"Os inermes embucham, quando não fazem, para que não sucumbam, da profecia um mercado."
O Brasil parece ser o único país do mundo que produz profetas safados em quantidades hecatômbicas. E os profetas safados são ‘queridinhos’ da mídia brasileira safada. E todos são, hoje, anti-povo e anti-lulistas. E todos são, hoje Alckmin-Bornhausenzistas; e, claro, são FHCistas (e fascistas).
Assim, numa sentada, já me lembro logo de três brasileiros que são geniais na arte que cada um pratica... e que são profetas safados, na alma: Millôr Fernandes, Jô Soares e Caetano Veloso.
Esse negócio de produzir profetas safados pode ser, sim, um dos resultados macabros de, no Brasil, só os ricos conseguirem estudar -- e só estudarem da missa a metade --, há séculos.
O estudo só de ilustração, de lustro superficial – este tipo de estudo que ‘ensina’ a dar as costas às misérias dos pobres brasileiros e a dar as frentes às Daslus e Redes Globos e Folha de S.Paulo e revistas NÃO-Veja – sempre faz aumentar os saberes de brilhareco, na mesma proporção em que libera, para que aumente sem limites democráticos, a safadeza de classe da alma de classe dos ricos brasileiros. Assim se geram os profetas safados.
Hoje, o Blog do Noblat ostenta, na abertura, uma frase de Caetano Veloso, que dá vergonha:
“Uma amiga me disse que o PT parece um arrastão: não dá pra saber se o garoto que pegou sua sandália recebia ordens do chefe.” (Caetano Veloso, em entrevista ao Blog do Moreno)[1].
A frase é horrível, pelo que tem de preconceito, sim. Caetano diz aí, como qualquer D. Danuza Leão, que arrastão é ‘coisa de pobre’, PT é ‘coisa de pobre’ e... essa gente estraga a praia dos caetanos e danuzas.
Mas a frase é horrível também, pq é frase dita 'no automático' da fala de repetição de frases feitas; e é frase dita por um artista que tem voz pública. Caetano Veloso, aí, opera para DES-construir uma opinião pública civilizada e democrática, no Brasil.
Nessa frase, Caetano faz o mesmo que faz FHC, na sociologia: os dois falam ao público e mobilizam seus imensos capitais simbólicos, para des-civilizar o Brasil. Há muito, aí, para indignar as almas democráticas. Mas nada que surpreenda.
Caetano e FHC são MUITO amigos. Amigos pessoais. As famílias se visitam nos aniversários. Caê & FHC são, de fato, unha-e-carne. Batem-se palmas, ridículos, des-civilizatórios e des-democratizatórios, um pro outro. E há provas.
Como todos sabem, em junho de 2006 FHC escapuliu pela centésima milésima vez nos últimos tempos, para Nova York, para ‘conferenciar’ com Clinton-Kissinger. Nessa escapulida, FHC cuidou de dar uma requentada nas vendas de seu livro The Accidental President of Brazil, que foi lançado primeiro nos EUA e depois aqui.
O livro não vende lá, é claro, como não vende aqui, porque nem lá nem cá há suicientes tolos que paguem R$70,00 pra ‘aprender’ que FHC algum dia teria feito alguma coisa ‘por acidente’ – sejam suas ‘sociologias’ sejam os chiliques de ‘convocar’ Carlos Lacerda e mandar pôr ‘fogo no palheiro’ seja, é claro, ter sido presidente-empregado da privataria orquestrada pelos think-tanks Clinton-Kissingeristas, por longuíssimos tristes oito anos inteirinhos. Houve projeto, em tudo isso; nada foi acidental.
De qquer modo, na operação midiática para ‘requentar’ as vendas do livrinho, Clinton conseguiu para FHC uma entrevista num programa de rádio na New York Public Radio (NTPR). O programa é desses programas 'políticos', dos muitos que há, em NY, para servir de vitrine para políticos 'terceiromundistas' que os Kissinger-Clinton queiram fingir que ajudam, oferecendo-lhes o que exibir nos seus feudos natais.
No tal programa, o nosso ex-sociólogo foi apresentado como “a passionate music-lover”; e enunciou’ asneiras sobre vários assuntos, digamos, ‘musicais’, num inglês que, editado, ainda soa capenguíssimo.
Dentre as muitas asneiras que FHC enunciou sobre música, nesse programa, está a seguinte, que a mídia brasileira da privataria alckiminista -- que ‘noticiou’ essa entrevista como se fosse a fala de um neo-Wagner-sociológico – cuidadosamente omitiu:
FHC: “Vou-lhe dizer porque incluí Caetano na lista de músicas que você me pediu. Porque Caetano, no dia em que você telefonou, estava viajando com dois dos meus netos – e os filhos dele –, para Londres. Ele levou meus netos com ele para passearem, para as crianças conhecerem alguns teatros e auditórios em Londres. Por isso, eu quis homenagear também esse meu querido amigo e incluí, na seleção de músicas para o seu programa, “Lua de São Jorge,” meaning “Saint George Moon.”[2]
FHC já é hoje uma subcaricatura de sociólogo. Caetano Veloso já vive de querer acabá coa minha raça. O que, aliás, por falar nisso... seria acidental, nessa dupla de tolos metidos a aristocratas tropicais?!
NOTAS
[1] Noblat
[2] Fernando Henrique Cardoso, em entrevista a Gilbert Kaplan, no programa ‘Mad about music’, dia 4/6/2006, em NY. Na íntegra aqui.
Assim, numa sentada, já me lembro logo de três brasileiros que são geniais na arte que cada um pratica... e que são profetas safados, na alma: Millôr Fernandes, Jô Soares e Caetano Veloso.
Esse negócio de produzir profetas safados pode ser, sim, um dos resultados macabros de, no Brasil, só os ricos conseguirem estudar -- e só estudarem da missa a metade --, há séculos.
O estudo só de ilustração, de lustro superficial – este tipo de estudo que ‘ensina’ a dar as costas às misérias dos pobres brasileiros e a dar as frentes às Daslus e Redes Globos e Folha de S.Paulo e revistas NÃO-Veja – sempre faz aumentar os saberes de brilhareco, na mesma proporção em que libera, para que aumente sem limites democráticos, a safadeza de classe da alma de classe dos ricos brasileiros. Assim se geram os profetas safados.
Hoje, o Blog do Noblat ostenta, na abertura, uma frase de Caetano Veloso, que dá vergonha:
“Uma amiga me disse que o PT parece um arrastão: não dá pra saber se o garoto que pegou sua sandália recebia ordens do chefe.” (Caetano Veloso, em entrevista ao Blog do Moreno)[1].
A frase é horrível, pelo que tem de preconceito, sim. Caetano diz aí, como qualquer D. Danuza Leão, que arrastão é ‘coisa de pobre’, PT é ‘coisa de pobre’ e... essa gente estraga a praia dos caetanos e danuzas.
Mas a frase é horrível também, pq é frase dita 'no automático' da fala de repetição de frases feitas; e é frase dita por um artista que tem voz pública. Caetano Veloso, aí, opera para DES-construir uma opinião pública civilizada e democrática, no Brasil.
Nessa frase, Caetano faz o mesmo que faz FHC, na sociologia: os dois falam ao público e mobilizam seus imensos capitais simbólicos, para des-civilizar o Brasil. Há muito, aí, para indignar as almas democráticas. Mas nada que surpreenda.
Caetano e FHC são MUITO amigos. Amigos pessoais. As famílias se visitam nos aniversários. Caê & FHC são, de fato, unha-e-carne. Batem-se palmas, ridículos, des-civilizatórios e des-democratizatórios, um pro outro. E há provas.
Como todos sabem, em junho de 2006 FHC escapuliu pela centésima milésima vez nos últimos tempos, para Nova York, para ‘conferenciar’ com Clinton-Kissinger. Nessa escapulida, FHC cuidou de dar uma requentada nas vendas de seu livro The Accidental President of Brazil, que foi lançado primeiro nos EUA e depois aqui.
O livro não vende lá, é claro, como não vende aqui, porque nem lá nem cá há suicientes tolos que paguem R$70,00 pra ‘aprender’ que FHC algum dia teria feito alguma coisa ‘por acidente’ – sejam suas ‘sociologias’ sejam os chiliques de ‘convocar’ Carlos Lacerda e mandar pôr ‘fogo no palheiro’ seja, é claro, ter sido presidente-empregado da privataria orquestrada pelos think-tanks Clinton-Kissingeristas, por longuíssimos tristes oito anos inteirinhos. Houve projeto, em tudo isso; nada foi acidental.
De qquer modo, na operação midiática para ‘requentar’ as vendas do livrinho, Clinton conseguiu para FHC uma entrevista num programa de rádio na New York Public Radio (NTPR). O programa é desses programas 'políticos', dos muitos que há, em NY, para servir de vitrine para políticos 'terceiromundistas' que os Kissinger-Clinton queiram fingir que ajudam, oferecendo-lhes o que exibir nos seus feudos natais.
No tal programa, o nosso ex-sociólogo foi apresentado como “a passionate music-lover”; e enunciou’ asneiras sobre vários assuntos, digamos, ‘musicais’, num inglês que, editado, ainda soa capenguíssimo.
Dentre as muitas asneiras que FHC enunciou sobre música, nesse programa, está a seguinte, que a mídia brasileira da privataria alckiminista -- que ‘noticiou’ essa entrevista como se fosse a fala de um neo-Wagner-sociológico – cuidadosamente omitiu:
FHC: “Vou-lhe dizer porque incluí Caetano na lista de músicas que você me pediu. Porque Caetano, no dia em que você telefonou, estava viajando com dois dos meus netos – e os filhos dele –, para Londres. Ele levou meus netos com ele para passearem, para as crianças conhecerem alguns teatros e auditórios em Londres. Por isso, eu quis homenagear também esse meu querido amigo e incluí, na seleção de músicas para o seu programa, “Lua de São Jorge,” meaning “Saint George Moon.”[2]
FHC já é hoje uma subcaricatura de sociólogo. Caetano Veloso já vive de querer acabá coa minha raça. O que, aliás, por falar nisso... seria acidental, nessa dupla de tolos metidos a aristocratas tropicais?!
NOTAS
[1] Noblat
[2] Fernando Henrique Cardoso, em entrevista a Gilbert Kaplan, no programa ‘Mad about music’, dia 4/6/2006, em NY. Na íntegra aqui.
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