O fato é que cidadãos americanos realmente estavam na área durante o conflito (na Ossétia do Sul)", continuou. "O lado americano, na verdade, armou e treinou o Exército da Geórgia."

Casa Branca
A porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse que as afirmações de Putin "não são racionais".
"Sugerir que os Estados Unidos orquestraram isso em benefício de um candidato presidencial - não soa racional", afirmou Perino.
"Essas alegações, em primeiro lugar e antes de mais nada, são claramente falsas, mas também parece que seus oficiais de defesa que disseram acreditar nisso estão prestando a ele um péssimo serviço", afirmou a porta-voz da Casa Branca.


O conflito na região do Cáucaso se acentuou no início deste mês, quando a Geórgia lançou uma operação militar para retomar a província separatista da Ossétia do Sul, que tem o apoio da Rússia.
Forças georgianas, russas e da própria Ossétia do Sul estiveram envolvidas em combates que causaram mortes e destruição na província. Ocorreram ainda choques na Abecásia, outra província separatista georgiana, e ataques russos em outras partes da Geórgia.
O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, que previa a retirada das tropas da região.
No entanto, a tensão se agravou nesta semana, depois de a Rússia anunciar que reconheceu formalmente a independência das duas províncias rebeldes.

Ameaça de sanções

Nos últimos dias, diversos países condenaram a decisão do Kremlin.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse que os líderes da União Européia consideram a possibilidade de impor sanções à Rússia.
Kouchner disse que a França não apresentou nenhuma proposta de sanção mas, como ocupa a presidência rotativa do bloco, buscaria consenso entre os 27 países membros caso a imposição de sanções fosse considerada.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, desdenhou as declarações de Kouchner e afirmou que a ameaça de sanções é uma resposta emocional aos problemas na Geórgia.

Também nesta quinta-feira, em uma reunião de cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), a Rússia não conseguiu apoio de seus aliados asiáticos no reconhecimento da independência das duas províncias da Geórgia.
Os delegados da SCO - que reúne Rússia, China e países da Ásia Central - expressaram preocupação com os eventos relacionados à Ossétia do Sul e destacaram a importância de manter a unidade e a integridade territorial de um Estado.

Em meio à crescente tensão, a Rússia anunciou nesta quinta-feira que testou com sucesso um de seus novos mísseis balísticos intercontinentais Topol, lançado de uma base no extremo leste do país.

Fonte: BBC

Comentário Meu:

Eu não dúvido disso, quem não conhece as artimanhas de Bush.
Vou sugerir um filme para assistirem, e depois reflitam se isso não tenha lógica.

Filme: Manobras na Casa Branca (Wag the Dog, título em inglês) - Dustin Hoffman e Robert De Niro
Sinopse e observações: Pipocasetretas


Lula diz que pré-sal é 'bilhete premiado' que não pode ser desperdiçado

Lula diz que pré-sal é 'bilhete premiado' que não pode ser desperdiçado



Presidente disse que Brasil não pode se tornar exportador de óleo cru.
Segundo ele, país não pode 'sair gastando' recurso do petróleo do pré-sal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (28) que o Brasil ganhou um “bilhete premiado” ao encontrar as reservas de petróleo na camada do pré-sal na costa brasileira. Segundo ele, é preciso tomar cuidado para “não sair gastando o que não temos ainda” e ter em mente que a descoberta tem que atender a todos os brasileiros.

“Há desafios e não podemos nos dar ao luxo de perder essa riqueza. Não é porque tiramos o bilhete premiado que vamos sair por aí gastando o que não temos ainda. O pré-sal é um passaporte para o futuro”, salientou o presidente durante o discurso na cerimônia realizada para apresentar a uma platéia de empresários e políticos o total de investimentos públicos e privados que serão feitos no país até 2012.

Segundo Lula, a comissão interministerial que foi criada para debater um novo marco regulatório para exploração do petróleo na camada pré-sal recebeu duas determinações.

“A primeira é que o Brasil não quer ser um mega exportador de óleo cru. Ao contrário, queremos consolidar uma forte indústria petrolífera que agregue valor aqui dentro [ao petróleo bruto] e exporte os derivados. Outra é que a nossa Constituição diz que as reservas são da União e não devemos perder de vista que tem que beneficiar todo mundo no Brasil”, salientou.


O presidente disse ainda esse é um debate importante e todos os brasileiros devem se envolver. “Trata-se de um debate muito importante que interessa a Todos os brasileiros e brasileiras. Todos juntos tomaremos as decisões mais acertadas para o país. Hoje, o Brasil está construindo um novo modelo de desenvolvimento”, salientou.

Lula ressaltou ainda os investimentos feitos em vários setores da economia, em especial na indústria naval, no setor pretoleiro, no segmento da extração mineral. “O fato é que o país não só voltou a crescer como tem apetite de crescer ainda mais e soma-se a isso as descobertas da Petrobras na camada pré-sal”, disse.

Segundo ele, o maior desafio do país hoje é a educação. O presidente quer inclusive que parte da receita obtida com o petróleo do pré-sal seja destinada para investimento na área. “Não basta ensinar a ler e escrever é preciso muito mais. É um investimento no futuro dos nossos filhos e netos”, disse.

O governo realizou o evento porque quer dar visibilidade aos investimentos privados e públicos no país nos próximos anos. Na avaliação do presidente, o Brasil entrou em um novo ciclo econômico e ele vendeu essa idéia para uma platéia de mais de 200 empresários.

“Hoje podemos dizer que o Brasil logrou atravessar o deserto da estagnação econômica, que, durante 25 anos, exauriu nossas melhores energias e frustrou os sonhos de toda uma geração. Agora estamos caminhando em terra fértil. O país está semeando e colhendo. Semeando um novo tempo de investimento e de trabalho e colhendo uma nova era de esperanças e de oportunidades. São muitos os exemplos de que a situação mudou da água para o vinho”, disse ele.

Fonte: O Globo

Sessão Email

Sessão Troca de Email


Subject: STF suspende julgamento





Foi brilhante o voto de Ayres Britto


O ministro Carlos Ayres Britto, relator da ação que contesta no Supremo Tribunal Federal (STF) a demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, votou pela manutenção da reserva conforme homologada em 2005 pelo governo federal, com 1,7 milhão de hectares. A informação é da Agência Brasil.

O ministro rejeitou argumentos de suposta falsidade do laudo antropológico e proliferação estimulada de comunidades. “Toda metodologia antropológica foi observadada pelos profissionais que detinham competência para fazê-lo. O estado de Roraima teve participação assegurada no grupo de trabalho da Funai [Fundação Nacional do Índio]. Não se confirma a informação de que houve expansão artificial de malocas. A extensão da área é compatível com as coordenadas constitucionais, e as características geográficas da região contra-indicam uma demarcação restritiva.”

Segundo o ministro, são nulas as titulações conferidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a não-índios, pois as terras “já eram e permanecem indígenas”. Os rizicultores que passaram a explorar as terras partir de 1992 não têm, de acordo com Britto, qualquer direito adquirido sobre a terra. “A presença dos arrozeiros subtrai dos índios extensa área de solo fértil e degrada os recursos ambientais necessários à sobrevivência dos nativos da região.”

“O ato de demarcação foi meramente declaratório de uma situação jurídica preexistente, de direito originário sobre as terras. Preexistente à própria Constituição e à transformação de um território em estado-membro”, assinalou Britto. “Para mim o modelo de demarcação é contínuo, no sentido de evitar interrupção física entre o ponto de partida e de chegada”, acrescentou.

Britto argumentou que, em Roraima, há terra em abundância para toda a população do estado. “Tudo em Roraima é grandioso. Se há, para 19 mil índios, 17 mil quilômetros quadros, para uma população de menos de 400 mil não-índios há 121 mil quilômetros quadrados.”

Britto definiu como "falso antagonismo" a idéia de que demarcação de terras indígenas atrapalha o desenvolvimento. “O desenvolvimento que se fizer sem os índios ou contra os índios onde estiverem eles instalados à data da Constituição de 1988, será o mais profundo desrespeito”, afirmou o ministro. Ele afirmou ainda que não há impedimento jurídico para que o Exército não atue nas reservas para preservar a soberania nacional.

“Não vale o argumento de que a demarcação contínua acarreta a não-presença do Estado. Isso não pode ser imputado aos índios, que não podem pagar a futura por algo que não contraíram. A União deve cumprir o seu dever de assistir a todas as comunidades indígenas, inclusive com atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal em faixas de fronteira”, disse Britto.

Inicialmente, o ministro ressaltou que a Constituição Federal prevê tratamento diferenciado aos povos indígenas, como dispositivos suficientes para que os índios brasileiros não precisem recorrer a amparo jurídico estrangeiro.

Após a apresentação do voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, que deu parecer pela manutenção da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) em área contínua, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vista do processo.

O presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, disse que pretende retornar com a ação ao plenário "se possível ainda neste semestre".


Grileiro provocador

Que imposto, cara pálida?

Provocação barata de Paulo César Quartiero, arrozeiro e grileiro de terras públicas, depois do voto do ministro Carlos Ayres Britto, ontem, no STF:

“Como é difícil ser produtor rural neste país, e o que eu sinto mais vergonha na minha vida é que eu pago imposto para sustentar um monte de gente”.

Questionado sobre a afirmação de Quartiero, o ministro Ayres Britto disse que os produtores são beneficiados com isenção fiscal.

“Até onde eu sei, os rizicultores de Roraima têm isenção de ICMS, oferecida pelo governo do Estado até 2018”, argumentou Ayres Britto.

Fonte: Diário Gauche


Subject: [Enxame_nomade] QUEM É o ministro impedidor da imediata demarcação contínua das terras indígenas?! (Re: STF suspende julgamento)


QUEM É o ministro impedidor da imediata demarcação contínua das terras indígenas?!

Eu não preciso de notícias. Eu preciso de meios e argumentos para INTERPRETAR as notícias. E também não me interessam interpretações que visem a qualquer 'fato'. O fato não existe. Eu só preciso de informação COMPROMETIDA e INTERESSADA, que me ajude a argumentar a favor da confirmação, pelo STF, da demarcação contínua das terras indígenas. Eu DETESTO todos os jornalismos.
Então, acordei decidida a saber de onde saiu este ministro diz-que Direito que, ontem, ativamente IMPEDIU que a coisa se resolvesse rapidamente, no rumo em que estava: acompanhando o voto do relator favorável à confirmação da demarcação contínua das terras indígenas na reserva Raposa Serra do Sol. Assim, o ministro diz-que Direito deu tempo aos arrozeiros para que continuem a campanha, pelos DES-jornalões, a favor de DES-fazerem o que está feito.

Já descobri que este ministro diz-que Direito foi chefe de gabinete de Israel Klabin, prefeito do Rio de Janeiro, de 1979 a 1983. Israel Klabin, por sua vez, tem a ver com as indústrias Klabin de Papel e Celulose (e é 'ético' pácas, como se lê aqui ).

Na página super ONG-'ética' e ONG-'ecológica' que se encontra neste endereço, diz o prefeito-chefe do atual ministro pedidor de vistas:

"Fui criado em negócio de florestas, plantando árvores. Fui o primeiro a instalar no Brasil, enquanto prefeito no Rio de Janeiro, a questão da consciência ambiental. Em 1992 larguei tudo que estava fazendo e me dediquei somente a FBDS. Tudo se liga no modelo econômico, havendo áreas de especialização. No FBDS nós não somos especializados em agricultura. Nossas áreas de atuação estão relacionadas com florestas, sistemas hídricos, recuperação de bacias hidrográficas, mudanças climáticas, biodiversidade e políticas públicas."

Esta simples informação basta para nos obrigar a descobrir tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo sobre este ministo diz-que Direito.

Já achei o que aí vai, da primeira página q me apareceu, aqui:

O novo ministro do STF, empossado no dia 05 de setembro, nasceu em Belém (PA), no dia 08 de setembro de 1942.

Aliás por isso a pressa em empossá-lo, pois, como a aposentadoria é compulsória aos 70 e são necessários cinco para que se permita a aposentadoria no cargo, superada esta data o ministro teria impedimento legal para assumir.

Graduou-se e doutorou-se na PUC-RJ.

Como a maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal, Direito não é juiz da carreira, ou seja não se submeteu a concurso como a maioria dos magistrados, mas ingressou na carreira através do Quinto Constitucional na vaga dos advogados do Tribunal de Justiça do Rio (o que, em um jargão popular, se diria “entrou pela porta dos fundos”).

O “Quinto” é uma norma da Constituição que assegura que 1/5 das vagas de juízes de tribunais de segundo grau e superiores seja destinada a advogados e membros do Ministério Público, que são indicados pelo chefe do Executivo (governador do estado ou Presidente da República, dependendo se o tribunal é Federal ou Estadual) dentro de uma lista tríplice votada pelo Tribunal dentre seis indicados pela OAB ou Ministério Público.

O Ministro, antes de ocupar o cargo de Desembargador no TJ carioca, em 1988, exerceu cargos políticos como de secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, presidente da Casa da Moeda, chefe de gabinete do prefeito do Rio (1979 a 1980) e chefe de gabinete do ministro de Estado de Educação e Cultura (1975 a 1978).

Ingressou na magistratura em 1988, como desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. É autor de vários livros como Estudo de Direito Público e Privado, Comentários ao Novo Código Civil, Manual do Mandado de Segurança e A Democracia Nossa de Cada Dia. Em 1996 passou a integrar o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Antes de tomar posse o Ministro Direito examinou um processo contra o Presidente Lula em que este havia sido condenado no pagamento de uma indenização ao ex-prefeito da cidade de Campinas, confirmando as decisões de primeiro e segundo graus que lhe determinavam o pagamento de uma indenização que, em valores atualizados, chega a quase R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). É casado e tem três filhos.

Caia Fittipaldi

Subject: 2 - QUEM É o ministro impedidor da imediata demarcação contínua das terras indígenas?! (Re: STF suspende julgamento)

Alguns fatos, do perído 1975-1980, durante o qual o hoje ministro Direito, do STF, foi personagem ativíssimo dos gabinetes dos governos do Rio de Janeiro (Confira aqui).

O presidente, vale lembrar, era o general Geisel.
Vale lembrar também que Herzog foi assassinado dia 25/10/1975.
Vale lembrar também que a primeira greve de operários metalúrgicos, em SBC, aconteceu em maio de 1978.
E houve muito mais, no período durante o qual este diz-que Direito, hoje ministro do STF era íntimo do golpe de 64:

"Ainda em 1976, foi elaborada a Lei Falcão que alterou a propaganda eleitoral, impedindo o aparecimento de candidatos ao vivo no rádio e na televisão. Em 1977, o Congresso Nacional foi fechado por 14 dias, em virtude da não aprovação da proposta de reforma do Poder Judiciário encaminhada pelo governo.

Para assegurar a maioria governista do Legislativo, instituiu-se, em seguida, o chamado "Pacote de Abril", que incluía uma série de medidas dentre as quais a manutenção de eleições indiretas para governadores; a eleição indireta de um terço dos membros do Senado, que resultaria na criação da figura do " senador biônico", a ampliação das restrições impostas pela Lei Falcão e a extensão do mandato do sucessor de Geisel para seis anos.

Em Outubro desse mesmo ano, foi demitido o Ministro de Exército, General Sílvio Frota, cuja candidatura à sucessão presidencial era articulada por setores militares identificados com a chamada linha-dura. Em Maio de 1978, houve a primeira greve de operários metalúrgicos, em São Bernardo do Campo."

Caia Fittipaldi



Piso Nacional dos Professores

Piso Nacional dos Professores


O Congresso Nacional aprovou e o Presidente da República sancionou, mas o piso salarial nacional dos professores da educação básica, aparentemente, “subiu no telhado”. As causas são as queixas dos Secretários Estaduais de Educação, liderados pelos secretários de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, referentes à necessidade de contratação de mais professores, conseqüência da inclusão no projeto de lei do piso nacional, de que cada professor pode destinar um terço de seu tempo contratado para outras atividades docentes, como: correção de trabalhos dos estudantes; preparação de provas; discussão do projeto político pedagógico da escola; preparação de aulas; aperfeiçoamento; discussões pedagógicas; auto-avaliação da escola e dos professores; resultados da avaliação de alunos e resultados da avaliação da escola, entre outros.

Se, realmente, o Brasil quer superar o mais rapidamente possível o seu atraso em relação às políticas públicas em educação e, especialmente, em relação à valorização dos profissionais da educação, é necessário investir simultaneamente em formação inicial, condições de trabalho, salário, carreira e formação continuada. Outros paises já fizeram e deu certo. Por que adiar, quando o Brasil vive condições econômicas tão favoráveis?

O caso espanhol é típico. Chama a atenção a evolução da educação espanhola em relação à que existia trinta anos atrás, quando da proclamação da Constituição espanhola em 1978. O investimento feito na valorização dos profissionais foi grande e, hoje, eles exibem um salário de professor de educação básica que está entre os melhores salários de professores de outros países da Europa. Certamente não há como comparar com o que está sendo proposto para os brasileiros, que é de R$ 950, mensais, a partir de 2009. Mas digamos, que esta diferença salarial possa ser atribuída à diferença do Produto Interno Bruto, per capita, que no Brasil, chega a ser quase três vezes inferior ao da Espanha. Lá, os professores têm contrato de 37,5 horas por semana e o número efetivo de horas em sala de aula é de, no máximo, 20 horas para os professores de ensino médio e 25 horas para os de ensino fundamental. Sendo que a obrigação é de que permaneçam trinta horas, no mínimo, na escola. O governo regulamenta o tempo restante, permitindo que os professores possam estar fora da escola.
Aqui no Brasil, no entanto, após anos de discussão sobre a necessidade de ter uma jornada de trabalho condizente com o dia a dia do professor e quando se aprova uma lei que melhora as suas condições de trabalho deles, o Conselho de Secretários Estaduais de Educação (Consede) se opõe porque diz que terão que aumentar o número de professores contratados. É claro que precisarão mais professores! Alguém acha viável melhorar as condições de trabalho dos profissionais e, portanto, melhorar a qualidade da nossa educação sem ter que investir mais recursos? O professor precisa de tempo para refletir a respeito da realidade da sua sala de aula e de como pode melhorar o aprendizado de seus alunos. Para isso precisa ler, estudar, discutir com seus colegas, conversar com os pais, observar os alunos e, obviamente, dar boas aulas.

Há uma outra vantagem ao dedicar um terço do trabalho docente às demais atividades de docência. Essa condição se transforma num incentivo a mais para que os professores optem pelo tempo integral, numa determinada escola, o que, via de regra, traz inúmeros benefícios para a escola e para o aluno. O professor e os alunos aproveitam muito mais se aquele for contratado por 40 horas, numa única escola, tendo 33% de sua carga para atividades diferentes das da sala de aula, do que se tiver dois contratos de 20 horas, um em cada escola.

Seria de se esperar que os Secretários Estaduais de Educação procurassem, imediatamente, regulamentar as atividades extra classe dos professores para que a escola e os alunos pudessem delas se beneficiar, o mais rápido possível. Por exemplo, discutir o tempo que os professores terão que dedicar à educação continuada, o melhor modelo de aperfeiçoamento e o objetivo desse aperfeiçoamento.

Essa discussão, que passa longe da escola, deveria ter a orientação do MEC, que está no caminho certo quando cria a Nova Capes e a Diretoria da Educação Básica, mas não consegue elaborar as diretrizes nacionais para a formação continuada, esclarecendo o que é e o que não é educação continuada para a educação básica.

Resta, agora, a esperança de que o Advogado Geral da União não aceite a inconstitucionalidade da lei aprovada, que é o que os Secretários desejam, pelo fato do Congresso Nacional ter incluído, mediante emenda parlamentar, o tempo para outras atividades diferente da sala de aula, no mesmo texto que discutia o piso salarial.

O Brasil e toda a sociedade têm que reconhecer que a opção e a prioridade pela educação necessariamente vem acompanhada de maiores investimentos e que só assim teremos condições de preparar nossas crianças e jovens para um Brasil mais justo, mais igual e de melhorar as condições de competição com os outros paises.

Por Antonio Ibañez Ruiz

Antonio Ibañez Ruiz foi Reitor da UnB (1989-93) e Secretário de Educação do DF (1995-98). Atualmente é Secretário Executivo Substituto do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Fonte: Blog do Zé Dirceu

Tucanos sabotam piso dos professores

Tucanos sabotam piso dos professores




O eleitor brasileiro deve ficar atento às promessas dos candidatos apoiados pelo PSDB em São Paulo (o partido está rachado entre Kassab e Alckmin), Minas Gerais (uma estranha aliança com a cúpula do PT em apoio ao tecnocrata Lacerda) e Rio Grande do Sul (o inodoro Marchezan Jr.). Se algum deles se atrever a falar que defende a educação, corra ao Procon para denunciar a baita falsidade. Isto porque os governadores tucanos destes três estados, o fugidio José Serra, o maroto Aécio Neves e a “suja” Yeda Crusius, estão em guerra contra o piso nacional dos professores.

A lei 11.738, que fixa o piso do magistério público da educação básica em R$ 950,00 e reserva 33% da carga horária para as atividades extraclasse, foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo governo Lula em julho.

De imediato, os três tucanos bombardearam a lei, alegando que ela implodirá as finanças públicas. Ao mesmo tempo, Crusius, metida em corrupção, propõe que seu salário suba de R$ 7,1 mil para R$ 17,3 mil mensais; Serra mantém as negociatas bilionárias com a empresa Alstom; e o Aécio silencia a mídia independente para evitar críticas as suas peripécias.

Escola pobre para o pobre

O piso salarial dos professores é uma conquista do sindicalismo. Há muito era reivindicado pelas entidades da categoria. Ele visa estabelecer justiça e dignidade a uma profissão essencial para o desenvolvimento do país, já que vários governos estaduais e municipais pagam até menos do que o salário mínimo aos educadores.

Segundo o Ministério da Educação, o piso beneficiará cerca de 60% dos trabalhadores do setor, além de amenizar as brutais disparidades existentes no país em relação ao salário dos educadores, cujas variações chegam a até 400%. Mesmo sendo irrisório e criticado pelas entidades sindicais, o piso de R$ 950,00 fixa o patamar mínimo de remuneração.

A dura e imediata reação dos governadores tucanos comprova que este partido não tem qualquer compromisso com a educação pública de qualidade. Pelo credo neoliberal, o estado é mínimo e deve evitar “gastanças” nas áreas sociais.

“É uma opção política de manter a escola pobre para o pobre. Para eles, o filho da classe trabalhadora não pode ter escola de qualidade”, critica Roberto Franklin Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Ele lembra que os ataques ao piso partem de estados com elevada arrecadação tributária. “O PIB de São Paulo é maior que o de muitos países da América Latina e o governo se nega a pagar os 33% de hora-atividade. O Piauí hoje já paga 30%. Isto demonstra claramente a opção privatista”.

Omissão ou pressão sindical?

Contra o piso, os governos destes três estados acionaram o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) para ingressar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal. A luta promete ser dura e prolongada.

A CNTE e outras entidades da educação estão dispostas a resistir à ofensiva tucana. Na semana passada, os professores do Rio Grande do Sul paralisaram as suas atividades por um dia e promoveram uma marcha pelas ruas da capital. O protesto teve a adesão dos estudantes. Já em Minas Gerais, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação denunciou a “lógica tucana, privatista e excludente” do governador Aécio Neves.

A luta pelo piso dos educadores, porém, não pode se restringir aos trabalhadores do setor. Como alega Francisco das Chagas Fernandes, secretário executivo adjunto do Ministério da Educação, “o resgate dessa dívida histórica se dá não apenas porque o piso melhorar o salário de milhões de profissionais, mas pela conquista de um conceito novo, que articula remuneração com qualidade do ensino”.

Neste sentido, o conjunto do sindicalismo deve investir nesta luta. Não pode incorrer no mesmo erro de omissão cometido na luta pela ratificação da Convenção 158 da OIT, contra as demissões imotivadas, quando adotou uma postura tímida e já sofreu derrotas no parlamento.

Por Altamiro Borges

Fonte:
Vermelho

PS.: Abaixo comentário do Adauto Melo referente a matéria acima.

Contra a contratação de 60.000 professores e técnicos para o ministério da Educação o nobre
senador tucano Álvaro Dias acaba de dizer no JN(27/08) que o governo deveria investir "naquilo que é essencial" ....

O que será essencial para demo/tucanos?

Comentando a matéria

Comentando a Matéria


O pior não é a 'encomenda'. O pior é o DES-jornalismo, o jornalismo de DES-democratização, no Estadão e na FSP, eternamente udenistas e golpistas. Até quando?!

D. Dora Kramer & Gabriel Tarde:

"a cada dia, o jornalismo será mais leviano, mais medíocre, mais irresponsável, mais desonesto,
para atender aos públicos cada dia mais mal informados e menos críticos."

Em matéria de "jornalismo", tô com Gabriel Tarde (1843-1904):

"Pode-se lamentar, de pleno direito, a história do jornalismo, que não criou públicos críticos. Porque públicos críticos teriam criado melhores jornalistas; mas públicos mal informados criaram jornalistas levianos, medíocres, irresponsáveis, desonestos. Seja como for, já não há como mudar o jornalismo e, a cada dia, o jornalismo será mais leviano, mais medíocre, mais irresponsável, mais desonesto, para atender aos públicos cada dia mais mal informados e menos críticos.

Até que se invente outro jornalismo, o jornalismo que temos hoje acabará por formar assassinos, ladrões, corruptos, bandidos da pior espécie [além de tucanos-uspeano-pefelistas e seus jornalistas partidarizados, é claro!]. Nada é menos permeável à democracia que o trono do jornalista. E de cada leitor do jornalismo que haverá e dos jornalistas que haverá, poderá brotar um assassino, um ladrão, um corrupto." (Está aqui [em francês])

Isto pra dizer que, na minha opinião, a 'encomenda' não é a segunda natureza do jornalismo: é a primeira.

O problema, portanto, é MUITO mais complicado do que espinafrar, no DES-jornalismo que desgraça o Brasil-2008, só a encomenda -- como faz o Prof. Caroni (Boletim Carta Maior ou aqui) e fazem tantos, por aí.

O xis da questão não é "a encomenda". O xis da questão é a falta de empenho democratizatório que é a marca do DES-jornalismo eternamento udenista, que ainda desgraça o Brasil-2008. Se a encomenda fosse feita em nome da maioria, continuaria a ser encomenda e estaria tudo bem.

É como a propaganda e a educação e até o amor: 'manipular', os três manipulam. Mas fazer propaganda de democratização e oferecer educação de democratização e pregar amores democráticos e de democratização são atitudes, comportamento, desejo e trabalho e amor DE DEMOCRATIZAÇÃO e pela democratização dos muitos. Então... kekitém que sejam (e são) manipulação?

Esta idéia me ocorreu, hoje, lendo a coluna de D. Dora Kramer [se quiser, leia aqui, adiante], em que ela continuava, ontem e já há dias, a tentar conseguir que a tucanaria uspeano-pefelista a obedeça. São sempre autoritários, estes DES-jornalistas do DES-jornalismo que desgraça o Brasil-2008.

E os rapazes da tucanaria-pefelista paulista (uns da ala PFL, jamais democráticos; outros, da ala da Opus Dei, não-uspeana, ainda mais ativamente fascistizante, mas é tudo farinha do mesmo saco, tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo udenista, no Brasil, há quase 100 anos! [risos, risos, mas, sim! Sandra Cavalcanti aproxima-se dos NOVENTA ANOS!) continuam a meter os pés pelas mãos.

Mas D. Dora Kramer, então, insiste. E continua a fazer DES-jornalismo, que NÃO INTERESSA à maioria democrática e só interessa aos grupelhos tucanos uspeanos paulistas eternamente udenistas e sem votos. Mas D. Dora insiste.

Depois, num só parágrafo, D. Dora aproxima (1) Sandra Cavalcanti, a inqualificável, e (2) Marina Silva, a insuportável. Em matéria de udenismos metidos a 'éticos'... plus ça change, plus c'est la même chose [risos, risos]. Por isto, precisamente, D. Dora tão facilmente reúne D. Sandra, a inqualificável, e D. Marina, a insuportável.

E, então, eu me pergunto:

-- quem desperdiçaria tempo e dinheiro, com "encomendar" a D. Dora Kramer que ela juntasse num parágrafo a fascinorosa secretária de Carlos Lacerda e a ex-ministra ONGo-petista-pirada do nosso governo Lula, que em boa hora se autodesmascarou e mudou-se... para a Folha de S.Paulo?! Estas três já nasceram juntas! [risos muitos, muitos, pq, sim, isto é engraçado!]

Ninguém precisa encomendar a D. Dora Kramer que ela escreva, da fascinorosa Sandra Cavalcanti, que Sandra Cavalcanti seria... "professora"!

(Para saber quem é Sandra Cavalcanti, veja [*] abaixo. Que Sandra Cavalcanti escreva ainda em jornal, em 2008, é prova cabal de que não há jornais nem jornalismo no Brasil, só DES-jornais e DES-jornalismo. Neste (DES)campo, D. Dora, D. Sandra e D. Marina Silva, a insuportável, nadam de braçada! Ah! E sem esquecer D. Lucia Hippolito e D. Miriam Leitão! Aliás... por que, diabos, tantas mulheres?!)

D. Dora escreve TOTALMENTE grátis. Sandra Cavalcanti, a inqualificável, TAMBÉM escreve de graça. E Marina Silva, a insuportável, idem. Em vários e importantes sentidos, este trio de agentes militantes da DES-democratização do público brasileiro leitor-consumidor do DES-jornalismo que desgraça o Brasil-2008, de fato, PAGARIA para escrever o que escreve, se preciso fosse.

O problema do escandaloso DES-jornalismo dos DES-jornalões paulistas é que os DES-jornalistas sem os quais não haveria nem DES-jornalismo nem DES-jornalões são DES-democratizadores CONVICTOS.

Tente alguém pagar para que D. Sandra, D. Dora, D. Marina, D. Danuza e D. Hebe digam DIFERENTE do que dizem todos os dias! Quem tentar, descobrirá que elas não praticam a DES-democratização da opinião pública brasileira, em 2008, "por encomenda" e que nem todo o dinheiro do mundo as converteria em agentes de democratização (por encomenda, que seja!).

D. Sandra, D. Dora, D. Marina, D. Danuza e D. Hebe (pra ficar só nestas, mas são zilhões! E por que, diabos, tantas mulheres?!) praticam a DES-democratização da opinião pública brasileira, em 2008, por arraigada convicção DES-democratizatória.

Elas crêem, sim, na DES-democratização da opinião pública brasileira. São fascistas e fascistizantes SINCERAS. Ainda são udenistas! [risos, risos, porque, sim: não fosse tão escandalosamente vergonhosa a sobrevivência da UDN em tooooooooooooooooooooooooooooooooooooooodos os DES-jornalões brasileiros, no século 21, e até no PT, seria engraçadíssima! Só rindo, sô!]

Não acabaremos com esta gente com argumentos 'ético-jornalísticos' contra o jornalismo de encomenda. Podem desistir.

É indispensável inventar OUTRO jornalismo, OUTROS jornalistas e OUTROS modos de desmascarar o velho eterno DES-jornalismo, ou 'jornalismo' de DES-democratização da opinião pública no Brasil. Tudo isto (e Sandra Cavalcanti TAMBÉM!) nasceu do golpe de 64. A luta, portanto, continua. E não é luta 'ética'. É luta política. A luta, portanto, continua.

Venceremos! LULA É MUITOS!
Em São Paulo, com Marta & Aldo Rebelo, deputado comunista, orgulho do Brasil!
________________________________________________________________

[*] Vejam aqui, os que não saibam, quem é Sandra Cavalcanti, que AINDA escreve no Estadão e que D. Dora, em 2008, ainda chama de "professora" e requenta. Semana que vem, D. Sandra completará 81 anos.

NEM UM, destes 81 anos de D. Sandra, foi ano de militância democrática e de democratização. Já foi julgada nas urnas ZILHÕES de vezes, derrotada sempre. Estaria TOTALMENTE esquecida... não fosse requentada ETERNAMENTE, no Estadão, ainda, em 2008. E, hoje, também por D. Dora Kramer.

E fá-lo, aliás, D. Dora, sem que ninguém lhe tenha encomendado naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada [risos, risos, porque, ISTO, só rindo!].

Sandra Martins Cavalcanti de Albuquerque (Belém, 30 de agosto de 1927) é uma política brasileira. Foi vereadora pelo antigo Distrito Federal (1959-1960) pela UDN, deputada estadual (1960-1962) pela Guanabara e de 1962 a 1964 ocupou a Secretaria de Serviços Sociais da Guanabara no governo Carlos Lacerda. Em 1964, tornou-se presidente do extinto BNH (Banco Nacional da Habitação). Com a extinção dos partidos políticos pelo AI-2, filiou-se à Arena.

Sua passagem na Secretária de Serviços Sociais foi bastante turbulenta. O governo Lacerda foi acusado de remover favelas sem nenhum cuidado no ponto de vista do bem estar social dos removidos, preocupando-se apenas em "higienizar" os morros da zona sul, área nobre da antiga cidade-estado. Denúncias de incêndios premeditados de barracos e de afogamento de mendigos no Rio Guandu foram as acusações feitas a Sandra Cavalcanti. Ela se defendia acusando os comunistas e brizolistas de propagarem tais fatos que, para ela, não passavam de calúnias.

Em 1974 elegeu-se deputada estadual. Em 1978, tentou concorreu ao senado, mas foi derrotada por Nelson Carneiro. Com o fim do bipartidarismo, recusou-se a entrar no PDS, devido ao ingresso de Amaral Peixoto. Tentou construir o Partido Democrático Republicano - PDR, sem sucesso. Filiou-se ao PTB de Ivete Vargas.

Em 1982 concorreu ao governo do estado do Rio de Janeiro, ficando em 4° lugar, com pouco mais de 10% dos votos. Em 1985, lançou sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PDR. Como não conseguiu viabilizar sua candidatura, apoiou o candidato do PFL, Rubem Medina. Posteriormente filiou-se ao PFL, sendo eleita deputada federal por esta sigla em 1986 e 1990. Na primeira gestão de César Maia na prefeitura do Rio de Janeiro (1993-1997), foi secretária municipal de Projetos Especiais.

Chegou a ser participante fixa de um programa vespertino dedicado ao público feminino na extinta Rede Manchete no ano de 1984.

Para referência, e prôs que queiram verificar que, sim, D. Dora ESQUENTA D. Sandra Cavalcanti... em 2008, aqui vai, também, a coluna:


Dora Kramer - Virado à paulista

O Estado de S. Paulo

26/8/2008

Nessa altura não interessa mais de quem é a culpa: se do governador José Serra, ao planejar a eleição de prefeito sem um candidato com a marca do partido, mas ao molde do roteiro de sua campanha presidencial, ou se do antecessor, Geraldo Alckmin, ao atropelar o projeto e se impor ao PSDB como candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

Importa apenas o fato: de posse das duas máquinas, estadual e municipal, das melhores alianças partidárias (incluindo a captura do PMDB da área de influência do PT) e de uma adversária com alto grau de rejeição e baixa densidade político-eleitoral em sua coalizão, o PSDB constrói uma derrota.

Mas não uma derrota qualquer, daquelas normais, cujas conseqüências nefastas têm prazo de validade e volta por cima no cenário do amanhã.

Dessas, o presidente Luiz Inácio da Silva só em eleições presidenciais sofreu três. O governador José Serra outras tantas e a então prefeita Marta Suplicy uma especialmente impactante: em 2004 perdeu a reeleição para Serra que dois anos antes fora derrotado por Lula, que não conseguiu convencer o paulistano a dar o bis a Marta, que foi ao fundo, emergiu e hoje é líder absoluta nas pesquisas.

A derrota em construção não se limita ao resultado eleitoral. Este pode até virar, não se sabe. Ninguém está livre de um milagre, nem Geraldo Alckmin nem Gilberto Kassab. Ou de um imprevisto, nem Marta Suplicy.

O estrago bordado com esmero em São Paulo - com a participação de artesãos de fora - é de natureza política.

Isso ocorre quando o fracasso independe do resultado. A situação já se desenhava assim desde o começo, quando Marta patinava na largada, Kassab reunia uma vistosa aliança e Alckmin exibia patrimônio eleitoral suficiente para inibir qualquer movimento mais brusco do grupo do governador Serra para matar sua candidatura na marra.

Com a mudança de ventos e o registro da queda de Alckmin em duas pesquisas consecutivas, o quadro deu uma piorada considerável. Candidato oficial do PSDB, o ex-governador desceu do altar do bom-mocismo e partiu para o ataque direto à atual administração de São Paulo.

No programa eleitoral diz que sobra dinheiro e falta competência. Aponta carências de toda sorte: de vagas nas creches, nas escolas, de transporte púbico decente, de moradias, de hospitais, de médicos, de iluminação nas ruas, enfim, a cidade mostrada por Geraldo Alckmin é um horror em matéria de desmazelo e abandono.

Com isso, não ataca Kassab, um ex-deputado do DEM, vice deixado na cadeira por Serra para representá-lo na prefeitura toda montada à base de tucanos. Desde que assumiu a vaga, o substituto não deu um passo nem um pio em desacordo com a concepção de Serra, política e administrativamente falando.

Quando diz ao eleitor de 2008 que a Prefeitura de São Paulo é mal gerida, está informando ao eleitorado de 2010 no Brasil todo que o principal candidato de seu partido à Presidência da República é um mau gestor.

Um caminho que nem o PT nacional, adversário oficial na sucessão de Lula, havia ousado trilhar.

É difícil, embora seja possível, acreditar que a campanha de Geraldo Alckmin não tenha pensado em todas as conseqüências - entre elas a perda do papel da vítima - e atue nessa direção apenas por aflição eleitoral.

Seja qual for o fator, não altera o produto: um candidato a prefeito que se apresenta à disputa para afirmar a marca do partido e depois tenta se credenciar subtraindo credenciais do candidato a presidente do próprio partido.

Algo nunca visto nem no PT das memoráveis guerras de extermínio interno.

À beira

Quando a senadora Marina Silva deixou o Ministério do Meio Ambiente, optou pelos símbolos para transmitir sua insatisfação. Não se deu a maiores comentários nem sobre a versão da “assessoria” do Palácio do Planalto de que o presidente Lula teria interpretado o pedido de demissão como um ato deliberado para deixar o governo mal diante dos ambientalistas nacionais e internacionais.

Devagar, a senadora passa dos gestos às palavras. Ainda as escolhe como quem pisa sobre ovos, mas caminha obviamente na direção de uma abordagem menos sutil da questão.

Ontem, em seu artigo semanal na Folha de S. Paulo, Marina Silva aponta “sinais preocupantes” de que o governo patrocina retrocessos na política ambiental - contrariando compromisso assumido pelo presidente em maio - e acrescenta: “Para a sociedade será difícil aceitar mudanças na contramão do que foi dito há três meses”.

Súmula

Em matéria de reforma política, a professora Sandra Cavalcanti, signatária da Constituinte de 1988, disse o necessário numa frase de seu artigo de ontem no Estado: “O voto poderia ser facultativo e as promessas obrigatórias”.

O resto é enfeite.

Fonte: Clipping


Encomenda, a segunda natureza do jornalismo?

Encomenda, a segunda natureza do jornalismo?


A manchete do jornal O Globo, de 24 de agosto, "denunciando" que "cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.

Por Gilson Caroni Filho

Que ganha bem um editor de primeira página de O Globo ninguém duvida. "O valor do sal" é calculado de acordo com a "esperteza" dos bem selecionados peixinhos do aquário. A manchete de domingo, 24 de agosto, "Cada medalha custou R$ 53 milhões à União", é um primor em matéria de distorção e ocultamento da verdade. A reportagem, alusiva aos investimentos públicos feitos, em quatro anos, através da lei Piva e de recursos de estatais a diversas modalidades olímpicas, mostra que o jornalismo de encomenda não poupa esforços quando o alvo é o governo federal.

Talvez a melhor análise já tenha sido feita pelo leitor Álvaro Marins em comentário a um artigo que versava sobre outro assunto. O que o jornal tentou ocultar foi "que as empresas brasileiras públicas estão fazendo um investimento médio de R$ 8.000,00 por mês, por atleta, para que ele tenha treinamento e equipamentos adequados para participar com brilho de competições internacionais (que a Globo não transmite), entre elas, os Jogos Olímpicos (cujas competições a Globo só transmite se elas não alterarem a sua grade de programação). Enfim, hoje o leitor de manchetes de O Globo ficou sabendo que o governo Lula investe no esporte (como todo governo responsável) e que as Organizações Globo ficam muito aborrecidas com isso". Na mosca, Marins, na mosca.

Há dois anos, mais precisamente em 7de maio de 2006, publiquei no Observatório da Imprensa, um artigo intitulado "O velho serviço de encomenda". Peço licença ao leitor para reproduzi-lo aqui. É interessante a cadeia alimentar do campo jornalístico. Da labuta dos peixes de mercado, os ornados e pomposos extraem os nutrientes para os interesses dos peixões associados em empreendimentos políticos e econômicos. Qualquer advertência crítica à perfeição desse "ecossistema" soará como grito paranóico. Mas a leitura atenta não pode ceder aos reclamos do senso comum das redações. Nesse caso, a repetição mostra a que ponto chega um jornalismo que se considera como a única oposição confiável. Vale a pena ler de novo.

"O velho serviço de encomenda"

"Poucas vezes um jornal produziu uma edição tão explícita em intenções como o Globo de domingo (7/5). A entrevista com o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, é um primor de golpismo travestido de trabalho jornalístico. Prestidigitação e tentativas de projeção inserem-se de forma aguda nas páginas internas. O inédito exercício de futurologia trai os objetivos políticos da publicação. É o velho serviço de encomenda que não deveria surpreender a mais ninguém. A lamentar, sua previsível recorrência, apesar das loas tecidas ao exercício da democracia.

Ocupando a dobra superior inteira da primeira página, o diário alardeia como novidade bombástica a afirmação do ex-dirigente partidário, manchete da página 4: "Quem mandava no PT eram Lula, Genoino, Mercadante e Dirceu". Se notícia é divulgação, sob formato jornalístico, de algo socialmente relevante que merece publicação, fica difícil definir o que norteou o jornal carioca. Se, tal como definem os manuais, a novidade é um dos fatores de qualidade da informação, os editores parecem não ter noção de regras elementares. Ora, quem, entre os leitores da grande imprensa, não conhecia a importância hierárquica dos três políticos citados?

Definitivamente, mais uma vez, contrariando um dos slogans das Organizações, "o que pintou de novo não pintou na manchete do Globo". O que podemos ver, no entanto, é uma entrevista esburacada, sem sustentação interna e que nada acrescenta ao que já foi escrito sobre a crise política.

Todos sabemos que é a edição que confere sentido às informações contidas em uma matéria. Longe de ser mero procedimento técnico, o ordenamento do conteúdo é pautado por determinações ideológicas do veículo. No caso da entrevista, isso salta aos olhos. Basta que, tal como faz o jornal, pincemos alguns trechos do depoimento de Silvio Pereira. Escolhamos outros, diferentes dos selecionados pelo Globo, para elucidar a dinâmica:

1. "Não me conformo de o PT pagar todo o pato. Se investigassem a fundo realmente veriam isso. E o governo nada fez de errado";

2. "Só não mexi com os fundos de pensão. Os maiores ficaram com Gushiken. Mas não houve nada de errado com os fundos";

3. "Foi uma grande mística [a distribuição dos cargos]. De 7.900 pessoas que se inscreveram no sistema que eu montei, para toda a base aliada, com cargos e perfis técnicos, ficaram mais de 90% de fora. Foi um sistema legítimo".

Organizando o movimento

Ora, com base nas afirmações acima, a manchete poderia ser "Ex-dirigente do PT revela: o governo nada fez de errado". Haveria alguma distorção quanto às declarações do entrevistado? Será, enfim, o jornalismo uma atividade que comporte práticas discursivas efetivamente isentas? Creio que a resposta a estas questões já foi dada em marcos históricos bem distintos. As evidências empíricas há muito tempo desmontaram o mito da objetividade. Mas voltemos ao assunto que move nosso pequeno artigo.
Deixemos, então que o jornal fale de suas reais motivações. Segundo Soraya Aggege, jornalista que entrevistou Pereira, o que levou o Globo a procurá-lo "foi mostrar como vive o ex-secretário um ano após a crise do ‘mensalão’". Uma espécie de "onde anda você", muito comum nas editorias de esporte e seções dedicadas ao mundo artístico, mas raro, senão inédito, no campo político.

Mas por que logo ele? Havia tantos outros atores... Alguns, com predicados de barítono, como o ex-deputado Roberto Jefferson, certamente não se furtariam a atender à imprensa. Para os propósitos do jornal, porém, tinha que ser um ex-dirigente do partido. Alguém com conhecimento da máquina que pudesse, rompendo o silêncio, reiterar o que era por todos sabido como se novidade fosse. Uma legítima farsa, modalidade teatral que, desligada de princípios éticos, às vezes ganha conteúdo de denúncia à revelia do autor. Foi a isso que o Globo dedicou seis páginas na sua roupa de domingo.

Publicada na véspera da reunião do Conselho Federal da OAB, que decidiria se a entidade encaminha ou não o pedido de impeachment de Lula, a entrevista é emblemática. Mostra, sem qualquer disfarce, seu real objetivo. O que se lê na página 9 não deixa qualquer margem de dúvida. "As declarações de Sílvio Pereira – que repercutiram ontem mesmo porque a edição de O Globo começa a ser vendida nas bancas do Rio a partir das 15h – deram novo fôlego à crise".

O que impressiona é a capacidade premonitória do jornal. O que é publicado sábado permite adivinhar o que aconteceria na segunda-feira. E não estamos na seção de horóscopo. Mais uma vez a família Marinho vem a público anunciar que organiza o movimento. Orienta o carnaval e, na medida do possível, inaugura um monumento no Planalto Central do país”.
E assim será até 2010, não duvidem.


Mensagem final de Vargas ao Povo Brasileiro

Mensagem final de Vargas ao Povo Brasileiro


"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.


Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."

27 agosto 2008

Pedido de intervenção em BH

Pedido de intervenção em BH


À Comissão Executiva (CEN) do Diretório Nacional do Partido dos
Trabalhadores*

REPRESENTAÇÃO

Os abaixo assinados solicitam a essa instância partidária, na forma desta representação, que adote *medidas imediatas* para coibir as graves infrações às resoluções políticas aprovadas pelo Diretório Nacional, executadas pelo Diretório Municipal do PT em Belo Horizonte e pelos filiados Fernando Pimentel (Prefeito de BH) e Roberto de Carvalho (candidato a vice-prefeito da Coligação Aliança).

Depois de um amplo debate, o Diretório Nacional decidiu pela aprovação da aliança PT/PSB em Belo Horizonte, *afastando a possibilidade de coligação com PSDB e PPS *(Resolução do DN de 30/05/2008).

O acatamento da decisão por parte do DM/BH foi apenas na aparência.

Escudando-se num pretenso apoio informal desses partidos, uma vez que foram proibidos de se coligarem, iniciaram a campanha onde o PPS e principalmente o PSDB ocupam cargos de destaque na coordenação da campanha, participam lado a lado com o candidato e os petistas de todas as atividades de campanha e hegemonizam politicamente todas as ações, além de desferirem pesadas críticas ao PT e ao Governo Lula, que nunca são respondidas por qualquer membro da coligação, num silêncio cúmplice.

Além disso, obras que estão sendo feitas em Belo Horizonte com recursos do PAC, como a duplicação da Av. Antônio Carlos e o Projeto Vila Viva (urbanização de favelas), são apresentadas no programa eleitoral do candidato da aliança como sendo executadas pelo Prefeito Pimentel e pelo Governador Aécio. A campanha na tv e no rádio sequer cita o Presidente Lula como protagonista dessas obras.

Em nome de um *projeto político maior *que nunca se explicou qual seja, mas que todos sabemos que se trata de projetos pessoais do Governador Aécio e do Prefeito Pimentel com vistas aos Palácios do Planalto e da Liberdade respectivamente, forjou-se uma aliança que desrespeitou e enfraqueceu os partidos, empobreceu o debate político e dispensou a efetiva participação cidadã.

Nenhum sacrifício foi obstáculo para o projeto personalista colocado em andamento.

Não bastasse todo esse quadro formador da aliança original, muito mais ocorreu até que ela fosse ampliada com outros 12 partidos. A mão do governador interferiu de maneira grotesca na decisão de cada um deles. Para viabilizar o tal projeto político, não se hesitou em passar por cima dos ideários, dos compromissos, das histórias e das regras dos partidos.

Vivemos em Minas Gerais uma situação em que o Governador Aécio acha que tudo pode. Controla com mão de ferro qualquer crítica à sua peessoa ou ao seu governo.

No Partido dos Trabalhadores - PT, aqueles que *resistem* a essa insólita aliança são ameaçados com a instalação da Comissão de Ética. E isto significa uma clara inversão de valores, uma vez que o desrespeito às decisões partidárias foi praticado por eles, inclusive através de pressões sobre cargos comissionados.

Diante dos constantes ataques à liberdade de expressão, ao intenso movimento feito para coibir o lançamento de candidatos por outros partidos da base de sustentação governista municipal e estadual e para tentar conter o abuso do poder econômico pelo candidato oficial, foi criado em Belo Horizonte o Movimento Vigília Democrática.

Deste movimento supra-partidário participam pessoas filiadas a diversos partidos que apresentaram candidatos à prefeito nas eleições que se aproximam, bem como a partidos pertencentes à coligação governista, insatisfeitos com o processo anti-democrático que resultou na formação da Aliança.

*O* *dito apoio informal do PSDB e PPS,* *utilizado para burlar a resolução nacional do PT*, *transformou-se*, como era de se esperar,* numa aliança real, *onde o governador e o prefeito atuam como garotos-propaganda e abonadores da candidatura da coligação.

Depois de conseguirem seu intento, não tem sequer a preocupação de manterem as aparências de uma pretensa informalidade.

Diversas são as declarações de ambos na imprensa, grande parte destas já relatadas em outras representações ao Diretório Nacional, onde indicam que, *independente dos partidos*, estarão juntos nas eleições, insinuando um acordo não só para a que está em curso.

O *site oficial da coligação coloca o PSDB e o PPS como integrantes da aliança.*

O lançamento da campanha, o encontro das bandeiras, foi uma verdadeira confraternização do PT com o PSDB, com direito a dezenas de bandeiras dos dois partidos e discursos inflamados de Aécio e Pimentel contra a direção nacional do Partido dos Trabalhadores - PT.

Nas aparições públicas do candidato da Aliança é comum vê-lo ladeado pelos dois, o Governador e o Prefeito, sempre sorridentes e irmanados como velhos companheiros de armas.

Se ainda existia alguém que sinceramente acreditasse na informalidade do apoio, o início da propaganda, no rádio e na TV, veio dissipar todas as ilusões. Pimentel e Aécio aparecem como verdadeiros garotos-propaganda e abonadores da candidatura Márcio Lacerda, que, para alavancar a candidatura do desconhecido candidato, ocupam a maior parte do programa, seja em bloco ou nos comerciais de 30 segundos, exaltando as qualidades da antiga parceria entre os dois governantes e apresentando o referido candidato.

Neste contexto, nada mais apropriado do que a escolha da cor laranja como a cor da campanha.

Para se ter um exemplo, transcrevemos o trecho do início do primeiro programa do candidato, onde a apresentadora diz o seguinte:
*Essa eleição para prefeito de Belo Horizonte traz duas grandes novidades. Uma é a aliança entre o atual prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel do PT e o Governador Aécio Neves do PSDB. Mesmo de partidos diferentes eles vem trabalhando juntos há seis anos, numa parceria que o Brasil inteiro acompanha com muita atenção. **A outra novidade é o candidato dessa aliança: Márcio Lacerda. No programa de hoje, você vai conhecer um pouco mais sobre a vida e o trabalho de Márcio e ver porque a aliança administrativa entre a Prefeitura e o Governo do Estado é tão importante para BH.*

Constata-se, claramente, que há uma aliança que abrange além das figuras públicas do Prefeito e do Governador, seus respectivos partidos.

Tanto é verdade, que faz-se questão de citar com veemência os nomes do PT e do PSDB.

Em outro comercial, aparecem o Prefeito e o Governador juntos, falando da parceria que eles têm há seis anos e dos frutos dessa parceria.

Esses fatos, agora publicizados, explicam a falta de empenho do Prefeito na campanha de Nilmário Miranda ao Governo do Estado em 2006.

Outros fatos que chamam a atenção são a veiculação de materiais impressos de candidatos à vereador pelo PSDB acompanhados por Pimentel e Aécio e a utilização, sem autorização, de imagem dos Ministros Patrus Ananias e Luís Dulci na campanha de TV do candidato da Aliança.

Portanto, não há como desconsiderar a violação da Resolução Nacional do Diretório Nacional* *e o processo sistemático de desconstrução do Partido dos Trabalhadores, em curso, nas eleições municipais de Belo Horizonte.
Destacamos os incisos I, II, VIII, X e XII do artigo 209 do Estatuto do PT, que estabelecem como infrações:
*I- A violação äs diretrizes programáticas, ä ética, ä fidelidade, ä disciplina e aos deveres partidárias... ;*
*II- O desrespeito ä orientação política ou a qualquer deliberação regularmente tomada pelas instâncias competentes do Partido...;*
*VIII- O não acatamento äs deliberações dos Encontros e dos Congressos do Partido, bem como äquelas adotadas pelos Diretórios e Comissões Executivas do Partido...;*
*X- Acordos ou alianças que contrariem os princípios programáticos do Partido...;*
*XII- A promoção de filiações em bloco que objetivem o predomínio de pessoas ou grupos estranhas ou sem afinidade com o Partido.*
*Em face de tudo que foi exposto* e com fundamento no Capítulo III do Estatuto do Partido dos Trabalhadores, que se refere às penalidades, os Representantes requerem dessa instância partidária os seguintes procedimentos:
*01 - Censura pública ao Prefeito Fernando Pimentel e ao Deputado Estadual Roberto Carvalho para que não participem de mais nenhuma atividade de campanha em que estejam presentes o Governador Aécio Neves e o PSDB, inclusive nos programas de Rádio e na TV;*
*02 - Intervenção no Diretório Municipal de Belo Horizonte, de acordo com o Artigo 229 do Estatuto do Partido dos Trabalhadores - PT.*

Nestes termos,
Pedem e esperam pronto atendimento.

Belo Horizonte 25 de julho de 2008.

André Quintão
José Celestino
Jésus Lima
Luiz Baku
Marcos Helênio
Pedro Paulo Morais (Pepe)
Rogério Correia
Wagner Benevides

Estamos impressionados com a estrutura de monitoramento da floresta do Brasil

Premier norueguês: "Estamos impressionados com a estrutura de monitoramento da floresta do Brasil.
Isso não existe nos outros países"





Oslo (Noruega) - Em meio à movimentação do mercado em torno da descoberta do petróleo do pré-sal no litoral brasileiro, Jens Stoltenberg, primeiro-ministro da Noruega, quinto maior exportador mundial de petróleo, se prepara para uma visita de Estado ao Brasil a partir de 15 de setembro.
Stoltenberg virá ao País com uma pauta focada em três pontos principais: a cooperação política e integração entre os dois países, a questão da economia e energia e, por último, meio ambiente.

"Estou bastante ansioso para ir ao Brasil.
Estamos muito impressionados com o desenvolvimento econômico brasileiro nos últimos anos.
O País se tornou uma potência global e estamos interessados e ansiosos em estabelecer um relacionamento mais próximo entre os dois governos", disse o premiê norueguês para um grupo de quatro jornalistas brasileiros, em seu escritório em Oslo, a capital norueguesa, na sexta-feira.

O primeiro-ministro elogiou as iniciativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de buscar alternativas de fontes de energias renováveis, como o desenvolvimento de biocombustíveis, e também o combate à pobreza no País.
Stoltenberg visitará o Rio de Janeiro, Brasília e Manaus, onde visitará áreas da floresta amazônica.

A floresta amazônica, junto com o petróleo, será o assunto principal das conversas de Stoltenberg com Lula.
Durante a visita ao Brasil, o premier anunciará uma doação do governo norueguês para o fundo brasileiro de preservação da Amazônia.
O valor não foi revelado pelo premier.

"Ele será divulgado durante a assinatura do acordo", afirmou.

"Cerca de 20% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa são resultados do desmatamento.
A Amazônia é importante porque é a maior floresta tropical do mundo, e vamos concentrar nossos esforços para cooperar com o governo brasileiro no combate ao desmatamento da Amazônia", disse Stoltenberg.

Ele procurou destacar o sistema de monitoramento das florestas brasileiras e o fato de o governo brasileiro ter conseguido reduzir o desmatamento nos últimos anos.
"Vamos ajudar o governo brasileiro a combater o desmatamento da Amazônia e a única coisa que vamos querer em troca é a preservação dela.
Não temos uma segunda agenda", afirmou.

De acordo com o premier, já existe um intercâmbio entre os dois países nesse sentido e a troca de informações tem sido constante, tanto em nível técnico quanto no âmbito nível ministerial.

"Estamos impressionados com a estrutura de monitoramento da floresta do Brasil.
Isso não existe nos outros países", acrescentou.

O governo da Noruega criou um fundo de preservação das florestas tropicais.
O parlamento da Noruega aprovou este ano para esse fundo a liberação de US$ 3 bilhões que serão aplicados nos próximos cinco anos, mas esse valor poderá ser maior ainda, informou o premier.
Em junho, a Noruega doou junto com o governo britânico 100 milhões de libras (R$ 301,6 milhões) para o governo do Congo para serem aplicados no fundo de preservação das florestas tropicais do pais africano.
"A preservação das florestas tropicais é a forma mais barata e eficaz para a diminuição dos gases causadores do efeito estufa", lembrou o coordenador de programas da Rainforest Foundation da Noruega, Torkjell Leira, com base em estudos ambientais.



Governo quer gerenciar utilização dos royalties

Governo quer gerenciar utilização dos royalties




O governo iniciou um debate que promete ser o mais complexo de todo o novo marco regulatório para o petróleo brasileiro após a descoberta das megareservas no pré-sal: regras sobre como gastar a nova riqueza do subsolo.

"É preciso estabelecer uma disciplina para usar os recursos", disse um ministro à reportagem.
"Não podemos nos comportar como novos ricos e sair por aí torrando o dinheiro".

A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer garantir que não se repita com os recursos do pré-sal o padrão de mau uso e desperdício de dinheiro que se vê na maioria das prefeituras hoje beneficiadas com os royalties do petróleo.
Estudo da Universidade Cândido Mendes (Ucam) mostra que, na maioria dos casos, a receita do petróleo é gasta com a contratação de funcionários públicos e repasses a organizações não-governamentais (ONGs), muitas vezes ligadas a políticos locais.


Arte para Revolução

Arte para Revolução





Sala lotada, treze pessoas com a atenção totalmente voltada para o desenhista Carlos Latuff, três horas de conversa. Perto do aniversário de 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e de 15 anos da “Chacina da Candelária”, um dos desenhos de Latuff foi utilizado em outdoors na cidade do Rio de Janeiro. A iniciativa visava chamar a população para uma manifestação contra a violência policial. O governador considerou o desenho ofensivo e em quatro dias o outdoor foi recolhido. Para Latuff foi uma pequena vitória. É o que ele nos conta nessa entrevista histórica, a segunda que concede ao Fazendo Media impresso – republicada excepcionalmente aqui no fazendomedia.com.

Por Diego Novaes, Eduardo Sá, Fernanda Chaves, Gilka Resende, Leandro Uchoas, Lorena Bispo, Luana Bispo, Luis de Gonzaga, Marcelo Salles, Maubia Chaves, Raquel Junia, Sergio Santos e Tatiane Mendes.

Tem uma frase de maio de 68 que diz assim: “nunca mais volta a dormir aquele que uma vez abriu os olhos”. Quando é que você abriu os olhos?
Que frase bonita! Eu não sei, eu lembro que o processo se desencadeou com os Zapatistas mesmo [movimento Zapatista, do México]. Eu sempre tive um incômodo com a realidade que me cercava, mas eu nunca objetivei, eu tinha aquelas revoltas juvenis, aquela coisa de adolescente revoltado, aí depois que cresce baixa o fogo e vira yuppie, civiliza. Mas o golpe fatal foi na Palestina. Aliás, eu vou contar um negócio aqui que eu achei do caralho. Eu estava no computador e aí pipocou uma pessoa no meu MSN. Era a Laila de Rafa, em Gaza [Palestina] e abriu uma câmera. Ela passou toda a conversa com um sorriso de lado a lado. A mulher vive em Gaza, com bloqueio de comida, de medicamento, de combustível, de passagem física, de tudo, e a mulher sorriu à vontade porque estava me vendo. Eu pensei assim: ‘caralho, é como se você visse uma pessoa em Sarajevo com bomba caindo e a pessoa sorrindo porque está te vendo. Por quê, eu sou um homem bonito?’

Não, com certeza não.
(risos) É porque fazia diferença para ela e para as pessoas que ela conhece. Esse trabalho de cartunista fez tanta diferença para uma pessoa que mora em Gaza a ponto de ela esquecer onde ela está vivendo para ficar sorrindo só falando comigo. O que mais comove o palestino é uma pessoa que não é mulçumana, não é árabe, que mora longe, brasileiro, se colocar a favor do povo palestino.

Como foi que o seu desenho foi parar no outdoor aqui na cidade do Rio...
A princípio, eu e o Marcelo [Salles] conversamos muito sobre a produção de imagens que possam ser apropriadas pelo movimento social. Porque a intenção foi essa, a gente primeiro criou aquela imagem, discutiu e eu publiquei na internet e fiquei aguardando. A minha parte como produtor dessa imagem eu fiz, assumi o risco de fazer e assinar. Sempre quando produzo alguma coisa tenho esse pensamento de que esse desenho possa não ser circunscrito à internet ou a um jornal. Ele precisa ser copyleft [livre reprodução] e atingir um sem número de pessoas. Aí veio o representante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e falou que estava pensando em fazer um outdoor e usar um desenho meu. Eu falei: ‘Cara, eu já tenho um desenho pronto. Se não for pra pegar pesado nessa questão eu não vou fazer. Se for pra desenhar pombinha da paz, criancinhas alegres eu não vou fazer’.

Por que não?
Porque é babaquice, é o Viva Rio [ONG Viva Rio] fincar cruzinhas na praia, balãozinho vermelho... Isso aí não quer dizer porra nenhuma! Porque com isso você pede paz, mas não diz quem causa a guerra. É um troço vazio. E ele me perguntou o que é pegar pesado. Eu respondi: ‘é mostrar uma criança baleada, vítima dessa política, é mostrar sangue, violência, mas dentro de um contexto diferente desse que você vê no Rambo, no Tropa de Elite, entendeu? Um contexto nosso, a realidade como é de fato.’ Aí ele falou para eu mandar o desenho. Eu mandei e não me responderam nada, pensei que o desenho tinha sido vetado.

É bom dizer o que tem no desenho...
É um policial diante de uma mãe negra abraçada a uma criança morta, também negra e baleada no peito. O garoto tem o uniforme de colégio e um caderno caído no chão. O policial está ao lado com um fuzil que acabou de atirar, ainda com a fumacinha no cano, no fundo tem uma favela e do outro lado tem um caveirão distribuindo tiro pra todo lado.


O desenho censurado pelo governo Sérgio Cabral

Então eles preferiram esse desenho à pombinha da paz...
É, me deixou satisfeito o Conselho ter a coragem de bancar o desenho. Aí gerou toda aquela polêmica, o artigo de O Globo cita como uma imagem polêmica. Mas por quê? A realidade não é polêmica, a imagem é que é polêmica. Quando você mostra, choca; estranho, né? É a lógica da sociedade hipócrita e doente; tem certas coisas que a gente sabe que existem, mas não pode externar, não pode colocar numa imagem e mostrar.

Acho que é por causa da linguagem que alcança mais gente e é isso que incomoda...
Mas aquela imagem na verdade não é uma criação literária.

Por isso é que incomoda e teve toda essa reação deles.
Pois é. Por que polêmico se é um troço que todo mundo sabe que rola? Lembra aquela propaganda do Sprite “imagem não é nada, sede é tudo”? É exatamente o contrário, a imagem é tudo, a sede não é nada. A verdade não é nada, a imagem é que machuca e era isso mesmo que eu queria.

Você acha que foi alvo de censura?
Isso pra mim não é novidade nenhuma, a história mais recente foi aquela da camisa do Cauê no Pan [personagem criado para ser mascote dos Jogos Panamericanos no Rio. Latuff desenhou uma versão do Cauê com um fuzil na mão, representando a violência policial, e recebeu a visita da polícia em sua casa para explicar o desenho]. Você tem o fascismo clássico, o racismo clássico. Nós aqui na mesa temos duas meninas negras que podem até falar muito bem disso. Se eu, por exemplo, morar no Tennessee, o cara vai chegar na lata e falar ‘negra, fuck you negra!’, mostrando a camisa com o emblema da Ku Klux Klan. Nos Estados Unidos o negócio é descarado, na lata. Na África do Sul já era política de estado, tinha aquela coisa de colored people. No Brasil é um racismo cordial. Dizem: ‘Eu não sou racista, eu tenho um amigo que é preto. Eu não sou homofóbico, eu tenho um amigo que é viado’.

Ou então você é moreninho...
Moreninho. Essas historinhas que na verdade mascaram o racismo objetivo, mas ninguém chega e fala “eu sou racista”. O fascismo é assim também no Brasil, é cordial. Claro, se for na favela é diferente, é pé na porta e o caralho. Agora esse caso do outdoor, como foi feito por um Conselho do Estado e o cara que estava à frente é um desembargador [Siro Darlan] as coisas se resolvem na base do telefonema. Se fosse um regime fascista clássico, tacava fogo no outdoor, invadia a empresa e dava porrada em todo mundo. Aqui eles não vão entrar e quebrar tudo, eles dão um telefonema para o dono - como em Israel, quando colocaram no Centro de Mídia Independente uma ilustração minha, que era o Ariel Sharon fazendo a saudação nazista. A polícia não chutou a porta da empresa de internet, deu porrada em todo mundo e tirou o site do ar. O cara ligou para o dono e falou assim: ‘Se você não tirar o site do ar a gente te mata’. Aí as coisas se resolvem, sabe...

Qual o papel da polícia na manutenção da ordem capitalista, tanto na política de segurança do governo Sergio Cabral, no Rio, quanto em outros governos baseados no extermínio?
Eu tenho certeza que o Sérgio Cabral é um cara que tem formação, não é um cara idiota. Ele sabe direitinho sobre socialismo, sabe que esse problema, se é para ser resolvido de fato, vai ter que ser no âmago da questão, que é estrutural. Porque essa coisa de troca de tiro e partir para cima é enxugar gelo, ele sabe disso, mas ele sabe que não tem outra alternativa. Ele não quer e não vai solucionar o problema do capitalismo, ele não foi eleito para isso, então essas operações na verdade são pirotécnicas.

Eles não vão lá num banco da Suíça pegar o cara que está ganhando em cima do tráfico...
E também não vão a Brasília. Não vão pegar um juiz que está envolvido, não vão pegar graúdo, não vão pegar ninguém, porque aí vão atirar no próprio pé. Entra na questão sistêmica, ele não pode combater o sistema do qual ele saiu. É o Matrix, a gente vive as sensações, a de segurança é uma delas. O Josias Quintal, que foi o secretário de segurança aqui no Rio de Janeiro no governo Garotinho, deu uma declaração que eu nunca mais vou esquecer. Eles conseguiram um acordo com as Forças Armadas para colocar a Marinha nas ruas por certo período. Ele falou assim: ‘Eu estou muito satisfeito com esse convênio firmado com as Forças Armadas de colocar os soldados na rua porque isso dá à população a sensação de segurança’. É isso, não importa se existe a segurança, importa a sensação de segurança. Ele não vai dar segurança, porque para isso ele precisa atacar as questões sistêmicas e não tem condições de fazer isso.

E como a gente combate esse sistema?
Eu acho que o combate só quem pode dar é a esquerda, qualquer um que apresente uma solução fora da esquerda é maquiar o cadáver, é jogar perfume num monte de estrume. É melhorar o capitalismo, é novamente o discurso pós-moderno de que acabou a história, o muro caiu e não tem mais luta de classe, não tem mais esquerda e direita, é só o mercado que rege nossas vidas.

Você acredita na mudança do mundo?
Não, mas eu me comovo de ver como um povo pode ser resistente como o palestino. Como pode, meu Deus! E os filhos da menina [Laila, de Rafa] sorridentes, crianças lindas, meu Deus! Aí você abre o jornal e vê: ‘o palestino é o homem-bomba, o palestino é o terrorista’. Você vê a supra-realidade. ‘O palestino é isso, o palestino é aquilo, o favelado é o bandido’ E você abre a webcam e vê: puxa, ela põe um quadro na parede, ela tem uma vida, ela é de carne e osso, ela é gente, ela é humana. Como artista, eu acho que o que eu posso fazer são essas coisas, entendeu? Como o outdoor. Ficou quatro dias, mas já foi uma vitória.

Por que você não fala com a grande imprensa?
Porque se ela não for omitir, ela vai distorcer; então se for para me sacanear, os caras vão fazer isso sozinhos e não vão precisar da minha ajuda. Você acha que O Globo faria isso que você está vendo aqui? Só se eu fosse o superstar da política e olhe lá. Aquela menina do Globo escreveu no artigo que eu não dou entrevista para a imprensa. É uma mentira, meu problema não é com a imprensa, é com essa imprensa. A imprensa corporativa, de rabo preso.

Como você define ser de direita?
É simples: é quando você privilegia o capital acima do social. Melhor definição: quando você dá mais importância ao capital em detrimento do social. Isso é direita, isso é o capitalismo, isso é o neoliberalismo, isso é o pós-modernismo. Quando você privilegia o social em detrimento do capital, é o internacionalismo, é o socialismo, é o comunismo, é o anarquismo, é a esquerda.

Engraçado, ninguém se diz de direita. Não tem um que diga...
Não tem. Eu ainda sou mais o Le Pen [Jean-Marie, político francês da extrema direita]. Ele diz literalmente que é fascista. Ótimo, parabéns. Fica mais fácil a gente te combater. Agora, o cara do PFL vem dizer que é democrata?! Pena que essa discussão só fica entre a gente.

Que nada. Milhares de pessoas vão ler essa entrevista...
Que elas vão ler essa entrevista, não tenho dúvida. Se elas vão tomar alguma atitude a partir dela, é que eu não sei. Também não importa. Mas a gente tem que fazer. O que vai acontecer em seguida não importa. Tá bom pra vocês?

Fonte: Fazendo Media