15 agosto 2006

O que dirá Alckmin depois?

Deputado tucano recebeu veículo e R$ 15 mil de empresário sanguessuga

A empresa W.A.S. Editora Gráfica e Comunicação Ltda., do deputado estadual Wagner Salustiano (PSDB-SP), recebeu uma van e R$ 15 mil da máfia dos sanguessugas em 2001 e 2002, conforme documentos em posse da Justiça Federal em Cuiabá (MT) aos quais a reportagem teve acesso.

O empresário Darci José Vedoin, um dos chefes da máfia dos sanguessugas, disse à Justiça Federal que o veículo e o dinheiro foram o pagamento a Salustiano, então deputado federal, por ele ter feito emendas ao Orçamento da União destinadas à compra de ambulâncias. Esses veículos, dentro do esquema da máfia, eram vendidos por empresas de Vedoin a prefeituras.

A van, no valor de R$ 65 mil, caracterizada como "caminhão/ambulância", foi transferida para a empresa W.A.S. Editora em novembro de 2001. O veículo pertencia à empresa Santa Maria, aberta em nome da empregada doméstica de Vedoin.

Ocorreram ainda duas transferências eletrônicas da empresa Klass, aberta também em nome da empregada, para a W.A.S. Editora. A primeira transação foi em agosto de 2002 no valor de R$ 10 mil. A outra, de R$ 5.000, ocorreu em setembro daquele ano. Vedoin disse que havia sido "acordado [com Salustiano] o pagamento de 10% a título de comissão" por emenda ao Orçamento.

A W.A.S. Editora, que pertence ao deputado, foi um dos alvos de investigação do Ministério Público de São Paulo sobre supostas irregularidades nos contratos de publicidade de estatais, no então governo do tucano Geraldo Alckmin, candidato a presidente.


Em maio passado, a Folha publicou que, de uma verba de R$ 522 mil para mídia em revistas em 2004, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) destinou 46,5% à revista "'DeFato", produzida pela W.A.S. Editora.


A preferência pela empresa de Salustiano levou o Ministério Público a incluir a Sabesp na investigação de que parlamentares da base aliada, do então governo tucano, tenham sido beneficiados com o direcionamento de verbas. A Sabesp e a W.A.S. Editora negaram direcionamento político do dinheiro de publicidade.

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