09 outubro 2006

Quando fizerem comparações



Um dos pontos mais batidos nesta campanha têm sido as comparações dos índices de crescimento da economia do Brasil com outros países emergentes e até mais pobres que nós.

Embora leigo no assunto arrisco-me a algumas considerações.

Para um país crescer economicamente, envolve vários fatores, sendo o principal os investimentos em infra-estrutura, educação, e muitos outros.

A gestão Lula pegou um país praticamente quebrado, desorganizado, roubado, econômica e socialmente, sua opção foi por um crescimento lento, mas sustentável, com base na redução da pobreza e desigualdades sociais.

A oposição critica esse crescimento lento que poderia ser bem maior se os investimentos na área social fossem esquecidos como em gestões anteriores e direcionado ao crescimento econômico, aqui, abro um parêntese, pois isto me lembra o “milagre brasileiro” visto de fora, quando se dizia que o Brasil ia bem, mas o povo não, mesmo assim não conseguiram o que eles criticam e prometem agora, mesmo com o dinheiro arrecadado com as privatizações, que foram bilhões.

Assim seria recomendável que quando se fizesse comparações dos índices de crescimento econômicos, comparassem também os índices sociais, condições trabalhistas, etc.

As maiores comparações são com a China e a Índia, que têm os índices mais invejados, mas queremos para nós as mesmas condições trabalhistas desses dois paises?, os países China e índia, vão maravilhosamente bem, bem como uma parte de sua população, e a maioria como está?

Esta é a grande diferença entre os dois projetos que se apresentam para o Brasil. De um lado (Alckmim, FHC, Bornhausen, Dias e cia), pregam o crescimento rápido do país indiferente às condições do povo em benefício de uma minoria empresarial que os apóia incondicionalmente. De outro lado o projeto de Lula, onde o país tem que crescer, mas com ele, a redução das desigualdades sociais, os índices de pobreza.

Mesmo correndo o risco de tornar-me repetitivo, quando compararem os índices de crescimento do Brasil com outros países, não se esqueçam de acrescentarem as comparações que os levam a tais índices.

Queremos uma nação grande, forte e poderosa, mas que essa grandeza, força e poder, se traduzam em benefícios para quem a faz, não para uma minoria já pré-escolhida.



Paulo Nolasco de Andrade

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