Propriedade do povo paulista, linha 4 do Metrô é privatizada
Mais um crime tucano contra a população: Estado investirá US$ 1 bilhão e açambarcadores estrangeiros, que terão durante 30 anos a renda da bilheteria, a dos aluguéis de lojas, e o que mais arrancarem, supostos US$ 340 milhões
Na calada da noite, os privatistas tucanos deram início à entrega do Metrô de São Paulo para grupos privados multinacionais. Reunidos em “sessão pública” às 5 horas da madrugada do dia 9 passado na sede da empresa estatal, representantes de Geraldo Alckmin no governo estadual abriram os envelopes dos interessados e anunciaram a escolha de um grupo denominado “Consórcio MetroQuatro” para operar e explorar, ou seja, lucrar, com a Linha 4- Amarela durante os próximos 30 anos. A nova linha está em fase de construção e vai ligar o centro da capital ao bairro Vila Sônia. O primeiro trecho deverá ser inaugurado em 2008.
Pelo esquema montado pelos tucanos, o governo do Estado vai financiar 73% da obra, desembolsando quase US$ 1 bilhão. Já o consórcio escolhido ficará responsável por apenas US$ 340 milhões na compra de trens e trilhos.
A entrega da Linha 4 – Amarela é mais um capítulo do processo de desmonte do Estado, iniciado em São Paulo em 1996 com a criação do Programa Estadual de Desestatização (PED), que tinha à sua frente o atual candidato do PSDB à Presidência da República.
Segundo Flavio Godoi, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a doação da nova linha do Metrô “pode dar início a um processo gradativo para que todo o sistema passe para a iniciativa privada”.
O consórcio “MetroQuatro” é composto pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), Montgomery Participações S.A., Benito Roggio Transportes S.A. (que se beneficiou com a privatização do Metrô de Buenos Aires) e a francesa RATP Développement S.A.
RODOVIAS
A CCR, que tem entre seus donos empreiteiras e o grupo Brisa, de Portugal, explora a concessão em seis rodovias - Ponte Rio-Niterói (RJ), NovaDutra (SP/RJ), ViaLagos (RJ), RodoNorte (PR), AutoBAn (SP) e ViaOeste (SP). Aliás, desde que as rodovias foram privatizadas, os novos donos se especializaram em tirar o couro dos consumidores, com a proliferação alucinada dos pedágios e os aumentos explosivos das tarifas, com total incentivo do desgoverno tucano.
DEMISSÕES
O grupo argentino em questão ficou conhecido por promover demissões em massa entre os metroviários argentinos após a privatização, e tem como sócios em seu país as norte-americanas Burlington e Morrison Knudson.
Pela armação tucana, o “MetroQuatro”, além de lucrar com a venda de bilhetes, embolsará todo dinheiro oriundo dos empreendimentos associados nas estações e arredores, como aluguel de espaços publicitários, lojas, estacionamentos, shoppings, entre outros.
Em construção desde o ano passado, a Linha 4 contará com 12,8 quilômetros subterrâneos e 11 estações. Seis delas estarão em operação em 2008: Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Em 2012, com a conclusão da obra serão entregues as estações Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Morumbi e Vila Sônia. A estimativa é de que por dia atenda a 940 mil usuários, além da integração com as demais linhas do metrô e com a Linha 7 – Celeste da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Para garantir o lucro fácil do consórcio escolhido, a Linha 4 será servida por composições automatizadas, sem operador de trem. Além disso, haverá apenas um funcionário em cada estação. Atualmente, cada uma das estações nas demais linhas conta com uma média de 40 funcionários treinados para servir a população, seja na venda de bilhetes, prestando informações importantes como indicar o melhor trajeto e até atendendo casos de mal súbito ou de ocorrência de violência.
Conforme denunciou o Sindicato da categoria, o Metrô pagará o lucro prometido caso a arrecadação tarifária não atinja a meta estabelecida. Para tal, diz a entidade, “a tarifa de remuneração do concessionário sofrerá reajuste superior ao reajuste da tarifa praticada nas bilheterias, criando um subsídio crescente ao longo dos 30 anos. Se a Linha 4 estivesse operando, o concessionário receberia R$ 2,23 por usuário transportado”, considerando que o preço atual do bilhete único é de R$ 2,10. Para a contratação de funcionários a concessionária ficará livre da realização de concurso público e o acordo coletivo dos metroviários não será respeitado pela empresa privada.
A entrega da Linha 4 estava suspensa pela Justiça através de liminar concedida ao Sindicato, que moveu ação popular denunciando as irregularidades. Para concretizar a armação, os privatistas terão que esperar o julgamento do mérito.
Nos últimos 12 anos desgovernando São Paulo, os tucanos doaram grande parte do patrimônio público numa flagrante devastação do Estado. Empresas lucrativas e estratégicas para o desenvolvimento paulista e do Brasil, como o Banespa, Eletropaulo, Congas, CESP, CPFL, Telesp e as rodovias. O resultado não poderia ser diferente a não ser a queda na qualidade dos serviços prestados e a explosão das tarifas. Na Educação e na Saúde impera o caos, assim como na Segurança. Agora querem fazer o mesmo com o Metrô, símbolo de qualidade e eficiência, considerado o melhor meio de transporte por toda a população.
Fonte
A Hora do Povo
Luiz Rocha
Mais um crime tucano contra a população: Estado investirá US$ 1 bilhão e açambarcadores estrangeiros, que terão durante 30 anos a renda da bilheteria, a dos aluguéis de lojas, e o que mais arrancarem, supostos US$ 340 milhões
Na calada da noite, os privatistas tucanos deram início à entrega do Metrô de São Paulo para grupos privados multinacionais. Reunidos em “sessão pública” às 5 horas da madrugada do dia 9 passado na sede da empresa estatal, representantes de Geraldo Alckmin no governo estadual abriram os envelopes dos interessados e anunciaram a escolha de um grupo denominado “Consórcio MetroQuatro” para operar e explorar, ou seja, lucrar, com a Linha 4- Amarela durante os próximos 30 anos. A nova linha está em fase de construção e vai ligar o centro da capital ao bairro Vila Sônia. O primeiro trecho deverá ser inaugurado em 2008.
Pelo esquema montado pelos tucanos, o governo do Estado vai financiar 73% da obra, desembolsando quase US$ 1 bilhão. Já o consórcio escolhido ficará responsável por apenas US$ 340 milhões na compra de trens e trilhos.
A entrega da Linha 4 – Amarela é mais um capítulo do processo de desmonte do Estado, iniciado em São Paulo em 1996 com a criação do Programa Estadual de Desestatização (PED), que tinha à sua frente o atual candidato do PSDB à Presidência da República.
Segundo Flavio Godoi, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a doação da nova linha do Metrô “pode dar início a um processo gradativo para que todo o sistema passe para a iniciativa privada”.
O consórcio “MetroQuatro” é composto pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), Montgomery Participações S.A., Benito Roggio Transportes S.A. (que se beneficiou com a privatização do Metrô de Buenos Aires) e a francesa RATP Développement S.A.
RODOVIAS
A CCR, que tem entre seus donos empreiteiras e o grupo Brisa, de Portugal, explora a concessão em seis rodovias - Ponte Rio-Niterói (RJ), NovaDutra (SP/RJ), ViaLagos (RJ), RodoNorte (PR), AutoBAn (SP) e ViaOeste (SP). Aliás, desde que as rodovias foram privatizadas, os novos donos se especializaram em tirar o couro dos consumidores, com a proliferação alucinada dos pedágios e os aumentos explosivos das tarifas, com total incentivo do desgoverno tucano.
DEMISSÕES
O grupo argentino em questão ficou conhecido por promover demissões em massa entre os metroviários argentinos após a privatização, e tem como sócios em seu país as norte-americanas Burlington e Morrison Knudson.
Pela armação tucana, o “MetroQuatro”, além de lucrar com a venda de bilhetes, embolsará todo dinheiro oriundo dos empreendimentos associados nas estações e arredores, como aluguel de espaços publicitários, lojas, estacionamentos, shoppings, entre outros.
Em construção desde o ano passado, a Linha 4 contará com 12,8 quilômetros subterrâneos e 11 estações. Seis delas estarão em operação em 2008: Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Em 2012, com a conclusão da obra serão entregues as estações Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Morumbi e Vila Sônia. A estimativa é de que por dia atenda a 940 mil usuários, além da integração com as demais linhas do metrô e com a Linha 7 – Celeste da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Para garantir o lucro fácil do consórcio escolhido, a Linha 4 será servida por composições automatizadas, sem operador de trem. Além disso, haverá apenas um funcionário em cada estação. Atualmente, cada uma das estações nas demais linhas conta com uma média de 40 funcionários treinados para servir a população, seja na venda de bilhetes, prestando informações importantes como indicar o melhor trajeto e até atendendo casos de mal súbito ou de ocorrência de violência.
Conforme denunciou o Sindicato da categoria, o Metrô pagará o lucro prometido caso a arrecadação tarifária não atinja a meta estabelecida. Para tal, diz a entidade, “a tarifa de remuneração do concessionário sofrerá reajuste superior ao reajuste da tarifa praticada nas bilheterias, criando um subsídio crescente ao longo dos 30 anos. Se a Linha 4 estivesse operando, o concessionário receberia R$ 2,23 por usuário transportado”, considerando que o preço atual do bilhete único é de R$ 2,10. Para a contratação de funcionários a concessionária ficará livre da realização de concurso público e o acordo coletivo dos metroviários não será respeitado pela empresa privada.
A entrega da Linha 4 estava suspensa pela Justiça através de liminar concedida ao Sindicato, que moveu ação popular denunciando as irregularidades. Para concretizar a armação, os privatistas terão que esperar o julgamento do mérito.
Nos últimos 12 anos desgovernando São Paulo, os tucanos doaram grande parte do patrimônio público numa flagrante devastação do Estado. Empresas lucrativas e estratégicas para o desenvolvimento paulista e do Brasil, como o Banespa, Eletropaulo, Congas, CESP, CPFL, Telesp e as rodovias. O resultado não poderia ser diferente a não ser a queda na qualidade dos serviços prestados e a explosão das tarifas. Na Educação e na Saúde impera o caos, assim como na Segurança. Agora querem fazer o mesmo com o Metrô, símbolo de qualidade e eficiência, considerado o melhor meio de transporte por toda a população.
Fonte
A Hora do Povo
Luiz Rocha
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