02 novembro 2006

Veja e Globo, a informação em forma de chantagem


Laerte Braga


Todo o processo que cercou a semana que antecedeu o primeiro turno das eleições presidenciais foi visivelmente montado por três grupos de comunicação, dentre eles o maior do Brasil. O grupo GLOBO. Jornais, tevês e rádios.

A farsa do dossiê.

A informação, deixada de lado; enquanto os interesses dos grupos que representam, transformados em verdades absolutas.

Passado o momento de glória do golpe midiático, todo o esquema se mostrou falso. O delegado a serviço da GLOBO. VEJA contrariada nos negócios dos livros escolares. FOLHA a reboque da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), o grupo empresarial mais poderoso e perigoso do País.

Ainda vivem no tempo da monarquia e supõem que o fim da escravidão foi um retrocesso.

O JORNAL NACIONAL, porta-voz da GLOBO, "denunciou" em sua edição de terça-feira, 31 de outubro, que a Polícia Federal ouviu jornalistas da VEJA em "desacordo com os direitos individuais de cada um". Ameaça à liberdade de imprensa?

A má fé é tanta que lá pelo meio da notícia Bonner (há dúvidas sobre se é robô ou boneco mesmo) disse que "foram impedidos de consultar a advogada". Num interrogatório ninguém em lugar nenhum pode consultar advogado. O depoimento dos esbirros do grupo CIVITA foi tomado dentro das normas legais. Valem para qualquer acusado ou testemunha.

Ser da VEJA, da GLOBO ou da FOLHA não exime ninguém de ser tratado dentro do que determina a lei.

Desde quando liberdade de imprensa é poder mentir e chantagear?

GLOBO, VEJA e FOLHA DE SÃO PAULO são imprensa marrom.

O caso específico da GLOBO, surgiu com capital de grupos estrangeiros, na esteira da investida do governo dos EUA para controlar a mídia e impedir eventuais vitórias de forças de esquerda na América Latina.

Estávamos, então, sob o impacto da revolução cubana. O Brasil vivia sob o governo democrático de João Goulart. O IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) fora constituído com capitais estrangeiros e da FIESP (além dos braços da entidade) para eleger deputados, senadores, prefeitos, isso em 1962, amparando candidatos comprometidos com a entrega do Brasil.

O processo de recolonização.

Veio com o golpe de 1964 e sustentou-se na ditadura.

A GLOBO foi o principal porta-voz do regime de terror.

Ali Kamel, o tal diretor executivo de jornalismo, não foi capaz de explicar à revista CARTACAPITAL, independente, por que a GLOBO ignorou a queda do avião da GOL e deu prioridade ao dossiê, ao esquema montado à tarde nas dependências da Polícia Federal por um delegado transgressor da lei.

Mentiu e isso está provado.

A GLOBO acolhe jornalistas comprometidos com o esquema de torturas da ditadura - Alexandre Garcia -, demitido do próprio governo militar de João Figueiredo por assédio sexual. Miriam Leitão, que montou a mentirada que precedeu o golpe fracassado de 2002 contra Chávez, em série perpetrada pelo JORNAL NACIONAL.

Foi William Bonner quem, diante de estudantes de comunicação e professores da Faculdade de Comunicação da UNICAMP (Universidade de Campinas), excluiu fatos jornalísticos de uma das edições do JORNAL NACIONAL, por "desagradar aos nossos amigos americanos".

GLOBO, VEJA e FOLHA DE SÃO PAULO são imprensa marrom. Vivem de chantagear governos.

Têm que responder pela chantagem de cada dia.

O grito do robô William Bonner por liberdade de imprensa é outra chantagem.

Soa como dizer que ou continuam a pagar ou vamos dar um jeito de tornar o País ingovernável.

A discussão de um novo desenho para as concessões de canais de rádio e tevê (moeda de troca por voto de políticos) é uma realidade que se impõe.

É a democratização da comunicação. Não interessa a chantagistas. A golpistas.

São vários, inúmeros, os episódios, na história de cada um desses veículos que ilustram, comprovam e atestam o caráter venal e podre dessa mídia.

Falta o repórter da GLOBO ir explicar como foi o acerto com o delegado para a divulgação da foto.

A verdade, sim, é liberdade de imprensa. Opinião, sim, é liberdade de imprensa.

Não é o caso dessa gente.

São chantagistas. Sofisticaram a chantagem. Só isso.



Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil

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