16 outubro 2006

A IMPRENSA MARROM E O CANDIDATO GERALDO, O ALCKMIN


Laerte Braga


FOLHA DE SÃO PAULO e GLOBO têm manchetes neste domingo, 15 de outubro, francamente contrárias ao governo Lula. VEJA segue sua rotina de braço de grupos mafiosos. O JORNAL NACIONAL não difere. O chip que faz com que William Bonner fale, gesticule e pareça gente continua trilhando os caminhos da direita fascista.

A expressão “imprensa marrom” surgiu no final da década de 50, século passado, quando um grupo de chantagistas passou a editar revistas, uma delas com o nome ESCÂNDALO, a pretexto de defender a moral, os bons costumes, revelando toda a sordidez típica das elites do Brasil.

A hipocrisia montada pelos donos do País e sustentada por figuras travestidas de senhores da palavra de Deus, como d. Jaime de Barros Câmara e outros mais. Coadjuvantes do processo.

O esquema de funcionamento do grupo era simples. Com auxílio de detetives particulares flagravam situações ilícitas, digamos assim, dos “ermírios” da época, dos “setúbal” e mandavam cobrar um dinheiro pelas informações obtidas e pelas fotos. Era comum o plantão em boates, investigações sobre amantes, etc, etc.

Existe um célebre caso sobre a mulher avisada que o marido, um grande empresário, estava com outra no escritório e que para lá rumou. Fez plantão à saída do prédio, na expectativa da rival descer. Conhecia a dita cuja.

O marido, alertado pelo esquema ESCÂNDALO, o mesmo que avisara à mulher, chamou uma empresa de outro amigo, funerária e a moça saiu no caixão. O dito empresário desceu, simulou surpresa ao ver a mulher, a dita mulher chorou porque haviam “mentido”, saíram juntos e abraçados e a turma da revista levou a grana que queria.

Exageraram na dose, mexeram com gente disposta a enfrentá-los, acabaram presos e em desvantagem fizeram um acordo de silêncio levando algum para sumir do mapa.

Surgiu aí a expressão “imprensa marrom”. Aquela que se vende. Que mostra os podres se o cara não pagar.

Chateaubriand era mestre nisso, embora não estivesse no grupo. Costumava com notinhas devastadoras, sinalizar aos eventuais achacados que queria mais.

Marinhos, Civitas e Frias aperfeiçoaram o esquema. Não estão a venda como estava ESCÂNDALO. Já nasceram vendidos.

Os donos, os que eram alvo de ESCÂNDALO, perceberam que o controle da informação era um grande negócio e através da informação controlariam todos os grandes negócios e um País inteiro. Isso funciona quase que em todo o mundo. Uma ou outra exceção.

No lugar de ESCÂNDALO, CARAS. Ao invés daquelas matérias sensacionalistas sobre orgias em boates, presença de empresários, políticos, etc, atores, atrizes, empresários, modelos exibindo casas fantásticas, casamentos de faz de conta, um mundo de maravilhas, passeios pelos quatro cantos do planeta, volta e meia uma receita de Ana Maria Braga, uma espécie de manjar dos deuses.

Para determinado tipo de público, nesse caso classe média, um monte de máquinas e botões que o cara pode apertar o dia inteiro, atingir níveis incríveis de prazer e ao final do expediente encher a cara até cair, ou conseguir suportar a si próprio, no processo de transformação do ser em objeto.

E vai por aí afora.

A imprensa marrom de hoje substituiu o ESCÂNDALO pelo show da vida.

Não quer a eleição de Lula de forma alguma e até dia 29, dia da votação, vão despejar toda a sorte de mentiras, absurdos, notícias distorcidas e dossiês montados segundo os cânones da hipocrisia moralista e burguesa dessa gente.

A que lava a boca com água benta.

Esse é o primeiro objetivo. Tentar transformar um boneco como Alckmin em presidente/gerente. Podem manobrá-lo a vontade, ao bel prazer de seus interesses.

Privatizar o que falta privatizar. Manifestar toda a sorte de preconceitos possíveis, ordenar todo o processo político, jurídico, econômico e social nos moldes fascistas da OPUS DEI e transformar a DASLU em símbolo nacional.

Enquadrar o Nordeste e os nordestinos (onde já se viu derrotar um coronel como ACM? É um desplante). O Norte e os nortistas. Acabar com essa mania de quem tem fome querer comer. Sustentar a sonegação de cada dia da DASLU. Garantir a propina de cada tucano/pefelista em cada rincão do glorioso Brasil.

Cá embaixo, no caso de CARAS não cumprir o papel de vender o sonho da irrealidade para os distintos leitores. Ou VEJA não conseguir transformar Lula, Chávez, Morales e outros em demônios. Ou se o JORNAL NACIONAL não conseguir vender aquelas máquinas que salvam, curam, dão nova vida, etc, etc. Ou se a FOLHA DE SÃO PAULO não conseguir se segurar e acabe mostrando o rabo real, preso à elite texana de São Paulo. Ou O GLOBO não receba em dia o pagamento da chantagem eterna..

Para esses casos existe a borduna. Está só guardadinha, mas pronta para manter a ordem democrática, Deus, pátria e a família, nos velhos moldes da hipocrisia de ESCÂNDALO.

A turma não percebe que muita gente continua saindo em caixões.

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