CONTRIBUIÇÃO CIDADÃ, para a salvação das almas dos jornalistas de jornalão, no Brasil-2006
Email de Caia Fittipaldi aos Jornalistas
Senhores jornalistas brasileiros,
De tanto ler e ouvir besteiras inacreditavelmente besteiríssimas, publicadas, repetidas, requentadas e, até, 'ensinadas', na e pela 'mídia' brasileira em 2006, tem-me ocorrido ultimamente a idéia de que é possível que os senhores escrevam/digam o que escrevem, não porque 'saibam do que falam', mas, precisamente, porque NÃO SABEM, de fato, de NADA do que é realmente importante para a democracia brasileira.
Essa ignorância é perfeitamente possível, é claro. E muito facilmente explicável. E não é pecado. E tem cura.
Não seria a primeira vez, na história do mundo, que se descobre que gente pressuposta culta e bem informada não sabia, de fato, das monstruosidades que diziam, escreviam e ensinavam, quando as diziam e escreviam e ensinavam.
Acontece na ciência em todo o mundo... por que não aconteceira no jornalismozinho brasileiro muuuuuuuuuuuuuuuuuito merreca, que se vê hoje, no período pré-eleitoral, em 2006?!
Neo-drapetomania
O mundo já conheceu até, por exemplo, uma tal de "drapetomania", descrita como doença gravíssima, no sul dos Estados Unidos, no início do século 19, por um médico muito conhecido e respeitado e, sim, tido como "homem de bem".
A tal de "drapetomania" seria, para a melhor ciência médica oficial daquele momento, uma doença psiquiátrica que acometeria só os escravos negros de então, os quais, por causa da tal doença, seriam acometidos de incontrolável desejo de fugir da ótima vida que tinham, então, nas fazendas de algodão, no sul dos EUA (avaliada, a vida dos escravos, é claro, pelos donos dos escravos, e só por eles, é claro).
A tal "drapetomania" foi descrita, nos termos acima, pela melhor ciência médica oficial que havia no sul dos EUA, naquele momento. (Prôs que queiram saber mais, há extensíssima bibliografia sobre isso. P. ex. Edmund S. MORGAN, 1975. American Slavery American Freedom, The Ordeal of Colonial Virginia, Norton & Company, Nova York-Londres; ou Emily EAKIN, 2000. Is Racism Abnormal? A Psychiatrist Sees It as a Mental Disorder, in International Herald Tribune de 17 de janeiro, p. 3, dentre zilhões de outros textos, todos SUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUPER científicos).
EVIDENTEMENTE-1, naquele momento (1840, por aí), TOOOOOOOOOOOOOOOOOODOS os médicos-cientistas eram fazendeiros e proprietários de escravos.
EVIDENTEMENTE-2, naquele momento, tooooooooooooooooooda a medicina oficial vivia preocupadíssima com o problema que se criava cada vez que algum escravo tentava fugir.
Naquele mundo e para aqueles senhores de escravos, a idéia de que os escravos 'pudessem' desejar fugir da vida de escravo... gerava pânico. Era como se, de repente, TODO o mundo estivesse desabando sobre as cabeças coroadas.
Muito explicavelmente, os médicos-fazendeiros, então, recorreram à ciência. A ciência recorreu ao Direito e, em pouco tempo, já havia doença descrita e remédio prescrito e lei que permitia aplicar o remédio aos doentes... e tudo voltou ao normal (Hollywood, depois, filmou a tal 'normalidade' e muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas tragédias).
O remédio que se prescreveu, por lei, no século 19, no sul dos EUA, para os escravos acometidos da doença então conhecida como "drapetomania" foi eficaz.
E, então, já era remédio considerado muuuuuuuuuuuuuuuito científico; e, claro, era perfeitamente legal.
A tal de "drapetomania" passou a ser curada com a providência -- socialmente aceita e recomendada de boca em boca -- de que se amputassem os dedões dos pés dos escravos.
Tudo perfeito: sem dedão-do-pé ninguém pode andar (o que está cientificamente demonstrado). Assim... nenhum escravo poderia fugir, estivesse ou não com a tal de doença ("drapetomania").
Facilmente se pode imaginar o que a 'mídia' de então -- dos MESMÍSSIMOS médicos, juristas, fazendeiros e donos de escravos supostos doentes -- fez com essa 'informação'!
Afinal... o jornalismo sentia que pisava em chão firme, posto que a doença e o remédio, então, eram considerados 'científicos' e 'legais'; e o 'remédio' prescrito, como logo se viu, era muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito eficaz!
A mídia, então, lá, nos EUA, no século 19, deitô e rolô.
NUNCA, no mundo, publicou-se tanta asneira sobre coisa alguma, como, então, publicou-se em jornais e revistas, sobre a tal de "drapetomania", no sul dos EUA.
Alguma coisa semelhante a isso pode estar acontecendo na 'mídia' brasileira, em 2006.
Afinal, temos por aqui TUDO o que havia lá, no tempo da tal de "drapetomania" inventada.
Além de, pela primeira vez, termos no Brasil um presidente que NÃO é nem UDENISTA nem USPEANO, em meio milênio de história (e presidente ELEITO, democraticamente, por ZILHÕES de votos democráticos, em eleições legítimas e perfeitas), temos também, por aqui, abundantíssimos:
(a) sociologia tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece a sociologia necessária para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓCIO);
(b) economia tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece a economia necessária para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓCIO);
(c) medicina tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece 'remédios' necessários para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓOCIO);
(d) os setores da OAB que são MILITANTEMENTE tucano-pefelista-udenista-golpistas (que interpretam as leis como lhes dê na telha, e fazem QUALQUER NEGÓCIO);
(e) maiorias parlamentares golpistas, que perderam a presidência da República e NÃO SE CONFORMAM com isso; e que, porque não se conformam, não se incomodam com cortar os dedões dos pés da democracia brasileira para que ela NUNCA escape da forca onde as MESMAS maiorias parlamentares de hoje, prenderam a democracia brasileira... há décadas (e fazem QUALQUER NEGÓCIO);
e temos também, animadíssimo, em 2006...
(e) esse jornalismozinho tucano-pefelista-udenista-golpista, atrasado e atrasista (que divulga todos os 'saberes' construídos e oferecidos nas instâncias acima, e faz QUALQUER NEGÓCIO).
Não seja, então, por falta de aviso e boa informação.
Tejem todos alertados: mídia incompetente e jornalismo insuficiente pode ser péssimo para todos. Até para os jornalismos, os jornalistas e os jornais-empresas.
De boa informação, hoje, segue abaixo o artigo do ex-ministro José Dirceu, prôs que não tenham lido, do qual destaco um parágrafo, muito claro:
"A verdade é que precisamos de mais Mercosul, parlamento, fim da cobrança dupla na TEC, um tribunal para as controvérsias, um banco, um fundo compensatório para Uruguai, Bolívia e Paraguai; precisamos avançar para solucionar litígios, temos necessidade de uma política industrial regional e da integração na área de serviços e investimentos. Nada disso é contraditório com a adesão da Venezuela e da Bolívia. E a liderança brasileira se dá por condições objetivas, pela dimensão de nossa economia e pelo papel do Brasil no mundo hoje.
Querer enterrar o Mercosul para abraçar a Alca é um suicídio político. Não contará com o apoio do empresariado brasileiro, nem dos governos que compõem o Mercosul. Pode ser bom para atacar Lula em um ano eleitoral, mas é um desserviço ao Brasil." (Ex-Ministro José Dirceu, "Abaixo o Mercosul?!", 3/8/2006, Jornal do Brasil)
Senhores jornalistas brasileiros,
De tanto ler e ouvir besteiras inacreditavelmente besteiríssimas, publicadas, repetidas, requentadas e, até, 'ensinadas', na e pela 'mídia' brasileira em 2006, tem-me ocorrido ultimamente a idéia de que é possível que os senhores escrevam/digam o que escrevem, não porque 'saibam do que falam', mas, precisamente, porque NÃO SABEM, de fato, de NADA do que é realmente importante para a democracia brasileira.
Essa ignorância é perfeitamente possível, é claro. E muito facilmente explicável. E não é pecado. E tem cura.
Não seria a primeira vez, na história do mundo, que se descobre que gente pressuposta culta e bem informada não sabia, de fato, das monstruosidades que diziam, escreviam e ensinavam, quando as diziam e escreviam e ensinavam.
Acontece na ciência em todo o mundo... por que não aconteceira no jornalismozinho brasileiro muuuuuuuuuuuuuuuuuito merreca, que se vê hoje, no período pré-eleitoral, em 2006?!
Neo-drapetomania
O mundo já conheceu até, por exemplo, uma tal de "drapetomania", descrita como doença gravíssima, no sul dos Estados Unidos, no início do século 19, por um médico muito conhecido e respeitado e, sim, tido como "homem de bem".
A tal de "drapetomania" seria, para a melhor ciência médica oficial daquele momento, uma doença psiquiátrica que acometeria só os escravos negros de então, os quais, por causa da tal doença, seriam acometidos de incontrolável desejo de fugir da ótima vida que tinham, então, nas fazendas de algodão, no sul dos EUA (avaliada, a vida dos escravos, é claro, pelos donos dos escravos, e só por eles, é claro).
A tal "drapetomania" foi descrita, nos termos acima, pela melhor ciência médica oficial que havia no sul dos EUA, naquele momento. (Prôs que queiram saber mais, há extensíssima bibliografia sobre isso. P. ex. Edmund S. MORGAN, 1975. American Slavery American Freedom, The Ordeal of Colonial Virginia, Norton & Company, Nova York-Londres; ou Emily EAKIN, 2000. Is Racism Abnormal? A Psychiatrist Sees It as a Mental Disorder, in International Herald Tribune de 17 de janeiro, p. 3, dentre zilhões de outros textos, todos SUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUPER científicos).
EVIDENTEMENTE-1, naquele momento (1840, por aí), TOOOOOOOOOOOOOOOOOODOS os médicos-cientistas eram fazendeiros e proprietários de escravos.
EVIDENTEMENTE-2, naquele momento, tooooooooooooooooooda a medicina oficial vivia preocupadíssima com o problema que se criava cada vez que algum escravo tentava fugir.
Naquele mundo e para aqueles senhores de escravos, a idéia de que os escravos 'pudessem' desejar fugir da vida de escravo... gerava pânico. Era como se, de repente, TODO o mundo estivesse desabando sobre as cabeças coroadas.
Muito explicavelmente, os médicos-fazendeiros, então, recorreram à ciência. A ciência recorreu ao Direito e, em pouco tempo, já havia doença descrita e remédio prescrito e lei que permitia aplicar o remédio aos doentes... e tudo voltou ao normal (Hollywood, depois, filmou a tal 'normalidade' e muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas tragédias).
O remédio que se prescreveu, por lei, no século 19, no sul dos EUA, para os escravos acometidos da doença então conhecida como "drapetomania" foi eficaz.
E, então, já era remédio considerado muuuuuuuuuuuuuuuito científico; e, claro, era perfeitamente legal.
A tal de "drapetomania" passou a ser curada com a providência -- socialmente aceita e recomendada de boca em boca -- de que se amputassem os dedões dos pés dos escravos.
Tudo perfeito: sem dedão-do-pé ninguém pode andar (o que está cientificamente demonstrado). Assim... nenhum escravo poderia fugir, estivesse ou não com a tal de doença ("drapetomania").
Facilmente se pode imaginar o que a 'mídia' de então -- dos MESMÍSSIMOS médicos, juristas, fazendeiros e donos de escravos supostos doentes -- fez com essa 'informação'!
Afinal... o jornalismo sentia que pisava em chão firme, posto que a doença e o remédio, então, eram considerados 'científicos' e 'legais'; e o 'remédio' prescrito, como logo se viu, era muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito eficaz!
A mídia, então, lá, nos EUA, no século 19, deitô e rolô.
NUNCA, no mundo, publicou-se tanta asneira sobre coisa alguma, como, então, publicou-se em jornais e revistas, sobre a tal de "drapetomania", no sul dos EUA.
Alguma coisa semelhante a isso pode estar acontecendo na 'mídia' brasileira, em 2006.
Afinal, temos por aqui TUDO o que havia lá, no tempo da tal de "drapetomania" inventada.
Além de, pela primeira vez, termos no Brasil um presidente que NÃO é nem UDENISTA nem USPEANO, em meio milênio de história (e presidente ELEITO, democraticamente, por ZILHÕES de votos democráticos, em eleições legítimas e perfeitas), temos também, por aqui, abundantíssimos:
(a) sociologia tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece a sociologia necessária para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓCIO);
(b) economia tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece a economia necessária para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓCIO);
(c) medicina tucano-pefelista-udenista-golpista (que oferece 'remédios' necessários para tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo, e faz QUALQUER NEGÓOCIO);
(d) os setores da OAB que são MILITANTEMENTE tucano-pefelista-udenista-golpistas (que interpretam as leis como lhes dê na telha, e fazem QUALQUER NEGÓCIO);
(e) maiorias parlamentares golpistas, que perderam a presidência da República e NÃO SE CONFORMAM com isso; e que, porque não se conformam, não se incomodam com cortar os dedões dos pés da democracia brasileira para que ela NUNCA escape da forca onde as MESMAS maiorias parlamentares de hoje, prenderam a democracia brasileira... há décadas (e fazem QUALQUER NEGÓCIO);
e temos também, animadíssimo, em 2006...
(e) esse jornalismozinho tucano-pefelista-udenista-golpista, atrasado e atrasista (que divulga todos os 'saberes' construídos e oferecidos nas instâncias acima, e faz QUALQUER NEGÓCIO).
Não seja, então, por falta de aviso e boa informação.
Tejem todos alertados: mídia incompetente e jornalismo insuficiente pode ser péssimo para todos. Até para os jornalismos, os jornalistas e os jornais-empresas.
De boa informação, hoje, segue abaixo o artigo do ex-ministro José Dirceu, prôs que não tenham lido, do qual destaco um parágrafo, muito claro:
"A verdade é que precisamos de mais Mercosul, parlamento, fim da cobrança dupla na TEC, um tribunal para as controvérsias, um banco, um fundo compensatório para Uruguai, Bolívia e Paraguai; precisamos avançar para solucionar litígios, temos necessidade de uma política industrial regional e da integração na área de serviços e investimentos. Nada disso é contraditório com a adesão da Venezuela e da Bolívia. E a liderança brasileira se dá por condições objetivas, pela dimensão de nossa economia e pelo papel do Brasil no mundo hoje.
Querer enterrar o Mercosul para abraçar a Alca é um suicídio político. Não contará com o apoio do empresariado brasileiro, nem dos governos que compõem o Mercosul. Pode ser bom para atacar Lula em um ano eleitoral, mas é um desserviço ao Brasil." (Ex-Ministro José Dirceu, "Abaixo o Mercosul?!", 3/8/2006, Jornal do Brasil)
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