13 novembro 2006

HORA DE APROFUNDAR AS MUNDANÇAS


Por Ítalo Gurgel


Lula na Presidência da República, Cid Gomes no Governo do Estado, Inácio no Senado, afora alguns nomes de muito boa extração na Câmara dos Deputados e no Legislativo estadual...

Existe agora, no firmamento político do Ceará, uma extraordinária conjunção de astros assinalando mudanças e perspectivas de melhores dias. Ao consagrar candidatos da esquerda, o eleitor pronunciou-se por um programa diferente daquele das forças conservadoras, que costumam mudar as siglas (UDN, Arena, PFL, PSDB e afins), mas que sempre lutaram para que tudo continue absolutamente como sempre esteve.

As elites econômicas exerceram o domínio político entre nós desde o grito do Ipiranga e não é por acaso que, hoje, o Brasil realça como um dos campeões mundiais em injustiça social, um dos países que apresentam o mais absurdo e vergonhoso perfil de distribuição de renda.

Essa realidade começou a mudar no primeiro mandato do presidente Lula. A consagradora votação que ele recebeu a 29 de outubro foi o sinal verde para que aprofunde o combate a miséria, inserindo mais e mais brasileiros naquela faixa de renda que franqueia ao cidadão o acesso à dignidade.

Mudando de conversa: na recente campanha eleitoral, a direita casca grossa ofereceu eloqüente amostra de baixo nível. Adesivo colado no pára-brisa de alguns carrões mostrava a mão (de Lula) com quatro dedos e, sobrepondo-se a essa imagem, o símbolo de proibição usado nos sinais de trânsito.Estranha forma de expressar uma posição política, o adesivo funcionou como monumento ao mau gosto.Uma ode à falta de ética. O dedo decepado pelo torno mecânico, que noutras plagas poderia servir para denunciar a brutalidade do capitalismo, entre os nazi-fascistas brasileiros virou piada contra o nordestino de origem pobre que, mesmo sem a bênção dos poderosos, se tornaria Presidente da República. Pela segunda vez.

ÍTALO GURGEL é jornalista e articulista do O POVO

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