Presidente da CDHU na gestão Alckmin, Barjas Negri acumula 102 condenações no TCE
Acusado pelos donos da Planam de estar envolvido com a máfia dos sanguessugas e alvo de um inquérito da Polícia Federal sobre o assunto, o ex-ministro da Saúde e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), também teve uma passagem, entre 2003 e 2004, como presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Nesse período, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenou ou responsabilizou Barjas Negri por irregularidades praticadas em 102 contratos firmados pela autarquia.
Acusado pelos donos da Planam de estar envolvido com a máfia dos sanguessugas e alvo de um inquérito da Polícia Federal sobre o assunto, o ex-ministro da Saúde e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), também teve uma passagem, entre 2003 e 2004, como presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Nesse período, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenou ou responsabilizou Barjas Negri por irregularidades praticadas em 102 contratos firmados pela autarquia.
CONDENAÇÕES
A maioria das irregularidades condenadas pelo TCE foi por licitações dirigidas, aditamentos irregulares – acima do percentual determinado pela lei - e prejuízo à competitividade e economicidade das unidades habitacionais construídas no período.
Mesmo o governo do Estado tendo cortado os recursos para a habitação popular, Barjas Negri movimentou um orçamento bilionário entre os anos de 2003 e 2004, chegando a R$ 1,33 bilhão neste período.
Recentemente foi descoberto que 904 processos julgados irregulares pelo TCE, entre os anos de 1997 e 2002, foram engavetados pela ação de tucanos na Assembléia Legislativa. 307 eram referentes à CDHU. Além disso, entre os 70 pedidos de abertura de CPI na Assembléia Legislativa, barrados por manobras da base de sustentação de Alckmin no legislativo estadual, existem três que denunciam irregularidades na autarquia.
No mesmo TCE, Barjas acumula outras oito condenações por contratos ilegais firmados na prefeitura de Piracicaba. Um dos contratos irregulares foi firmado com a Construtora e Pavimentadora Concivi Ltda, de propriedade da família de Abel Pereira, empresário piracicabano apontado pelos Vedoin como o operador dos sanguessugas na gestão de Barjas no Ministério da Saúde. Os donos da Planam afirmaram que “o Barjas Negri é o braço direito do José Serra”. “Nosso esquema já funcionava no Ministério. Quando o Serra saiu, o Barjas assumiu o Ministério e foi indicado o Abel para continuar a operar”.
As empresas da família de Abel Pereira - Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda., Construtora e Pavimentadora Concivi Ltda. e Cicat Construção Civil e Pavimentadora Ltda - levaram licitações para executar ao menos 37 obras orçadas, no total, em R$ 10,4 milhões para a prefeitura de Piracicaba em 2005 e 2006 e doaram R$ 45 mil, em 2004, para a campanha que levou Barjas Negri (PSDB) ao cargo de prefeito.
A notoriedade de Barjas Negri aumentou com a entrevista publicada pela revista “Isto É”, onde os donos da Planam afirmam que o seu período e o de Serra no Ministério da Saúde foram os melhores para eles. No mesmo dia que a revista chegou às bancas, a Polícia Federal apreendeu em Cuiabá, com Paulo Roberto Trevisan, documentos, fotos e um DVD que ligavam Barjas e Serra à quadrilha das ambulâncias superfaturadas. Os documentos seriam entregues aos petistas Valdebran Padilha, que os repassaria para Gedimar Passos. Os dois foram presos num hotel em São Paulo com cerca de R$ 1,7 milhão, dinheiro que, segundo a PF, seria usado para pagar pelos documentos.
FICHA
Atual prefeito de Piracicaba e se virando diante da Justiça, Barjas Negri tem uma longa trajetória no PSDB. Nascido em Santo Amaro, São Paulo, e praticante amador de truques ilusionistas e mágicas, ele iniciou sua carreira no interior.
Barjas diz que teve uma participação efetiva nas eleições para o Senado em 1978, sendo coordenador da campanha de Fernando Henrique. Neste ano conheceu José Serra pessoalmente. “O Fernando Henrique vinha para a cidade dar palestras, discutir, e eu sempre acompanhava seu roteiro, saía para conversar e jantar”, disse. Em 1982, no governo Montoro, foi convidado por José Serra para trabalhar com ele na Secretaria de Planejamento. Em 1988, se elegeu vereador e fundou o PSDB em Piracicaba. Com a eleição de Fernando Henrique, Barjas passou pelo Ministério da Educação e teve, em 1997, um papel de destaque no Ministério da Saúde, assumindo a pasta em 2002 para o amigo José Serra concorrer à Presidência. Com a derrota tucana e as denúncias de corrupção que assolaram o Ministério da Saúde, nos escândalos dos sanguessugas e vampiros, Barjas foi resgatado por Geraldo Alckmin para assumir a CDHU em janeiro de 2003, local onde permaneceu até 2004, quando concorreu nas eleições municipais e se elegeu prefeito de Piracicaba.
ALESSANDRO RODRIGUES
Fonte: Hora do Povo
Mesmo o governo do Estado tendo cortado os recursos para a habitação popular, Barjas Negri movimentou um orçamento bilionário entre os anos de 2003 e 2004, chegando a R$ 1,33 bilhão neste período.
Recentemente foi descoberto que 904 processos julgados irregulares pelo TCE, entre os anos de 1997 e 2002, foram engavetados pela ação de tucanos na Assembléia Legislativa. 307 eram referentes à CDHU. Além disso, entre os 70 pedidos de abertura de CPI na Assembléia Legislativa, barrados por manobras da base de sustentação de Alckmin no legislativo estadual, existem três que denunciam irregularidades na autarquia.
No mesmo TCE, Barjas acumula outras oito condenações por contratos ilegais firmados na prefeitura de Piracicaba. Um dos contratos irregulares foi firmado com a Construtora e Pavimentadora Concivi Ltda, de propriedade da família de Abel Pereira, empresário piracicabano apontado pelos Vedoin como o operador dos sanguessugas na gestão de Barjas no Ministério da Saúde. Os donos da Planam afirmaram que “o Barjas Negri é o braço direito do José Serra”. “Nosso esquema já funcionava no Ministério. Quando o Serra saiu, o Barjas assumiu o Ministério e foi indicado o Abel para continuar a operar”.
As empresas da família de Abel Pereira - Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda., Construtora e Pavimentadora Concivi Ltda. e Cicat Construção Civil e Pavimentadora Ltda - levaram licitações para executar ao menos 37 obras orçadas, no total, em R$ 10,4 milhões para a prefeitura de Piracicaba em 2005 e 2006 e doaram R$ 45 mil, em 2004, para a campanha que levou Barjas Negri (PSDB) ao cargo de prefeito.
A notoriedade de Barjas Negri aumentou com a entrevista publicada pela revista “Isto É”, onde os donos da Planam afirmam que o seu período e o de Serra no Ministério da Saúde foram os melhores para eles. No mesmo dia que a revista chegou às bancas, a Polícia Federal apreendeu em Cuiabá, com Paulo Roberto Trevisan, documentos, fotos e um DVD que ligavam Barjas e Serra à quadrilha das ambulâncias superfaturadas. Os documentos seriam entregues aos petistas Valdebran Padilha, que os repassaria para Gedimar Passos. Os dois foram presos num hotel em São Paulo com cerca de R$ 1,7 milhão, dinheiro que, segundo a PF, seria usado para pagar pelos documentos.
FICHA
Atual prefeito de Piracicaba e se virando diante da Justiça, Barjas Negri tem uma longa trajetória no PSDB. Nascido em Santo Amaro, São Paulo, e praticante amador de truques ilusionistas e mágicas, ele iniciou sua carreira no interior.
Barjas diz que teve uma participação efetiva nas eleições para o Senado em 1978, sendo coordenador da campanha de Fernando Henrique. Neste ano conheceu José Serra pessoalmente. “O Fernando Henrique vinha para a cidade dar palestras, discutir, e eu sempre acompanhava seu roteiro, saía para conversar e jantar”, disse. Em 1982, no governo Montoro, foi convidado por José Serra para trabalhar com ele na Secretaria de Planejamento. Em 1988, se elegeu vereador e fundou o PSDB em Piracicaba. Com a eleição de Fernando Henrique, Barjas passou pelo Ministério da Educação e teve, em 1997, um papel de destaque no Ministério da Saúde, assumindo a pasta em 2002 para o amigo José Serra concorrer à Presidência. Com a derrota tucana e as denúncias de corrupção que assolaram o Ministério da Saúde, nos escândalos dos sanguessugas e vampiros, Barjas foi resgatado por Geraldo Alckmin para assumir a CDHU em janeiro de 2003, local onde permaneceu até 2004, quando concorreu nas eleições municipais e se elegeu prefeito de Piracicaba.
ALESSANDRO RODRIGUES
Fonte: Hora do Povo
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