04 agosto 2006

Queremos a CPI de Furnas

Isto você não vê nos principais jornais do Brasil


Polícia Federal encontra dólares e reais em apartamento de Daré
Valor é ‘expressivo’ informa nota oficial da PF; contagem das cédulas demorou quatro horas
Juliana Lobato/Agência BOM DIA

Viatura da Polícia Federal entra no edifício em que Daré tem apartamento.

Pelo menos 20 caixas e quatro malotes com contratos, documentos financeiros e CDs foram apreendidos ontem na sede da empresa Bauruense, no Jardim Pagani, periferia de Bauru.

No apartamento da Vila Universitária, área nobre, foram encontrados dólares, reais e outros documentos.

A Polícia Federal não divulgou o valor do dinheiro encontrado.

Em nota, entretanto, informa que os valores em dólares e reais são “expressivos”.

A contagem do dinheiro demorou cerca de quatro horas, apesar do trabalho ter sido feito com a ajuda de um contador de cédulas da Caixa Econômica Federal.

O dinheiro estava num cofre, aberto por um chaveiro chamado pela polícia.

A operação foi realizada pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, sediada em Brasília.

“Os documentos vão acrescentar na investigação e enriquecer os autos do inquérito”, declarou o delegado Praxiteles Fragoso Praxedes, que lidera a investigação sobre os contratos de Furnas com a Bauruense.

‘Foi tudo muito tranqüilo’
Duas pessoas que acompanharam o trabalho dos policiais federais na Bauruense disseram ao BOM DIA que a operação visava, basicamente, recolher contratos e documentos ligados a Furnas e extratos bancários da empresa. “Os policiais vasculharam pastas, documentos, comprovantes de depósitos e os computadores”, afirmou a empresária Isabel Cristina Bento, que passou mais de nove horas dentro da empresa. “Eles davam números de contratos para os funcionários irem buscar”.

Outra testemunha, Paulo Coelho, que foi pego de surpresa enquanto conversa com um morador na rua da Bauruense, diz que os funcionários não pareciam assustados e ajudaram os policiais na busca dos papéis. “Eles perguntavam onde estavam [os documentos] e os funcionários pegavam. Foi tudo muito tranqüilo. Eles queriam listas de funcionários”, contou.

Movimento chama atenção
A movimentação atípica na quadra 4 da rua Guilherme de Almeida, na Vila Universitária, onde fica o apartamento de Airton Daré, chamou a atenção de vizinhos e pessoas que passavam a pé ou de carro.

No edifício Mônaco e em prédios ao lado, vizinhos assistiram pelas janelas as entradas e saídas de carros da Polícia Federal.

Uma das viaturas chegou a circular na contra-mão até uma das entradas do prédio. No interior, policiais e um homem não identificado, que cobriu o rosto com a roupa ao perceber a presença de jornalistas.

Uma equipe da TV Prevê entrou no edifício para entrevistar família libanesa sobre a guerra no Oriente Médio. Os jornalistas foram até o apartamento do empresário, bateram na porta, mas não conseguiram acompanhar a operação policial. Em seguida, a equipe foi expulsa do prédio.

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