21 outubro 2006

Sr. Prefeito,


ótima a aula de bom-senso que o senhor deu hoje, sobre os tais "votos válidos". Já escrevemos sobre isso mil vezes, na blogosfera democrática.

Azar o dos jornalões e televisão (e, talvez, também dos institutos de pesquisa brasileiros) que não lêem o que os leitores e consumidores já sabem e escrevem.

O nosso pessoal já sabe, há meses, dar muita risada dos tais "votos válidos", que o William Waack, o tolo, enche a boca para 'enunciar'.

O nosso diagnóstico aqui na minha rua é que, de tanto que precisam de legitimação, os editores, apresentadores, colunistas e, mesmo, até os capo di capi da 'mídia' de jornalão, no Brasil, não resistem à tentação de digitar ou pronunciar o adjetivo "válidos" [risos, risos].

Aí, então, lá vem o ridículo total de eles dizerem/escreverem que calculam as probabilidades, não a partir de algum universo matematicamente fixado, mas a partir de votos que só foram válidos nas eleições passadas e que, portanto, NUNCA MAIS na vida que serão válidos outra vez [risos, risos, risos].

No mais, contenha aí, por favor, o seu wishfull thinking! Ontem à tarde, desde MUITO ANTES do Jornal da Globo explicar (até que quase direitinho!) esse conversê de telefonemas, toda a blogosfera (somos zilhões) e toda a Polícia Federal já sabiam que nem o ministro José Dirceu nem o sr. Gilberto Carvalho têm alguma coisa a ver com nenhum dos dois dossiês, nem o fajuto nem o quente.

Aliás... tô lembrando agora... TAÍ UMA DICA que lhe dou, para que o senhor repasse (eu sou lulista democrática!) ao Gelado Alckmin:

-- ele que pare de falar em "dossiêr fajuto", porque foi EXATAMENTE a partir de uma fala dele, do Gelado Alckmin, que nós, aqui no bairro, tivemos a idéia de prestar atenção e juntar lé-com-cré e assim, sem ajuda de ninguém, nós descobrimos, por inferência, que há DOIS dossiês.

Depois, Carta Capital confirmou exatamente o que nós já havíamos inferido: há o tal de "dossiê fajuto" sobre o qual o Gelado Alckmin sempre fala (e que não tem importância alguma e está na internet há muito tempo) e há um dossiê QUENTÍSSIMO (esse que os petistas tentaram comprar e eu também tentaria comprar, se alguém me oferecesse. Mas eu compraria DIREITO, que eu não sou nem petista, nem aloprada-imbecil. Até o senhor compraria, é claro. E o senhor tb compraria direito, sem alopramentos.)

Cá no bairro estamos pensando que o conteúdo desse dossiê quente só deva ser divulgado, mesmo, DEPOIS das eleições, pq ele ACABARÁ com a tucanaria paulista, e nós queremos ELEIÇÕES, não confusão.

Estamos achando MUITO CERTA a idéia de só divulgar o CONTEÚDO QUENTE do DOSSIÊ QUENTÍSSIMO quando sua divulgação puder ser tratada exatamente como o que é: denúncia de crime comprovado e caso (simples) de polícia.

E o Estadão, hein?! Quando, antes, em 130 anos de vida do Estadão, que o senhor lembre, o Estadão falou de blogs e blogueiros, em editorial?! Grande ministro José Dirceu! O ministro José Dirceu é hoje a voz politica mais importante no Brasil.

Não temos nenhuma dúvida, aqui no bairro, de que ainda elegeremos Dirceu presidente do Brasil.

Se o ministro José Dirceu não fosse muito importante... o senhor acha que o Estadão escreveria "blogueiro manda-brasa", em editorial?! [risos, risos, risos, risos]

"Manda-brasa", em editorial do Estadão, foi o máximo do engraçado! Coisa mais anos 70, sô!

Viva o Brasil!

Bom fim-de-semana.
8-) Caia


ex-Blog do Cesar Maia 21/10/2006
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PESQUISAS: UM GRAVE EQUÍVOCO NA APRESENTAÇÃO!

1. A imprensa tem dado maior destaque à proporção dos votos válidos na publicação das pesquisas. Isso é um equívoco grave, pois desinforma ao eleitor. Os votos válidos são a forma de registro do resultado final prevista na lei, cujo único valor é o cálculo do segundo turno.

2. Para que o eleitor possa avaliar adequadamente as chances maiores ou menores dos candidatos, os meios de comunicação, deveriam esquecer os votos válidos, no segundo turno. Aqui, por definição, ganha quem tiver um numero maior de votos. Tanto faz quantos são os votos brancos e nulos.

3. Mais grave ainda este tipo de divulgação, pois um ponto relevante que são os indecisos, desaparece.

4. Aliás, no segundo turno, onde o eleitor tem as suas informações simplificadas, a imprensa deveria publicar a escolha espontânea, porque nela se poderia avaliar a proporção dos indecisos e as possibilidades maiores ou menores dos candidatos.

5. A publicação dos votos válidos CRIA votos que não existem e dá ao líder uma vantagem de percepção. Nas últimas pesquisas presidenciais divulgadas, este jeitinho de apresentar as pesquisas CRIA uns 3,5 milhões de eleitores inexistentes.

6. Para se ter uma idéia a diferença entre o número de eleitores que já decidiram o seu voto, e esta porcentagem CRIADA de votos válidos, é de 6 milhões de eleitores.

7. Não se trata de mudar ou não o rumo da eleição, mas de informar corretamente o eleitor para que esse tome a sua decisão.

8. Imediatamente a imprensa deveria parar de informar a porcentagem de votos válidos pelo absurdo que incorporam no segundo turno.

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