Pronunciamento do Dep. Tarcísio Zimmermann -sobre Liberdade de Imprensa
O SR. TARCÍSIO ZIMMERMANN (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores, vamos continuar o debate sobre o tema imprensa.
Diz trecho do editorial assinado por Mino Carta, reconhecidamente um dos mais qualificados jornalistas do País, na última edição de Carta Capital, sob o título A opinião pública derrota a mídia:
"A liberdade de imprensa no Brasil é a das grandes empresas midiáticas deitarem e rolarem no esforço concentrado de servir o poder, ou, por outra, a si próprias.
Assistimos neste momento ao lamentável espetáculo encenado pela mídia, ainda e sempre disposta a esconder o seu ódio de classe, o seu facciosismo, o seu golpismo, por trás do biombo da neutralidade"..
A quem Mino Carta se referia? Talvez às inúmeras e seqüenciais reportagens de Veja que atacaram o Presidente Lula e o PT, antes das eleições. Em todas as edições, essa revista conseguiu protagonizar fatos e manchetes que depois se mostraram mentirosas, falsas, instrumentos de pura manipulação política. Ou poderia se referir à capa da revista Veja desta semana.
Vejam só que prepotência, que arrogância, de que posição a revista se arvora. A capa, cujo título é “A última chance”, traz um retrato do Presidente Lula e uma ilustração da sua última chance: “O primeiro mandato de Lula foi pífio... e agora ele tem mais quatro anos para deixar um legado de grandeza”.
Não havia 10 dias que o Presidente Lula havia sido reeleito por 61% do povo brasileiro, que avaliou seu primeiro mandato como merecedor de continuidade. Veja chama esses 61% da população brasileira de ignorantes, imbecis, desqualificados, ao dizer em capa de revista que estavam dando uma nova chance a alguém que tinha feito um governo pífio.
Continuo a leitura de trecho da manifestação de Mino Carta, de Carta Capital:
“Há várias formas de impedir avanços democráticos em uma sociedade. Um deles, talvez o mais eficiente do ponto de vista de quem defende determinados privilégios, é bloquear a discussão sobre certos temas. No Brasil, os donos da mídia decretaram ser proibido debater seus erros e excessos, desnudar seus interesses ou apresentar, sobre o papel dos meios de comunicação, uma visão diferente.”
Esta é uma democracia aprisionada, não por, eventualmente, alguém que queira ter o direito de ter a verdade na imprensa, inclusive de saber com clareza que interesses ela defende. Veja que assuma que seu candidato era Alckmin, que seus partidos são PSDB e PFL. Aí, ela pode dizer o que quiser. Mas não diga o que quer, da forma que quer, sem assumir claramente suas posições, porque ela tem responsabilidade perante a liberdade de imprensa.
Não é a sua liberdade, é a liberdade do povo brasileiro de saber as posições de Veja, porque Carta Capital teve a grandeza de, desde o início, dizer que sim seu candidato era o Presidente Lula, de assumir claramente seu lado e o lado que é a democracia. Não ficou se escondendo atrás de biombos, como é o da liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa também é de quem lê periódicos, lê jornais, revistas, assiste aos noticiários; é a liberdade de saber que interesses a imprensa defende e que os digam com clareza, porque é isso mesmo que a democracia pressupõe, que cada um diga que meu lado é “a”, “b” ou “c”, sem se esconder atrás de uma pretensa neutralidade.
Veja, esse panfleto, há muito tempo, deixou de ter qualquer neutralidade. É hoje sim um panfleto a serviço de interesses que ela não tem coragem de expor publicamente à opinião brasileira. Exponha, Veja, sua posição. Mas não se esconda atrás de algo que é tão sagrado para todos nós como é a liberdade de imprensa.
O SR. TARCÍSIO ZIMMERMANN (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores, vamos continuar o debate sobre o tema imprensa.
Diz trecho do editorial assinado por Mino Carta, reconhecidamente um dos mais qualificados jornalistas do País, na última edição de Carta Capital, sob o título A opinião pública derrota a mídia:
"A liberdade de imprensa no Brasil é a das grandes empresas midiáticas deitarem e rolarem no esforço concentrado de servir o poder, ou, por outra, a si próprias.
Assistimos neste momento ao lamentável espetáculo encenado pela mídia, ainda e sempre disposta a esconder o seu ódio de classe, o seu facciosismo, o seu golpismo, por trás do biombo da neutralidade"..
A quem Mino Carta se referia? Talvez às inúmeras e seqüenciais reportagens de Veja que atacaram o Presidente Lula e o PT, antes das eleições. Em todas as edições, essa revista conseguiu protagonizar fatos e manchetes que depois se mostraram mentirosas, falsas, instrumentos de pura manipulação política. Ou poderia se referir à capa da revista Veja desta semana.
Vejam só que prepotência, que arrogância, de que posição a revista se arvora. A capa, cujo título é “A última chance”, traz um retrato do Presidente Lula e uma ilustração da sua última chance: “O primeiro mandato de Lula foi pífio... e agora ele tem mais quatro anos para deixar um legado de grandeza”.
Não havia 10 dias que o Presidente Lula havia sido reeleito por 61% do povo brasileiro, que avaliou seu primeiro mandato como merecedor de continuidade. Veja chama esses 61% da população brasileira de ignorantes, imbecis, desqualificados, ao dizer em capa de revista que estavam dando uma nova chance a alguém que tinha feito um governo pífio.
Continuo a leitura de trecho da manifestação de Mino Carta, de Carta Capital:
“Há várias formas de impedir avanços democráticos em uma sociedade. Um deles, talvez o mais eficiente do ponto de vista de quem defende determinados privilégios, é bloquear a discussão sobre certos temas. No Brasil, os donos da mídia decretaram ser proibido debater seus erros e excessos, desnudar seus interesses ou apresentar, sobre o papel dos meios de comunicação, uma visão diferente.”
Esta é uma democracia aprisionada, não por, eventualmente, alguém que queira ter o direito de ter a verdade na imprensa, inclusive de saber com clareza que interesses ela defende. Veja que assuma que seu candidato era Alckmin, que seus partidos são PSDB e PFL. Aí, ela pode dizer o que quiser. Mas não diga o que quer, da forma que quer, sem assumir claramente suas posições, porque ela tem responsabilidade perante a liberdade de imprensa.
Não é a sua liberdade, é a liberdade do povo brasileiro de saber as posições de Veja, porque Carta Capital teve a grandeza de, desde o início, dizer que sim seu candidato era o Presidente Lula, de assumir claramente seu lado e o lado que é a democracia. Não ficou se escondendo atrás de biombos, como é o da liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa também é de quem lê periódicos, lê jornais, revistas, assiste aos noticiários; é a liberdade de saber que interesses a imprensa defende e que os digam com clareza, porque é isso mesmo que a democracia pressupõe, que cada um diga que meu lado é “a”, “b” ou “c”, sem se esconder atrás de uma pretensa neutralidade.
Veja, esse panfleto, há muito tempo, deixou de ter qualquer neutralidade. É hoje sim um panfleto a serviço de interesses que ela não tem coragem de expor publicamente à opinião brasileira. Exponha, Veja, sua posição. Mas não se esconda atrás de algo que é tão sagrado para todos nós como é a liberdade de imprensa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário