14 agosto 2006

Deputado líder em propina operava desde 1999

Apontado como primeiro elo entre o Congresso e a máfia dos sanguessugas, o deputado Lino Rossi (PP-MT).
Darci e Luiz Antonio disseram que, em 1999, Rossi começou a apresentar a eles outros deputados. Dessa forma, a família, que entrara no negócio de venda de ambulâncias, pôde iniciar um esquema que envolveu ao menos 72 congressistas e 17 ex-parlamentares.
Segundo Luiz Antonio, Rossi apresentou à máfia dos sanguessugas 19 deputados. Rossi ainda recebia 2% do valor da emenda de outro deputado que convencesse a destinar verbas à compra de ambulâncias.
Ele recebia como pagamento de propina por emendas ao Orçamento uma mesa e até eletrodomésticos: fogão, batedeira, freezer, lavadora e forno microondas.
Esses itens estão descritos em nota fiscal de março de 2002, no valor de R$ 7.210, emitida por uma loja de eletrodomésticos de Cuiabá. A despesa foi paga por Darci Vedoin, líder da máfia dos sanguessugas.
A nota fiscal faz parte dos 125 documentos, apenas referentes a pagamentos de propina ao deputado, entregues à Justiça Federal pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, filho de Darci.
Os documentos contra Rossi -licenciado da Câmara e candidato à reeleição- ocupam um volume de 152 páginas e incluem até cheques do deputado resgatados em factorings pela família Vedoin.
O deputado, conforme o relatório da CPI dos Sanguessugas, recebeu R$ 3,1 milhões de propina do esquema. Darci disse que comprou os eletrodomésticos porque o deputado estava mobiliando seu apartamento.

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