28 setembro 2006

COERÊNCIA


Trata-se simplesmente de Coerência. Simples Coerência.

Todos os que queremos ver o Brasil livre da tragédia da corrupção, deveremos empenhar nossos esforços e nossos votos no aprofundamento do combate à corrupção.
Atualmente a população brasileira vem sendo bombardeada diariamente, minuto a minuto, pelo desvendar de esquemas que sempre corroeram a vida do País.
Houve uma mudança no cenário. Nunca se soube tanto. Nunca se falou tanto. Nunca “os donos do poder” temeram e tremeram tanto diante da possibilidade de serem algemados. Nunca se prendeu tanto por corrupção.
Existe um inegável cenário novo.
· Tal mudança merece uma perguntinha básica: O que aconteceu?
o Respostinha básica: Houve uma mudança radical na vontade política.
· Outra perguntinha básica: Como se deu essa mudança?
o Respostinha: Estrutura, treinamento, recursos e, principalmente, liberdade, para a atuação dos órgãos de combate à corrupção.
o A Polícia Federal foi aparelhada e recebeu treinamento de inteligência em diversas áreas, como crimes financeiros, crimes por computador, sonegação, contrabandos, drogas etc. Fundamentalmente: recebeu recursos materiais, humanos, técnicos e financeiros para atuar.
o A Controladoria Geral da União ganhou estatura e poderes de ministério e também foi aparelhada com recursos humanos, técnicos, materiais e financeiros.
· Mais uma perguntinha básica: Porque não se fez isso antes?
o Respostinha: Essa perguntinha deve ser encaminhada às autoridades de então. Talvez fosse pouca vontade política.
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Outro dado que se destaca na paisagem é a atuação do Ministério Público - absolutamente independente e desinibida.
· Refresquinho de memória básico: Como é que o MP funcionava antes – até 2002?
o Respostinha: antes o Procurador Geral da República ficou celebrizado como o “Engavetador Geral da República”.
o Nunca se soube que o Ministério Público tivesse indiciado algum figurão ou algum membro do partido do governo de então.
o A instituição do Ministério Público, que fora uma conquista de nossa democracia na Constituição de 1988, vinha sendo absolutamente desmoralizada perante a população pela atuação “pouco firme” do Procurador de então.
o Ficava a impressão, muito ruim para a instituição do Ministério Público e para a Democracia, de vínculos e subordinações indevidos e inconstitucionais entre o Procurador e o governo de então.
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Lembrando alguns episódios:
· Até 2002 – Não houve nenhuma investigação séria de esquemas denunciados. TODOS, repete-se, TODOS os escândalos, foram devidamente engavetados e empurrados para debaixo dos tapetes.
· Até 2002 - TODAS as CPIs encaminhadas no Congresso Nacional foram impedidas pelos partidos da base aliada.
· Até 2006 - TODAS as CPIs encaminhadas na Assembléia Legislativa de São Paulo foram impedidas pelos partidos da base aliada.
· Até 2002 – Os processos encaminhados ao Ministério Público, quando envolviam membros do governo ou dos partidos do governo, foram devidamente arquivados pelo “Engavetador Geral da República”.
· 1998 - Um exemplo emblemático da prática de engavetamento e acobertamento foi o escândalo da compra de votos para a reeleição:
o Depois que o escândalo veio à tona e ficou impossível esconder e dizer que não houve. O que fizeram?
o Encontraram dois “bodes expiatórios”, de estados bem distantes para não “contaminar” os partidos nos grandes centros.
o Os “bodes expiatórios” aceitaram fazer o papel de admitir ter recebido duzentos mil reais (que, na época, equivaliam a duzentos mil dólares) para votar a favor da reeleição.
o Cassaram os “bodes expiatórios” e...
o ...Ficou nisso.
o Nos “entregaram” quem vendeu os votos, mas nunca nos disseram quem comprou.
o Nunca nos disseram a origem do dinheiro.
o Deu-se o fenômeno do “Corrompido sem Corruptor”.
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Da perspectiva da Coerência, os episódios acima relatados permitem umas perguntinhas:
· Quem combateu melhor a corrupção? – Quem tem mais autoridade para combater a corrupção? – Quem deu mais transparência ao combate à corrupção?:
o Quem fez de tudo para empurrar escândalos e denúncias para debaixo do tapete? Ou,
o Quem instrumentalizou, criou as condições e deu liberdade para o trabalho da Polícia Federal, da Controladoria Geral e do Ministério Público?
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Não se pode permitir que os tapetes e as gavetas voltem a encobrir a corrupção do País.
Engavetar denúncias e destruturar os aparelhos de estado – denuncia vontade política de esconder a corrupção.
Dar estrutura e liberdade para a atuação dos órgãos repressores – demonstra vontade política de combater a corrupção.
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COERÊNCIA - quem quer o fim da corrupção, vota na continuidade do combate à corrupção.


Delman Ferreira

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