15 novembro 2006

Golspismática versus solucionática e democratização dos jornalões. A luta, afinal, é essa mesma. Toca o bonde!


SOBRE: CLÓVIS ROSSI, "Que tal a "solucionática"?", Folha de S.Paulo, 14/11/2006, na edição impressa e na internet, aqui
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Tá bom, tá bom, Sr. Clóvis Rossi, o senhor tem toda a razão. Acalme-se. Contudo... veja só!

Demoramos quatro anos para descobrir que, se melhorarmos os jornais, os jornalistas e o jornalismo, toda a sociedade brasileira estará MUITO mais bem assessorada, afinal, para diagnosticar corretamente todos os problemas, inclusive o grave problema de não haver jornal, jornalismo e jornalistas democráticos no Brasil-2006.

Com os jornais, os jornalistas e o jornalismo que há no Brasil -- os mesmos, iguaizinhos, há no mínimo 40 anos --, não havia NENHUMA chance de alguém diagnosticar corretamente alguma coisa, por mais que tentasse. Descobrir isso foi, sim, um baita AVANÇO! First things first! Demorou, mas valeu a pena!

Agora, estamos trabalhando não EXCLUSIVAMENTE mas, sim, com MUITA DEDICAÇÃO e atenção, para dar um bom jeito nesse seu jornalismo e nesse seu jornal. Depois, com melhores jornais, jornalismo e jornalistas, já democratizados, encontraremos mais facilmente os melhores caminhos, para tudo.

Hoje, aliás, a Folha de S.Paulo, na versão online, outra vez, foi motivos de muitas risadas, aqui na roda.

Ao ler a notícia segundo a qual "Lucro dos bancos cai pela primeira vez em 4 anos" (cf. em http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u112359.shtml), cinco dos nossos campanhistas caíram na gargalhada ao mesmo tempo: "Pronto! Agora o Clóvis Rossi está feliz da vida! Não é ele que vive dizendo que a 'prova' de que o governo Lula vai muito mal 'é' que os lucros dos bancos têm aumentado?!" -- e dê-le gargalhadas.

De que adiantou ao Brasil, haver tanto 'jornalismo' e 'jornais' e 'jornalistas', se só sabem 'ensinar' a sociedade brasileira que banco não ter lucro seria 'ótimo' para a democracia? Quer dizer... isso não é SEQUER jornalismo, né, Sr. Clóvis Rossi?! Seu 'raciocínio' anti-bancos é, mesmo, só piração.

A menos, é claro, que o senhor tenha-se convertido, por alguma espécie de inspiração do além (ou de algum editor-chefe pauteiro pirado), em alguma versão Barão de Limeira de alguma espécie de sub-Brecht.

O Brecht verdadeiro dizia que "pequeno crime será sempre quebrar um banco, face ao grande crime que é fundar um banco". Isso, bem mal lido, pode ter dado alguma idéia ao senhor ou ao seu editor-chefe, sabe-se lá! E o senhor talvez esteja decidido a ensinar o Brasil a tentar alcançar a democracia, no Brasil-2006, via a quebradeira de bancos.

Não sendo esse o caso, só pode ser piração. Ou é golpismo, mesmo, do brabo. Seja o que for, seus comentários sobre "só os bancos enriquecem no Brasil do PT" ficaram, hoje, bastante abalados, não há dúvida alguma. Tente outra vez, se o senhor achar importante, no quesito "desejo quebrar todos os bancos brasileiros".

No quesito "aeroportos", quanto ao que o senhor finge que pergunta hoje -- "Será preciso esperar mais quatro anos para que as autoridades produzam, se não a solução, pelo menos uma explicação convincente?" -- o senhor pode dormir sossegado.

O seu jornal e o seu jornalismo estarão PERFEITAMENTE civilizados e democratizados, para ajudar a sociedade brasileira e o governo a resolver esse e outros problemas, muito antes do que o senhor pensa (ou teme).

Claro que isso acontecerá por ação, sim, das mesmas autoridades que o senhor tanto espinafra, como se espinafrar autoridades democraticamente eleitas fosse alguma espécie de 'dever' de algum jornalismo, cujo cumprimento operaria o milagre de converter jornalismo partidarizado e golpista em jornalismo que fiscaliza o poder. (Se o senhor não entendeu, releia. O parágrafo foi considerado complexo, mas correto, cá pelos nossos jornalistas-cidadãos-não-jornalistas-de jornalão. Se nós entendemos, o senhor que se vire aí, e entenda, se ainda puder.)

O jornalismo brasileiro será democratizado por ação das autoridades e, é claro, por ação da sociedade que elegeu as autoridades mas, que se saiba, ainda não começaram a votar no senhor, na D. Eliane e no Fernando Barros e Silva, o esbravejante pirado.

Cá entre nós, e por falar no famigerado Fernando Barros e Silva: o senhor tem medo desse Fernando, seu editor?! O cara é mesmo, na vida diária, o perfeito troglodita que aparece tão claramente, quando ele escreve?

Bom... pergunta retórica é sempre retórica, seja minha seja sua. Quem faz pergunta retórica pergunta, mesmo, só pelo prazer de declarar. A pergunta nem interessa. E menos interessa, em pergunta retórica, a resposta.

Eu-euzinho, só lhe perguntei para dar-me o prazer de declarar que, na minha opinião, esse Fernando Barros e Silva é um perfeito troglodita, que comanda um bando de colunistas pirados e, possivelmente, mortos de medo dele.

E o senhor só perguntou para dar-se o prazer, pervertido, de declarar que, na sua opinião, as autoridades brasileiras do governo Lula, eleitas por mim, são burras e incompetentes.

Segue o barco. A luta, afinal, é essa mesma: a sociedade brasileira que luta para se democratizar, contra os jornalões partidarizados e seus colunistas e editores pirados e antidemocráticos, né-não?! [risos muitos, muitos, muitos]) Toca o bonde!

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