Com a palavra os Institutos de pesquisas eleitorais
O modelo para as pesquisas de opinião pública tem como base os estudos e pesquisas do IBGE. A última Pesquisa nacional por amostra de domicílios - PNAD - é a principal referência atual. A amostra da pesquisa de opinião deve guardar equivalência com a estratificação real da sociedade brasileira apurada pelo IBGE em renda, idade, sexo, escolaridade, região, tipo de município, etc.
A amostra do Datafolha apresenta duas disparidades para as quais não encontro justificativa e que cito:
1- A primeira diz respeito a coleta de dados através de amostragem com abordagem em pontos de fluxo populacional. Ela não é domiciliar, como fez o IBGE e fazem os outros institutos de pesquisa de opinião. Desse modo, conterá incongruências inevitáveis em relação ao dados do IBGE. Como um exemplo cito o peso da zona rural no universo pesquisado.
2- A segunda se refere aos estratos das camadas mais pobres. O IBGE estratifica a renda da camada que recebe um salário mínimo ou menos, fato que o Datafolha não leva em conta. Ou seja, entre os mais pobres há vários graus de pobreza, com substratos que não estão sendo levados em conta. São segmentos diferenciados e passíveis de apresentar opiniões majoritariamente diferenciadas. Há mais, constata-se que o quantitativo percentual da faixa mais pobre é menor e em desacordo com os números mais recentes do IBGE. Desta forma, podemos inferir que a amostra do Datafolha é mais elitizada, pois parece subestimar os quantitativos das camadas mais pobre dos eleitores. Nenhuma razão se apresenta para esta redução, por novos números apontados pelo IBGE. Deste modo, torna-se inevitável um questionamento. Será que há uma fundamentação que mostre a relevância estatística do que faz o Datafolha ou seria apenas para cumprir um propósito político?
Já o IBOPE e a Sensus guardam mais semelhanças. Levam em conta desde o início do ano os estratos populacionais do IBGE. Entretanto, desde junho o IBOPE reduziu o quantitativo percentual da faixa mais pobre à semelhança do Datafolha. Com qual propósito ou justificativa eu não sei. Por coincidência, os dois institutos são agora contratados pela Globo e de certo precisam apresentar resultados assemelhados. Um confirmando o outro, como convém. Acredito que a cada oportunidade em que a Sensus divulgar seus resultados, um dos dois institutos globais também o fará, no mesmo dia e poucas horas depois. A marcação cerrada ocorre desde julho.
Há Um fator relevante a ser avaliado. A quem favorece a redução do percentual de pobres na amostra. Pelo que indicam os resultados das três pesquisas, Alckimin e Heloisa Helena possuem resultados menores nos estratos mais pobres da população. Dessa forma, os resultados obtidos por eles podem estar superestimados e ao mesmo tempo, os resultados de Lula subestimados. Ou vice versa. Por isto, os resultados da Sensus sempre mostram uma distância maior entre Lula e seus oponentes do que os apresentados pelo IBOPE e o Datafolha.
E por fim reitero. A redução percentual da camada mais pobre é justificável e adequada do ponto de vista amostral, como fizeram o IBOPE e o Datafolha ou a Sensus tem razão em mante-la maior?
Luiz Fernando Carceroni
A amostra do Datafolha apresenta duas disparidades para as quais não encontro justificativa e que cito:
1- A primeira diz respeito a coleta de dados através de amostragem com abordagem em pontos de fluxo populacional. Ela não é domiciliar, como fez o IBGE e fazem os outros institutos de pesquisa de opinião. Desse modo, conterá incongruências inevitáveis em relação ao dados do IBGE. Como um exemplo cito o peso da zona rural no universo pesquisado.
2- A segunda se refere aos estratos das camadas mais pobres. O IBGE estratifica a renda da camada que recebe um salário mínimo ou menos, fato que o Datafolha não leva em conta. Ou seja, entre os mais pobres há vários graus de pobreza, com substratos que não estão sendo levados em conta. São segmentos diferenciados e passíveis de apresentar opiniões majoritariamente diferenciadas. Há mais, constata-se que o quantitativo percentual da faixa mais pobre é menor e em desacordo com os números mais recentes do IBGE. Desta forma, podemos inferir que a amostra do Datafolha é mais elitizada, pois parece subestimar os quantitativos das camadas mais pobre dos eleitores. Nenhuma razão se apresenta para esta redução, por novos números apontados pelo IBGE. Deste modo, torna-se inevitável um questionamento. Será que há uma fundamentação que mostre a relevância estatística do que faz o Datafolha ou seria apenas para cumprir um propósito político?
Já o IBOPE e a Sensus guardam mais semelhanças. Levam em conta desde o início do ano os estratos populacionais do IBGE. Entretanto, desde junho o IBOPE reduziu o quantitativo percentual da faixa mais pobre à semelhança do Datafolha. Com qual propósito ou justificativa eu não sei. Por coincidência, os dois institutos são agora contratados pela Globo e de certo precisam apresentar resultados assemelhados. Um confirmando o outro, como convém. Acredito que a cada oportunidade em que a Sensus divulgar seus resultados, um dos dois institutos globais também o fará, no mesmo dia e poucas horas depois. A marcação cerrada ocorre desde julho.
Há Um fator relevante a ser avaliado. A quem favorece a redução do percentual de pobres na amostra. Pelo que indicam os resultados das três pesquisas, Alckimin e Heloisa Helena possuem resultados menores nos estratos mais pobres da população. Dessa forma, os resultados obtidos por eles podem estar superestimados e ao mesmo tempo, os resultados de Lula subestimados. Ou vice versa. Por isto, os resultados da Sensus sempre mostram uma distância maior entre Lula e seus oponentes do que os apresentados pelo IBOPE e o Datafolha.
E por fim reitero. A redução percentual da camada mais pobre é justificável e adequada do ponto de vista amostral, como fizeram o IBOPE e o Datafolha ou a Sensus tem razão em mante-la maior?
Luiz Fernando Carceroni
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