02 novembro 2006

Sem holofotes eleitoreiros, oposição agora diz que precisa investigar mais na CPI dos sanguessugas



Bastou passar a eleição, com um resultado avassalador em favor do presidente Lula, para os membros do PSDB-PFL e satélites que integram a “CPMI das Ambulâncias” diminuírem o seu ânimo “investigatório”, ou melhor, o seu intento eleitoreiro. Numa sessão esvaziada, os parlamentares chegaram a um “acordo” para adiar os depoimentos dos ex-petistas Jorge Lorenzetti e Valdebran Padilha e do advogado Gedimar Passos para o próximo dia 21.

As alegações foram as mais diversas possíveis, entre as quais, problemas nos aeroportos e falta de tempo para analisar documentos. Mas o verdadeiro motivo para o adiamento é que os depoimentos não trarão nada que possa ser usado nas manchetes dos jornalões para tentar prejudicar a candidatura do presidente Lula.

O deputado Raul Jungmann (PPS), que o próprio presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia, criticou por agir como assessor do PSDB, afirmou que os deputados não tiveram tempo para analisar os documentos repassados pela Polícia Federal. Nem parecia aquele deputado que, na semana passada, esbravejava e queria marcar os depoimentos para quarta-feira, dias antes da eleição. Se agora não tem tempo, porque antes tinha?

Esta é apenas mais uma mostra de que a CPMI das ambulâncias não quer investigar nada. Não quer identificar e recolher provas sobre o esquema que superfaturava, roubava e desviava recursos públicos.

Se ela fosse a fundo, teria que convocar os criadores do esquema, os que mais se beneficiaram do roubo, quem são e que atuaram principalmente entre 2000 e 2002, período que envolve nomes como Barjas Negri e Abel Pereira. Na semana retrasada, ambos foram aliviados pela CPMI. Abel sequer foi convocado e Barjas foi apenas convidado a prestar esclarecimentos. No entanto, os demais, como os que tiveram seus depoimentos adiados agora, foram convocados a depor através de um alarido da oposição que detém maioria na comissão. Portanto, não foi maioria que faltou para colher os depoimentos.

Fonte: Hora do Povo

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