06 agosto 2006

O mal vem de longe
Jornal do Commercio - Publicado em 06.08.2006

A remuneração de um deputado federal para trabalhar três dias por semana é de aproximadamente R$ 13 mil, restando líquido cerca de R$ 10 mil. Pode parecer muito, num país em que o salário mínimo é R$ 350,00, mas não é. É com esse dinheiro que ele mantém uma casa em seu estado de origem e outra em Brasília, o que implica duas contas de luz, de água, de telefone, etc. Pelos quatro anos de mandato, portanto, o deputado recebe da Câmara R$ 624 mil. E não vale alegar que são acrescidas ao salário passagens de avião e quota de correspondência porque isso não vai para o seu bolso. São instrumentos de trabalho.

Como ninguém consegue chegar lá com menos de 1 milhão, salvo sindicalistas e pastores evangélicos, surgem os primeiros pecadilhos que depois viram corrupção. Destina uma emenda individual para certa obra de determinado município, desde que indique também a construtora, que vai lhe ajudar na reeleição. As coisas sempre foram assim e todo mundo sabia disso, até que esse Vandoim abriu o bico sobre a máfia das ambulâncias.

Só que as emendas individuais em troca de ajuda financeira para as campanhas políticas, com raras exceções, não se restringem apenas às ambulâncias. O rombo é maior e mais embaixo. Pois, como disse ao “Estadão” o ex-ministro Célio Borja, o Brasil de hoje não é mais corrupto do que o de ontem. A nação está chocada porque os casos de corrupção estão vindo à tona.


Obs: Resposta rápida para a postagem abaixo, afinal como pode alguém aumentar tanto o seu patrimônio em tão pouco tempo. E o salário acima é de Federal, o de estadual é de R$ 9.549.

Vera

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