Cobertura dos jornais não acompanha tendência do eleitorado
Por Mair Pena Neto
A cobertura da mídia impressa não vem acompanhando a tendência do eleitorado, segundo verificação feita pelo Observatório Brasileiro de Mídia, associado ao Media Watch Global, que analisa os jornais O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense.
Pelo acompanhamento do Observatório, feito desde o início da campanha eleitoral, a cobertura da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição tem sido majoritariamente negativa. Já a candidatura de Geraldo Alckmin tem cobertura preponderantemente positiva e só na semana entre 18 de agosto e 25 de agosto a percepção negativa supera com folga a positiva.
"Desde 21 de julho, a cobertura do Lula candidato tem sido sempre mais negativa do que positiva", comenta Alexandre Nascimento, pesquisador do Observatório Brasileiro de Mídia. "Na cobertura do Alckmin, a mudança se deu na última semana, quando saiu pesquisa com avaliação muito positiva do governo Lula e aumentou a possibilidade de reeleição no primeiro turno", completou.
Para o pesquisador do Observatório, a cobertura negativa de Alckmin na última semana analisada se deveu a "problemas com aliados, que não atrelam suas campanhas à do candidato tucano, e a críticas do PFL sobre a condução da campanha".
A cobertura da campanha de Lula pelos jornais só esteve positiva em um dos sete períodos analisados, entre 7 e 14 de julho, o que Nascimento atribui a três fatores: "A declaração de apoio de (José) Sarney, o lançamento oficial da candidatura em São Bernardo e a crise da segurança em São Paulo, quando Lula apareceu mais propositivo, oferecendo ajuda ao governador".
O Observatório Brasileiro de Mídia também acompanha a cobertura relativa ao Lula presidente, que chega a ser pior que a do Lula candidato. "No caso do Lula presidente, existe uma constância negativa. Em alguns momentos chega a ser o dobro das matérias positivas", afirma Nascimento.
O pesquisador salienta que o percentual de matérias precisa ser relativizado devido à diferença de volume. "Neste último período, Lula teve 167 reportagens, enquanto Alckmin teve 85", explica. A candidata do PSOL, Heloísa Helena é a única que tem a cobertura da mídia impressa o tempo todo positiva. "É curioso, pois o histórico político dela nunca despertou a simpatia da mídia", observa Nascimento.
Dados semelhantes podem ser observados na mensuração feita pelo Doxa, Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública. O levantamento feito pelo instituto de fevereiro a julho deste ano analisa o desempenho dos candidatos em quatro jornais: O Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil.
Boa parte das matérias publicadas sobre Lula são negativas, enquanto os outros candidatos têm matérias majoritariamente positivas no período.
"O debate sobre a ética na política não atinge a grande parte do eleitorado... A imprensa foi muito crítica em relação a Lula por conta das denúncias no Congresso. Do ponto de vista do governo, porém, os indicadores são positivos e isso tem muito mais peso para o eleitor", afirmou Marcus Figueiredo, cientista político e diretor de pesquisa do Doxa.
(Colaborou Cláudia Pires)
Pelo acompanhamento do Observatório, feito desde o início da campanha eleitoral, a cobertura da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição tem sido majoritariamente negativa. Já a candidatura de Geraldo Alckmin tem cobertura preponderantemente positiva e só na semana entre 18 de agosto e 25 de agosto a percepção negativa supera com folga a positiva.
"Desde 21 de julho, a cobertura do Lula candidato tem sido sempre mais negativa do que positiva", comenta Alexandre Nascimento, pesquisador do Observatório Brasileiro de Mídia. "Na cobertura do Alckmin, a mudança se deu na última semana, quando saiu pesquisa com avaliação muito positiva do governo Lula e aumentou a possibilidade de reeleição no primeiro turno", completou.
Para o pesquisador do Observatório, a cobertura negativa de Alckmin na última semana analisada se deveu a "problemas com aliados, que não atrelam suas campanhas à do candidato tucano, e a críticas do PFL sobre a condução da campanha".
A cobertura da campanha de Lula pelos jornais só esteve positiva em um dos sete períodos analisados, entre 7 e 14 de julho, o que Nascimento atribui a três fatores: "A declaração de apoio de (José) Sarney, o lançamento oficial da candidatura em São Bernardo e a crise da segurança em São Paulo, quando Lula apareceu mais propositivo, oferecendo ajuda ao governador".
O Observatório Brasileiro de Mídia também acompanha a cobertura relativa ao Lula presidente, que chega a ser pior que a do Lula candidato. "No caso do Lula presidente, existe uma constância negativa. Em alguns momentos chega a ser o dobro das matérias positivas", afirma Nascimento.
O pesquisador salienta que o percentual de matérias precisa ser relativizado devido à diferença de volume. "Neste último período, Lula teve 167 reportagens, enquanto Alckmin teve 85", explica. A candidata do PSOL, Heloísa Helena é a única que tem a cobertura da mídia impressa o tempo todo positiva. "É curioso, pois o histórico político dela nunca despertou a simpatia da mídia", observa Nascimento.
Dados semelhantes podem ser observados na mensuração feita pelo Doxa, Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública. O levantamento feito pelo instituto de fevereiro a julho deste ano analisa o desempenho dos candidatos em quatro jornais: O Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil.
Boa parte das matérias publicadas sobre Lula são negativas, enquanto os outros candidatos têm matérias majoritariamente positivas no período.
"O debate sobre a ética na política não atinge a grande parte do eleitorado... A imprensa foi muito crítica em relação a Lula por conta das denúncias no Congresso. Do ponto de vista do governo, porém, os indicadores são positivos e isso tem muito mais peso para o eleitor", afirmou Marcus Figueiredo, cientista político e diretor de pesquisa do Doxa.
(Colaborou Cláudia Pires)
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