BLOG DO MINO - Direto da Olivetti
Ganas pela reeleição
Interessante contribuição ao dossiê da mídia foi dada pelo Estadão de sábado passado. Leio o principal editorial da página de Notas e Informações. “Nunca houve neste país um político capaz de fazer o que Lula está fazendo para ficar mais quatro anos onde está”. Pelas primeiras palavras, um marciano poderia imaginar que a Constituição brasileira prevê a reeleição há muito tempo. Já o cidadão deste país sabe que houve apenas duas candidaturas, a de Fernando Henrique Cardoso, bem sucedida, e a de Luis Inácio Lula da Silva, ainda em jogo. Eis aí o lado cômico da observação do editorialista. Tudo bem, um toque de comicidade não prejudica o dossiê da mídia. Mas há também outro lado, que torna o texto do Estadão muito representativo de uma campanha anti-Lula disposta a atropelar os fatos ou a interpretá-los de maneira bastante peculiar. Ou a falsea-los de vez. Até as pedras sabem que quando o tucanato chegou ao poder em 1995, figuras imponentes do partido não esconderam a intenção de permanecer lá em cima por vinte anos. Sabem ainda, de cor e salteado, que Fernando Henrique, para conseguir mudar a Constituição e aprovar a reeleição, não hesitou em comprar votos de parlamentares de tendências diversas e humores condescendentes. E quando houve proposta de CPI para investigaro evento mercadológico, o governo impediu, com o beneplácito da mídia, apaixonada por FHC. É da política que quem está no poder queira permanecer nele. Difícil, porém, é sustentar que Lula quer mais que seu antecessor. E o editorial do Estadão perde credibilidade logo nas primeiras linhas.
Ganas pela reeleição
Interessante contribuição ao dossiê da mídia foi dada pelo Estadão de sábado passado. Leio o principal editorial da página de Notas e Informações. “Nunca houve neste país um político capaz de fazer o que Lula está fazendo para ficar mais quatro anos onde está”. Pelas primeiras palavras, um marciano poderia imaginar que a Constituição brasileira prevê a reeleição há muito tempo. Já o cidadão deste país sabe que houve apenas duas candidaturas, a de Fernando Henrique Cardoso, bem sucedida, e a de Luis Inácio Lula da Silva, ainda em jogo. Eis aí o lado cômico da observação do editorialista. Tudo bem, um toque de comicidade não prejudica o dossiê da mídia. Mas há também outro lado, que torna o texto do Estadão muito representativo de uma campanha anti-Lula disposta a atropelar os fatos ou a interpretá-los de maneira bastante peculiar. Ou a falsea-los de vez. Até as pedras sabem que quando o tucanato chegou ao poder em 1995, figuras imponentes do partido não esconderam a intenção de permanecer lá em cima por vinte anos. Sabem ainda, de cor e salteado, que Fernando Henrique, para conseguir mudar a Constituição e aprovar a reeleição, não hesitou em comprar votos de parlamentares de tendências diversas e humores condescendentes. E quando houve proposta de CPI para investigaro evento mercadológico, o governo impediu, com o beneplácito da mídia, apaixonada por FHC. É da política que quem está no poder queira permanecer nele. Difícil, porém, é sustentar que Lula quer mais que seu antecessor. E o editorial do Estadão perde credibilidade logo nas primeiras linhas.
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