LULA REELEITO
Em seu primeiro discurso como presidente reeleito, Lula disse que não tem mais o "direito moral, ético e político" de errar
O petista Luiz Inácio Lula da Silva, que foi reeleito presidente da República neste domingo (29) com mais de 58 milhões de votos, disse que em seu segundo mandato o país vai “crescer mais rápido”, com um governo que “não gasta mais do que ganha” e que dará “mais atenção para os pobres”. Sobre os escândalos e crises que afetaram seu governo – e que, segundo analistas, impediram a vitória no primeiro turno -, Lula afirmou que não tem mais “o direito moral, ético e político de cometer erros daqui para frente”.
Lula teve quase 61% dos votos válidos.
À 1h40, com 99,99% das seções apuradas, o petista registrava 58.293.068 votos (60,83%), contra 37.542.734 votos (39,17%) de Alckmin (veja o resultado completo da votação, estado por estado).
O tucano teve menos votos do que no primeiro turno (leia aqui), e Lula cresceu no Nordeste (leia aqui).
As declarações de Lula foram dadas em São Paulo em dois discursos na noite deste domingo. O primeiro, em um hotel, foi realizado logo depois de Alckmin ter admitido a derrota, às 20h22 (leia a íntegra do primeiro discurso de Lula: aqui). O segundo foi em um palanque montado na Avenida Paulista.
"Contra comida na mesa do povo não tem candidato", disse Lula, ao justificar sua vitória.
Nos dois discursos feitos depois da vitória, Lula afirmou que o combate à pobreza terá prioridade no segundo mandato, mas prometeu responsabilidade nos gastos públicos e maior crescimento econômico. Para ele, o Brasil poderá crescer até 7% no ano que vem. "Manteremos uma política fiscal dura, porque não pode gastar mais do que ganha", disse. Em recado dado a dirigentes sindicais presentes na platéia no hotel, Lula disse: "Reivindiquem tudo o que quiserem, mas daremos apenas aquilo que a responsabilidade permitir".
Assista a vídeos das eleições aqui.
Lula afirmou que irá cuidar pessoalmente da articulação política. Na visão da colunista do G1 Cristiana Lobo, isso significa que Lula montará o ministério sem intermediários. Em 2002, essa tarefa coube aos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.
"Chamarei todo mundo para conversar, não haverá veto a ninguém”, disse o presidente. Ele acrescentou que não vai se apressar para definir qual será a equipe de governo a partir de 1º de janeiro. "Tenho 60 dias para escolher", afirmou o presidente, que adiantou que não deve cortar ministérios, apesar das críticas feitas pelo adversário Geraldo Alckmin aos gastos do governo com a estrutura ministerial.
Lula pensa em reforma ministerial com mais PMDB e menos PT. Leia aqui.
Desafios
Apesar da grande votação neste domingo, o presidente vai para seu segundo mandato com desafios grandes pela frente. Em primeiro lugar, porque sua primeira equipe ministerial, formada por homens de sua confiança e líderes do PT, foi em parte desmontada depois de crises e denúncias. Além disso, Lula terá que fazer composições com partidos da oposição no Senado para garantir a sustentabilidade do segundo mandato. Os partidos que formalmente fazem oposição ao governo ficaram com um total de 42 senadores. O PFL teve o melhor desempenho e elegeu seis senadores, contra cinco do PSDB e quatro do PMDB. O PTB elegeu três, e o PT, dois. A tradição rege que os partidos com a maior bancada no Senado e na Câmara têm o direito de indicar os presidentes de cada Casa.
Por outro lado, o governo conseguiu ampliar a base de apoio nos estados com a vitória de mais cinco aliados neste domingo - e ganha o apoio de pelo menos 15 dos 27 governadores eleitos.
Confira a relação de senadores eleitos: aqui
Veja o novo mapa dos governos estaduais.
Frases
A marca da vitória de Lula em 2002, quando foi eleito pela primeira vez, foi a frase "a esperança venceu o medo", que estampou a camiseta que Lula apareceu pela primeira vez depois da vitória. Desta vez, sua frase preferida, repetida com insistência durante a campanha, foi "o andar de baixo venceu o andar de cima".
Ela foi dita mais uma vez durante discurso para uma platéia cerca de 5.000 petistas na Av. Paulista. Veja aqui.
Confira aqui outras frases do presidente durante a campanha.
Trajetória
Lula tem uma biografia rara desde o nascimento, em Vargem Grande, atual Caetés, Pernambuco. Sua carreira como líder político coincide com a pressão popular pela abertura política durante o regime militar. Em 1980, Lula, intelectuais, sindicalistas e acadêmicos fundam o Partido dos Trabalhadores, pelo qual Lula se elegeria presidente do Brasil em 2002.
Clique aqui para ler a retrospectiva completa da carreira política de Lula.
Veja galeria de fotos com a trajetória do presidente desde os tempos de militância: aqui
Lula teve quase 61% dos votos válidos.
À 1h40, com 99,99% das seções apuradas, o petista registrava 58.293.068 votos (60,83%), contra 37.542.734 votos (39,17%) de Alckmin (veja o resultado completo da votação, estado por estado).
O tucano teve menos votos do que no primeiro turno (leia aqui), e Lula cresceu no Nordeste (leia aqui).
As declarações de Lula foram dadas em São Paulo em dois discursos na noite deste domingo. O primeiro, em um hotel, foi realizado logo depois de Alckmin ter admitido a derrota, às 20h22 (leia a íntegra do primeiro discurso de Lula: aqui). O segundo foi em um palanque montado na Avenida Paulista.
"Contra comida na mesa do povo não tem candidato", disse Lula, ao justificar sua vitória.
Nos dois discursos feitos depois da vitória, Lula afirmou que o combate à pobreza terá prioridade no segundo mandato, mas prometeu responsabilidade nos gastos públicos e maior crescimento econômico. Para ele, o Brasil poderá crescer até 7% no ano que vem. "Manteremos uma política fiscal dura, porque não pode gastar mais do que ganha", disse. Em recado dado a dirigentes sindicais presentes na platéia no hotel, Lula disse: "Reivindiquem tudo o que quiserem, mas daremos apenas aquilo que a responsabilidade permitir".
Assista a vídeos das eleições aqui.
Lula afirmou que irá cuidar pessoalmente da articulação política. Na visão da colunista do G1 Cristiana Lobo, isso significa que Lula montará o ministério sem intermediários. Em 2002, essa tarefa coube aos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.
"Chamarei todo mundo para conversar, não haverá veto a ninguém”, disse o presidente. Ele acrescentou que não vai se apressar para definir qual será a equipe de governo a partir de 1º de janeiro. "Tenho 60 dias para escolher", afirmou o presidente, que adiantou que não deve cortar ministérios, apesar das críticas feitas pelo adversário Geraldo Alckmin aos gastos do governo com a estrutura ministerial.
Lula pensa em reforma ministerial com mais PMDB e menos PT. Leia aqui.
Desafios
Apesar da grande votação neste domingo, o presidente vai para seu segundo mandato com desafios grandes pela frente. Em primeiro lugar, porque sua primeira equipe ministerial, formada por homens de sua confiança e líderes do PT, foi em parte desmontada depois de crises e denúncias. Além disso, Lula terá que fazer composições com partidos da oposição no Senado para garantir a sustentabilidade do segundo mandato. Os partidos que formalmente fazem oposição ao governo ficaram com um total de 42 senadores. O PFL teve o melhor desempenho e elegeu seis senadores, contra cinco do PSDB e quatro do PMDB. O PTB elegeu três, e o PT, dois. A tradição rege que os partidos com a maior bancada no Senado e na Câmara têm o direito de indicar os presidentes de cada Casa.
Por outro lado, o governo conseguiu ampliar a base de apoio nos estados com a vitória de mais cinco aliados neste domingo - e ganha o apoio de pelo menos 15 dos 27 governadores eleitos.
Confira a relação de senadores eleitos: aqui
Veja o novo mapa dos governos estaduais.
Frases
A marca da vitória de Lula em 2002, quando foi eleito pela primeira vez, foi a frase "a esperança venceu o medo", que estampou a camiseta que Lula apareceu pela primeira vez depois da vitória. Desta vez, sua frase preferida, repetida com insistência durante a campanha, foi "o andar de baixo venceu o andar de cima".
Ela foi dita mais uma vez durante discurso para uma platéia cerca de 5.000 petistas na Av. Paulista. Veja aqui.
Confira aqui outras frases do presidente durante a campanha.
Trajetória
Lula tem uma biografia rara desde o nascimento, em Vargem Grande, atual Caetés, Pernambuco. Sua carreira como líder político coincide com a pressão popular pela abertura política durante o regime militar. Em 1980, Lula, intelectuais, sindicalistas e acadêmicos fundam o Partido dos Trabalhadores, pelo qual Lula se elegeria presidente do Brasil em 2002.
Clique aqui para ler a retrospectiva completa da carreira política de Lula.
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