Artistas de diferentes áreas manifestam apoio a Lula
Mais de 100 artistas das mais diversas categorias manifestaram o seu apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro realizado esta noite (21), na casa do ministro da Cultura, Gilberto Gil, no Rio de Janeiro. O clima foi informal, com vários presentes dialogando com Lula, mas como ressaltou Gil não se tratou apenas de uma reunião de amigos, “mas de uma reunião de trabalho pela reeleição do presidente”.
Em encontro na casa de Gil, presidente reclamou de falta de "condescendência" da imprensa e chorou ao lembrar do auge da crise
Em reunião ontem com artistas na casa do ministro Gilberto Gil (Cultura), no Rio, o presidente Lula disse que foi atacado por uma elite que queria fazê-lo "sangrar", mas que quem fará "sua vingança" será o povo. O presidente se emocionou e chegou a chorar ao lembrar do ápice da crise em seu governo.
Lula começou seu discurso lembrando que, na década de 80, conheceu os "artistas famosos" do Rio numa reunião na casa da atriz Dina Sfat, quando pediu apoio para as Diretas-Já. "Estávamos eu e o FHC. Não estava só o Lula."
Ao falar da crise política, reclamou da imprensa. "Se a imprensa desse para mim 10% da condescendência que deu para outros presidentes, eu teria hoje 70% dos votos."
Segundo o petista, parte da elite política "se deu conta" de que era preciso "impedir" a continuidade de seu governo.
"O que aconteceu com Getúlio Vargas? Foi levado à morte. O que aconteceu com João Goulart? E com o JK? Ele foi achincalhado pelo Carlos Lacerda e por outros que ainda hoje o representam. A elite queria fazer o Lula sangrar. Eis que todo mundo ficou surpreso quando saíram as pesquisas e as pessoas que eles queriam destruir estavam crescendo. Esqueceram de um componente chamado povo brasileiro. E houve um antagonismo das pessoas que escreviam com sabedoria infinita com o povo que provavelmente não lê o que eles escrevem."
Lula citou uma frase de Fidel Castro -"A história me absolverá"- e concluiu: "Nós não vamos precisar da história. O povo vai mostrar quem é quem neste país". Afirmou ainda: "Que não mexam comigo: estou com 60 anos, não me irrito com nada. Minha vingança quem vai fazer é o povo".
Sobre a crise, Lula afirmou: "Foi triste? Foi. O PT errou? Errou. O PT, não, teve companheiros que erraram. Como posso julgar o PT por erros que alguns companheiros cometeram?"
No fim do discurso, o ator José de Abreu pediu uma "homenagem" a José Dirceu, José Mentor e José Genoino, todos envolvidos no escândalo do mensalão. O presidente aplaudiu. Na saída, Abreu perguntou a Lula: "Estraguei a festa?". E o presidente: "Não, não. Não podemos renegar as amizades que temos".
Após o discurso, Lula chorou ao abraçar o compositor Wagner Tiso, lembrando de entrevista em que ele defendeu o presidente no auge da crise.
O presidente reclamou com a reportagem de notícia de ontem da Folha sobre ele não ter querido aparecer no palanque ao lado do deputado federal João Paulo Cunha, outro envolvido com o mensalão. "Foi uma sacanagem da Folha. Em todos os meus comícios, tem separação entre deputados, prefeitos e candidatos majoritários. Eu não tinha visto o João Paulo."
Diversos dos presentes declararam voto em Lula - entre outros, Luiz Carlos Barreto, Tonico Pereira, Alcione, Lecy Brandão e Tassia Camargo. Também foram ao jantar, entre outros, os atores Paulo Betti, Renata Sorrah e Letícia Sabatella e os cantores Zeca Pagodinho, Sandra de Sá e Fernanda Abreu. Não compareceram Chico Buarque, que já declarou voto em Lula.
Boa parte do encontro foi dedicada ao debate sobre a política cultural do governo Lula, com os artistas manifestando o seu apoio à democratização da produção e do acesso à cultura. “O Minc finalmente deixou de ser um ministério de burocratas para se tornar um ministério de artistas”, destacou o ator Sérgio Mamberti. Já o teatrólogo Augusto Boal ressaltou a criação dos Pontos de Cultura, através do qual o governo distribui aparelhos multimídia para que comunidades registrem as suas atividades culturais. “O povo agora também é artista e pode fazer a sua própria arte”, afirmou.
A cantora Leci Brandão destacou o apoio do governo Lula à população negra, traduzida em ações como a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a regularização fundiária de comunidades quilombolas e o ProUni. O ator Tônico Pereira, por sua vez, foi direto: “O povo está fechado com Lula. E eu fecho também”.
A cantora Alcione, a atriz Tássia Camargo, o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto e o cartunista Aroeira foram outros artistas que manifestaram o seu apoio tanto à política cultural do governo quanto à reeleição de Lula.
Na sua fala, Lula relembrou que o seu primeiro contato com a classe artística brasileira aconteceu em 1985, quando arregimentava apoios para a campanha das Diretas Já. E destacou que, no seu governo, a cultura passou por um vigoroso processo de valorização, que incluiu desde a criação de programas específicos até o aumento do orçamento do Ministério da Cultura e a ampliação dos recursos liberados através das leis de incentivo fiscal.
Mas Lula falou principalmente sobre o processo de mudanças em curso no Brasil, viabilizado após muito trabalho. “Quando assumi o governo, o Brasil parecia uma casa semi-abandonada. Sei que as pessoas estavam ansiosas por mudanças rápidas, mas não foi fácil arrumar uma casa onde o risco-país batia recordes, a inflação crescia e o orçamento era limitado por dívidas e restos a pagar a dívidas”.
Lula lembrou também que muitas áreas essenciais para o país estavam totalmente desestruturadas. “O Incra e o Ibama estavam desfalcados de técnicos, de gente pra trabalhar”. Hoje, depois de realizar concursos nessas duas áreas, os resultados já aparecem. “Não foi por acaso que, nesse governo, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 31%”, exemplificou.
Para Lula, o governo já fez o mais difícil e, devido à conquista da estabilidade econômica e da eficiência dos programas sociais em curso, “o Brasil tem tudo para crescer de forma excepcional nos próximos quatro anos. E nós temos tudo para fazer um segundo governo melhor que o primeiro”. Segundo ele, é exatamente isso o que mais incomoda os seus opositores. Lula disse que, assim como Getúlio Vargas e JK, ele é atacado por governar para o povo e não para as elites. “Eles (a oposição) só não contavam com a reação do povo”.
Rebatendo a crítica de que criou ministérios desnecessários, Lula desafiou a oposição a apontar quais seriam esses ministérios e, num dos momentos mais aplaudidos do encontro, afirmou: “O Brasil tem uma diversidade enorme. Não dava para continuar misturando esporte e turismo num mesmo ministério. Não dava para não ter secretarias especiais de promoção da igualdade racial e dos direitos da mulher. O governo do Brasil tem que refletir a pluralidade do Brasil”.
No final, em um momento de grande emoção, Lula chamou Wagner Tiso para o seu lado e agradeceu o apoio que o músico mineiro manifestou ao seu nome, durante uma entrevista para o jornal O Globo, no auge da crise política.
O encontro reuniu artistas de cinema, teatro, moda, televisão e música. Entre outros, Marcos Winter, Sandra de Sá, Paulo Betti, Luiza Brunet, José de Abreu, Letícia Sabatella, Rosemary, Jorge Mautner, DJ Marlboro, Jards Macalé, Amir Haddad e Sérgio Machado. Também marcaram presença a ex-ministra Benedita da Silva e os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
Fonte: Folha
Fonte: Vermelho
Em encontro na casa de Gil, presidente reclamou de falta de "condescendência" da imprensa e chorou ao lembrar do auge da crise
Em reunião ontem com artistas na casa do ministro Gilberto Gil (Cultura), no Rio, o presidente Lula disse que foi atacado por uma elite que queria fazê-lo "sangrar", mas que quem fará "sua vingança" será o povo. O presidente se emocionou e chegou a chorar ao lembrar do ápice da crise em seu governo.
Lula começou seu discurso lembrando que, na década de 80, conheceu os "artistas famosos" do Rio numa reunião na casa da atriz Dina Sfat, quando pediu apoio para as Diretas-Já. "Estávamos eu e o FHC. Não estava só o Lula."
Ao falar da crise política, reclamou da imprensa. "Se a imprensa desse para mim 10% da condescendência que deu para outros presidentes, eu teria hoje 70% dos votos."
Segundo o petista, parte da elite política "se deu conta" de que era preciso "impedir" a continuidade de seu governo.
"O que aconteceu com Getúlio Vargas? Foi levado à morte. O que aconteceu com João Goulart? E com o JK? Ele foi achincalhado pelo Carlos Lacerda e por outros que ainda hoje o representam. A elite queria fazer o Lula sangrar. Eis que todo mundo ficou surpreso quando saíram as pesquisas e as pessoas que eles queriam destruir estavam crescendo. Esqueceram de um componente chamado povo brasileiro. E houve um antagonismo das pessoas que escreviam com sabedoria infinita com o povo que provavelmente não lê o que eles escrevem."
Lula citou uma frase de Fidel Castro -"A história me absolverá"- e concluiu: "Nós não vamos precisar da história. O povo vai mostrar quem é quem neste país". Afirmou ainda: "Que não mexam comigo: estou com 60 anos, não me irrito com nada. Minha vingança quem vai fazer é o povo".
Sobre a crise, Lula afirmou: "Foi triste? Foi. O PT errou? Errou. O PT, não, teve companheiros que erraram. Como posso julgar o PT por erros que alguns companheiros cometeram?"
No fim do discurso, o ator José de Abreu pediu uma "homenagem" a José Dirceu, José Mentor e José Genoino, todos envolvidos no escândalo do mensalão. O presidente aplaudiu. Na saída, Abreu perguntou a Lula: "Estraguei a festa?". E o presidente: "Não, não. Não podemos renegar as amizades que temos".
Após o discurso, Lula chorou ao abraçar o compositor Wagner Tiso, lembrando de entrevista em que ele defendeu o presidente no auge da crise.
O presidente reclamou com a reportagem de notícia de ontem da Folha sobre ele não ter querido aparecer no palanque ao lado do deputado federal João Paulo Cunha, outro envolvido com o mensalão. "Foi uma sacanagem da Folha. Em todos os meus comícios, tem separação entre deputados, prefeitos e candidatos majoritários. Eu não tinha visto o João Paulo."
Diversos dos presentes declararam voto em Lula - entre outros, Luiz Carlos Barreto, Tonico Pereira, Alcione, Lecy Brandão e Tassia Camargo. Também foram ao jantar, entre outros, os atores Paulo Betti, Renata Sorrah e Letícia Sabatella e os cantores Zeca Pagodinho, Sandra de Sá e Fernanda Abreu. Não compareceram Chico Buarque, que já declarou voto em Lula.
Boa parte do encontro foi dedicada ao debate sobre a política cultural do governo Lula, com os artistas manifestando o seu apoio à democratização da produção e do acesso à cultura. “O Minc finalmente deixou de ser um ministério de burocratas para se tornar um ministério de artistas”, destacou o ator Sérgio Mamberti. Já o teatrólogo Augusto Boal ressaltou a criação dos Pontos de Cultura, através do qual o governo distribui aparelhos multimídia para que comunidades registrem as suas atividades culturais. “O povo agora também é artista e pode fazer a sua própria arte”, afirmou.
A cantora Leci Brandão destacou o apoio do governo Lula à população negra, traduzida em ações como a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a regularização fundiária de comunidades quilombolas e o ProUni. O ator Tônico Pereira, por sua vez, foi direto: “O povo está fechado com Lula. E eu fecho também”.
A cantora Alcione, a atriz Tássia Camargo, o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto e o cartunista Aroeira foram outros artistas que manifestaram o seu apoio tanto à política cultural do governo quanto à reeleição de Lula.
Na sua fala, Lula relembrou que o seu primeiro contato com a classe artística brasileira aconteceu em 1985, quando arregimentava apoios para a campanha das Diretas Já. E destacou que, no seu governo, a cultura passou por um vigoroso processo de valorização, que incluiu desde a criação de programas específicos até o aumento do orçamento do Ministério da Cultura e a ampliação dos recursos liberados através das leis de incentivo fiscal.
Mas Lula falou principalmente sobre o processo de mudanças em curso no Brasil, viabilizado após muito trabalho. “Quando assumi o governo, o Brasil parecia uma casa semi-abandonada. Sei que as pessoas estavam ansiosas por mudanças rápidas, mas não foi fácil arrumar uma casa onde o risco-país batia recordes, a inflação crescia e o orçamento era limitado por dívidas e restos a pagar a dívidas”.
Lula lembrou também que muitas áreas essenciais para o país estavam totalmente desestruturadas. “O Incra e o Ibama estavam desfalcados de técnicos, de gente pra trabalhar”. Hoje, depois de realizar concursos nessas duas áreas, os resultados já aparecem. “Não foi por acaso que, nesse governo, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 31%”, exemplificou.
Para Lula, o governo já fez o mais difícil e, devido à conquista da estabilidade econômica e da eficiência dos programas sociais em curso, “o Brasil tem tudo para crescer de forma excepcional nos próximos quatro anos. E nós temos tudo para fazer um segundo governo melhor que o primeiro”. Segundo ele, é exatamente isso o que mais incomoda os seus opositores. Lula disse que, assim como Getúlio Vargas e JK, ele é atacado por governar para o povo e não para as elites. “Eles (a oposição) só não contavam com a reação do povo”.
Rebatendo a crítica de que criou ministérios desnecessários, Lula desafiou a oposição a apontar quais seriam esses ministérios e, num dos momentos mais aplaudidos do encontro, afirmou: “O Brasil tem uma diversidade enorme. Não dava para continuar misturando esporte e turismo num mesmo ministério. Não dava para não ter secretarias especiais de promoção da igualdade racial e dos direitos da mulher. O governo do Brasil tem que refletir a pluralidade do Brasil”.
No final, em um momento de grande emoção, Lula chamou Wagner Tiso para o seu lado e agradeceu o apoio que o músico mineiro manifestou ao seu nome, durante uma entrevista para o jornal O Globo, no auge da crise política.
O encontro reuniu artistas de cinema, teatro, moda, televisão e música. Entre outros, Marcos Winter, Sandra de Sá, Paulo Betti, Luiza Brunet, José de Abreu, Letícia Sabatella, Rosemary, Jorge Mautner, DJ Marlboro, Jards Macalé, Amir Haddad e Sérgio Machado. Também marcaram presença a ex-ministra Benedita da Silva e os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
Fonte: Folha
Fonte: Vermelho
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